domingo

Parkinson na Igreja e a hóstia que cai

Já começa a ser demais. Aviltante até!!! Nunca pensei encontrar tamanha coisa numa igreja. A estória que vou contar é verídica e passa-se numa paróquia circundante, embora também já tivesse notado tal conduta noutras casas de Deus. É Domingo, arranca a missa. O rebanho de Deus diz presente. Mais meia dúzia de rituais banais e a coisa acontece. E que coisa é essa!? e o que é que acontece!? Bom, se não visse isto não acreditaria, estaria a blasfemar, como diria o outro. Para completar o cerimonial religioso e as pessoas irem em paz para casa - já com o trigo de Deus na barriguinha - o rebanho perfila-se em fila indiana, muito ordeiro e disciplinado. Não tem nada a ver com uma saída do metro às horas de ponta, ou uma entrada para o futebol club do Porto - em que os grunhos se atropelam uns aos outros - qual feira de Ovibeja... Daí o momento mágico: o Padre está de mão esticada para depositar a hóstia na língua afiada dos crentes de Deus. Só que como é consabido a maior parte dos frequentadores de igrejas têm mais de 60 anos, e alguns velhotes, infelizmente, já têm inúmeras doenças e patologias cuja comportamentalidade nós aqui nem sequer compreendemos. Mas a coisa lá avança: de um lado o padre de mão esticada; do outro, o rebanho de língua afiada para receber a coroa de Deus, qual batata frita sem sal. Sucede que muitos velhotes têm tiques, outros já se locomovem com muitas dificuldades, rastejam mais do que andam, e outros ainda têm a cabeça sempre aos solavancos, numa agitação pendular pegada, como se dissessem Sim e Não!! ao mesmo tempo; depois Não e Sim - tudo a uma velocidade frenética!!! Parecem perigosos mas, na realidade não são. Embora haja quem pense que se trata de Bruce Lees em potência.., ao que vejo!!! O padre diante este espectáculo fica horrorisado a ponto de, quando deposita a hóstia na boca destes casos mais graves, entra num registo mecânico de avanços e arrecuas com a hóstia na mão, não vão os velhotes - sem querer e por força da doença que já não dominam - ferrarem-lhe os dentes nos dedos. Na maior parte dos casos, excusado será dizer, que a boa da hóstia vai parar ao meio de chão e acaba por ser espezinhada. E eu que só quero dar um abraço a Deus e apanhar umas amigas mais novas e conviver um pouco aos domingos na livraria do lado, acabo por vir de lá doente com este jogo mecânico do "tira e mete" porque o padre tem receio que os crentes com parkinson lhes dêm uma valente dentada. Vai um tipo à igreja para ver Deus - soberano naquele Altar - e acaba por vir de lá verificando que o padre tem medo que lhe trinquem os dedos por entre essas dezenas de hóstias espezinhadas no chão. Tudo porque..., e a cena repete-se!!! Assim, não há hóstias que cheguem, já que a fé também não é muita.
  • Dedicamos este blog à Inês, que tem 15 anos, e já é uma Senhora

Ovibeja e a teoria da Atracção do presunto e da irradiação da felicidade

Como sabemos decorre a Ovibeja, uma importante mostra da produção bovina, caprina e demais produtos que resultam dessa nobre actividade económica que tem sido tão desprezada pelos sucessivos governos e que tem colocado Portugal como um país francamente importador de muitos dos bens que poderíamos produzir. Trata-se, além da dignidade duma classe de profissionais marginalizados, esquecidos pelo poder - de uma classe - dizia - que luta ardentemente pela sua dignidade socioprofissional, o que é de louvar. Aplaudo.
Ora, esta realidade social é tão importante que até o PR, Cavaco Silva, lá se deslocou para cumprimentar os profissionais do sector que lutam, muitos deles, com a corda na garganta, para sobreviverem num mercado cada vez mais competitivo e sem qualquer rede proteccionista. E todos nós sabemos como é que pagamos os factores de produção (energia, combustíveis, custo de contexto e conexos) - relativamente a Espanha e a outros países europeus. Pagamo-los todos muito mais caros. Ou seja, estamos muito mais atrasados, estamos na cauda da cauda, somos os mais pobres dos pobres. Quase uns bovino-indigentes uns caprino-atrasados, uns verdadeiros animais de cativeiro.
Mas do ponto de vista prático, aquele princípio da Atracção (do presunto) e da irradiação da felicidade - significa que - até na linha do objectivo dos organizadores do OVIBEJA - eles acreditam com mais convicção aquilo em que desejam e imaginam que suceda, qualquer que seja esse pensamento.
É mais do que uma questão de Justiça social e de redução das assimetrias regionais por este Portugal profundo. Imagine-se que os organizadores do Ovibeja só tinham pensamentos negativos, receosos, inseguros ou ansiosos, teriam, nesse caso, - a capacidade de atrair vacas, bois, bodes, cabras e congéneres. Tudo com um grau de satisfação limitado, senão mesmo frustrante.
Mas Não!!!! o que se viu ontem com a chegada de Cavaco Silva áquela bonita feira, que revela que o Portugal que produz bovinos e caprinos está vivo, bem vivo, - foi outra coisa. Vimos um PR a arrastar multidões, fundamentalmente positivo, visionando prazer, irradiando satisfação e felicidade por tudo quanto fosse vaca, boi, cabra, bode, chibo (ou xibo - na versão económica - poupa-se uma letra), não sei se também avestruz, pavões e muitos, muitos mais que povoam a fauna - não de comentários das caixas de correios dos blogs na blogosfera - mas de animais e pessoas que foram atraádas para Ovibeja num sucesso num antes visto. Nem os concertos de Michael Jackson nos velhos tempos eram tão concorridos ou badalados. Portanto, nada disto foi por acaso, e tudo foi mui profissional. Eis a grande lição de Ovibeja.
Ou seja, se formos positivos atrairemos pessoas, animais, acontecimentos e situações que criam mais expectativas positivas, depois isto é uma bola de neve - que vai permitir mais sucesso sobre sucesso, vaca sobre vaca, boi sobre boi, chibo sobre xibo, um pouco como na bolsa: dinheiro gera dinheiro, leite arrasta leite, Opa trás Opa, por isso Belmiro OPAs - enriqueceu tanto na bolsa há uns anos. Lá está: pensou positivo e avaliou bem o sistema de expectativas.
Mas permanece por desocultar ainda um outro indicador que nos dá a verdadeira temperatura em como as coisas vão no bom sentido em Portugal. I.é, em como a energia positiva irradiada pelo sr. PR, Cavaco Silva (alguns dizem "Cavaco & Silva" - sugerindo que ele opera com uma Sociedade, não sei!!!) colocada naquilo que imaginamos acaba, realmente, por vir a acontecer: Cavaco foi à Ovibeja. E apesar de os anos passarem, 10 anos volvidos reparei - e julgo que a nação também anotou, incluindo a restanta fauna circunspecta da referida feira, que o sr. PR come presunto exactamente da mesma maneira como come (ou comia) o bolo rei. Não fazemos mais comentários, porque a "chave do sucesso de Ovibeja" é capaz de estar aí...
  • PS: ontem lá vi pela TV o Jorge Zambujo recebendo Cavaco Silva na Ovibeja. Como somos amigos e gosto muito dele dedico-lhe aqui este blog. Já agora, Jorge!! - espero que a feira corra pelo melhor e que um dia este Portugal seja menos dependente do exterior em quase tudo, e é de surpreender, pois como é consabido nós também temos por cá belos bois e boa carne. Não é só no Uruguai, Venezuela e arredores que a boa febra saltita... Viva a produção nacional.

Não é a conjuntura, estúpido

Importa ler mais um artigo lúcido do Francisco Sarsfield Cabral a quem daqui enviamos um abraço. Não só pela amizade, mas porque ela também se reforça por essa lucidez com que semanalmente nos premeia e enriquece a todos. É bom ver que ainda há pessoas que embora saibam o que é uma OPA não se deixem "Opar". Ficou célebre a frase da campanha vitoriosa de Clinton contra Bush pai: "É a economia, estúpido!" Por cá, as preocupações económicas são dominantes e toda a gente fala delas. Compreende-se: a crise tornou-se demasiado grande para passar despercebida ao mais distraído. Há dias, surgiram o Boletim do Banco de Portugal e os relatórios da OCDE e do FMI, traçando um retrato negro da nossa situação económica. E a escalada dos preços do petróleo contribuiu para o pessimismo. Tudo isso foi debatido entre nós. Mas a discussão, sobretudo ao nível político-partidário, passou quase sempre ao lado do essencial. (...)

Big MacLaren

sábado

Por acaso V/ "incelências": "gobernantes", intelectualidade da crono-decisão ministerial e do turbo-pinsamento geo-empresarial..

Eu, confesso, só entendi à segunda. É que este "Jumento" - engana (até no paradeiro!!!) - pois apesar de ostentar uma carroçeria-tipo Diane/2CV - depois, surpreendentemente, lá tem lá dentro um motor McLaren de 8 Cilindros em V. Até admitimos que a famosa jogada de marketing do actual Ministro da Administração Interna - Alberto Costa (noutros tempos...) - foi inspirada algures...
  • Nota prévia: Sugerimos leitura lenta e pausada, como a respiração de um monge dos Himalaías em busca d´água no deserto e de democracia na China.

  • A ORGANIZAÇÃO COMUM DE MERCADO DAS CUECAS (in Jumento) A situação do sector têxtil da Europa tem muitas semelhanças com a agricultura, enfrenta a concorrência de preços baixos, a população que depende deste sector tem rendimentos mais baixos e os seus trabalhadores têm o mesmo direito que os agricultores de beneficiar da protecção comunitária. Por isso proponho que beneficiem de mecanismos de mercados idênticos aos dos produtos agrícolas e, para isso, sugiro à Comissão que aprove uma Organização Comum de Mercado das Cuecas, à semelhança do que sucede com a generalidade dos produtos agrícolas; o seu financiamento seria assegurado por um FEOGC – Fundo Europeu de Orientação e Garantia das Cuecas. A OCM das cuecas beneficiaria de um regime de preços idêntico, por exemplo, ao dos cereais, e todos os anos um Conselho de Ministros das Cuecas reuniria para decidir os preços indicativos, limiar e de intervenção. É muito provável que os debates fossem prolongados, com os latinos a defenderem preços favoráveis para as cuecas do tipo fio dental, os nórdicos a puxarem a brasa para as boxers e os portugueses a defenderem a especificidade das cuecas de gola alta. Após longas horas a Europa ficaria tranquila, os jornalistas já meio adormecidos acordariam para dar a boa nova às suas redacções, o conselheiro da REPER especializado em cuecas acompanharia o ministro ao hotel e, finalmente, poderia ir dormir, depois de comer um bife importado do Uruguai com isenção de direitos ao abrigo do seu estatuto diplomático. O nosso ministro mal chegasse a Portugal daria a boa nova ao sector têxtil, poderia continuar a produzir cuecas de gola alta, se ninguém as comprasse poderiam ser vendidas à intervenção (à semelhança do Instituto Nacional de Garantia Agrícola teríamos um Instituto Nacional de Garantia das Cuecas, presidido por afilhado de Sócrates que se tinha destacado nos tempos em que aquele ainda ia às Beiras. As cuecas importadas da China passariam a ser sujeitas a direitos niveladores, correspondentes à diferença entre os preços fixados pelos ministros e os praticados nos bazares de Xangai. A excepção iria para um contingente ACP de cuecas, similar, por exemplo, ao chamado açúcar ACP. Mas a aplicação de direitos implicaria a resolução de dois problemas, o estabelecimento de uma base de tributação e a definição de normas de qualidade e o estabelecimento de calibres. Para a solução desse problema seria criado, à semelhança de todos os sectores agrícolas, um Comité de Mercado das Cuecas, que reuniria mensalmente, em Bruxelas, com os representantes de todos os Estados-membros. A tributação poderia ser específica, x euros por metro quadrado de tecido, o que implicaria análises pois os direitos variariam em função das características das fibras utilizadas, excluindo os elásticos que por serem de borracha não beneficiariam de protecção. Na exportação as cuecas beneficiariam de restituições à exportação calculadas de forma idênticas aos direitos, mas que seriam diferenciadas em função dos preços dos países de destino. A sua concessão implicaria a prova de importação e consumo nos países declarados, pelo que todos os anos iriam inspectores comunitários aos EUA ou ao Zimbabué para conferir se as cuecas que beneficiaram de restituições estavam a ser vestidas pelos nativos, ou se tinham sido desviadas para outros destinos. Se funcionou com a agricultura, porque não haveria de funcionar com os produtos têxteis e, em particular, com as cuecas. Ainda tinha a vantagem de na hora dos protestos os produtores de cuecas não usarem tractores.

Foi à 2ª mas deu para entender. E você!!??

Uma antevisão do dia do Trabalhador

Matrix: o novo pensamento político

  • Julgo que se está afirmando na sociedade política portuguesa um novo padrão de pensamento, uma espécie de nova linguagem. Desta feita aplicada aos "velhos" de Portugal, ou melhor, aqueles que têm agora de percorrer um caminho mais longo na estrada de Damasco para atingir a reforma de milhares de tugas.
  • A forma como se faz um debate parlamentar para parir um ratinho é impressionante. Todo um debate para dizer que velhos e aqueles que para lá caminham à sombra do funcionalismo público, têm agora de trabalhar mais, contribuir mais e sofrer mais nessa trajectória penosa.
  • Mas a novidade não consiste nesta esmifragem política contínua, que alterna entre os governos do PS e do PSD. A novidade, creio, está na matriz de pensamento que conduz a política na actual "sala das máquinas" socrática. Confesso até que Sócrates me saíu bem melhor do que a "encomenda"; é inteligente, rápido, teso, truculento, altamente disciplinador, invectiva e farpeia quando necessário, enfim, tem estaleca parlamentar - embora não tenha a cultura política nem um discurso tão estruturado quanto Guterres, seu mentor. Mas também é menos "choninhas" e decide mais rápido do que a dialógica guterriana. Mas o ponto não é esse.
  • O nó górdio decorre da tal matrix de pensamento de que aqui me ocupo..., uma vez que é sempre a ideia ou o pensamento que precede a concretização duma acção. Aqui o Marx fica sempre a perder para Hegel, que o virou de pernas para o ar, como sabemos.
  • Por exemplo, se Jorge Coelho diz -: "Vou fazer o jantar e a sobremesa ao meu "patrão"; essa ideia precede sempre o trabalhinho que tem na sua preparação, ié, comprar os alimentos para que Coelho - quando estiver na cozinha de avental e toca branca qual padeira de Mafra - possa confeccionar tudo, um pouco "mal e porcamente" - como costuma fazer num programa de "circunferência do quadrado", como lhe chamaria o amigo Zeca da Nau.
  • Imaginemos agora que Coelho, além de ser o cozinheiro de Sócrates é também industriado a ir comprar o casaquito Armani ao sr. PM. Ele terá de visitar muitas lojas da especialidade, mas nada de rua dos Fanqueiros onde estão os manequins já com o gesso partido... Não, nada disso!
  • Ou até antes de pintar uma tela - para oferecer a Sócrates; ou de conceber para ele uma planta para a sua nova vivenda. Tudo isso implicará um trabalho prévio que já não reporta ao simples cozinheiro mas também envolve o estilista Augustos Coelho, ao arquitecto Cisa Coelho, o pintor Picasso Coelho e por aí fora - até esgotar o quadro de possibilidades, exaurir o leque de gostos e de preferência do "patrão", neste caso o sr. PM. José Pinto Sócrates.
  • A ideia na política é, no fundo, esta: qualquer projecto de reforma ou outro - que vise crucificar meio mundo mas que também se chame "reforma", deve depender da criação duma imagem da forma que se pretende transmitir dessa mesma política. Por consequência, se o PM tem de "sacar" mais aos funcionários públicos, ou seja, prolongar mais o seu tempo de trabalho, onerá-los mais nesse percurso profissional, só terá de fixar uma imagem política de que quanto mais se viver-para-trabalhar mais felizes seremos. Será, com efeito, essa ideia de felicidade - do homem que trabalha por gosto até aos 90 anos - que funcionaliza essa corrente de energia física que molda a tal imagem política desejada. Tudo, claro está, para facilitar a "reforma".
  • Por isso, já se está a imaginar o trabalho de Coelho quando pretende ser muita coisa ao mesmo tempo: cozinheiro, estilista, pintor, arquitecto wherever... Talvez porque alguém lhe ofereceu o livro do Desassossego do Pessoa - qui ça à porta do Galeto, e ele, claro, confundiu as estações e depois amalgamou tudo na política intestina do burgo.
  • Mas, na realidade, pretendíamos aqui pedir ao PS para mudar de cozinheiro, estilista, pintor... Ou então, o que é mais difícil neste momento, - mudar o cenário.

PS: post dedicado a todos os amigos e amigas do PM que ainda não viram Matrix e que dispensam cozinheiros

Uma interrogação suspensa nos átomos

SANTANA LOPES CONSULTOR DA EDP? (in Jumento) Informa a revista FOCUS que Mexia contratou Santana Lopes para consultor da EDP a troco de 10.000 euros mensais. Nada tenho que ver com a gestão de uma empresa privada nem com a forma como pratica beneficência e só fica bem a Mexia ajudar o seu velho amigo a sustentar-se, que deve ter razões de queixa é o Marques Mendes que com muito mais trabalho nunca chegou a primeiro-ministro nem te quem lhe dê de comer. Todavia, é um momento para lembrar o que se dizia das empresas públicas, isto é, afinal os monopólios privados gasta o dinheiro tão mal como os públicos, pelo que este é mais um exemplo de como é falso o velho dogma da suposta superioridade da gestão privada. Resta-nos dar os parabéns a António Mexia, revelou-se um Robin dos Bosques à portuguesa, anda a roubar aos ricos para dar aos pobres.

sexta-feira

Interpretação prática da Bíblia, por uma foca

Após centenas de anos - o homem ter desrespeitado os mandamentos da Bíblia - eis que agora as focas fazem a sua revolta para se libertarem dos velhos bárbaros. Decidiram ir à luta e afirmar, de igual modo, as suas convicções, os seus direitos...
Há quem diga que kant também já havia teorizado esta questão no séc. XVIII. Uma qustão candente vertida no simples comando normativo-bíblico (mas raramente respeitado) que diz: Não trates os outros..., o resto vocês sabem!!
  • Adenda: afinal, as focas jamais cometeriam tamanha injustiça. As focas também não têm braços. Nos países dos 3As - África, Ásia e nas Américas quantos homens, quantas mulheres, quantas crianças e idosos são pasto constante para os predadores!!! Só na África sub-saariana morrem milhares de pessoas embuscados por felinos e crocodilos. Também já não se fazem tantas malas de pele... como dantes, é verdade! Conclusão: o maior predador do homem é o próprio....

Teoria da relatividade du Grand Sagesse

REFLEXÃO DO DIA - JÁ - PRIMAVERIL-Ó-VERÓNICO O asceta, o amante e o cão têm pontos de vista diferentes sobre o corpo de uma mulher: para o asceta é um cadáver; para o amante uma amante; para o cão um bom pedaço.
Traite de la Vertu de la Grande Sagesse

quinta-feira

"Ai éve a drime": to be opac or not to be transparent

Nem sempre temos de falar no Sócrates nem no governo, ou no Cavaco, ou na crise que já é recessão, ou nos favores de dona Constância a partir directamente do BP. Ou desancar naquilo que já não existe políticamente, Lopes. Ou na pedofilia da estação da Tvi, ou... Não!! - há noites diferentes. Há noites levitadas. Noites que parecem mostrar-nos a natureza da eternidade, essa linha de que só conseguimos pontuar mui pouco, pondo lá um grão de areia verdadeiramente invisível, quase insustentável, tamanha a sua leveza. É sobre esse grão de areia que este post versa. Isto implica sabermos que dentro de nós existe um assembleia de heterónimos (expressão que inventámos precisamente para dedicar a F. Pessoa - seu maior ilustrador em Portugal) que nos empurra para a parede. Mas não é para depois termos aquele comportamento que as crianças autistas (pendularmente) desenvolvem, Não! Nem sequer é para ofender os judeus ante o Muro das lamentações - que em Portugal ainda são maiores e piores. É, antes, para tentar demonstrar a razão da nossa existência. E hoje descobri, ou pensei ter descoberto, que a "coisa" se explica, em boa medida, através do mecanismo que passarei a descrever e que responde pelo nome de - opacidade à transparência. É óbvio que isto se aplica a muita blogosfera que usa máscara, quer dizer, está no teatro permanentemente. A minha máscara é, apenas, a minha cara, o meu nome, se bem que até ela por vezes me surpreenda. Mas vejamos como aqui se procura desmontar essa noção de rae presentare - i.é, tornar presente o que está ausente, conceito esse depois levado do teatro para a política e depois deu no que deu: nos parlamentos (representativos) que temos, com todos aqueles senhores usando abusivamente da máscara, porque estão mais ausentes do que presentes. Embora a presença reflicta, em inúmeros casos, a mais grave das ausências. Talvez por isso não mereça ir a tanto lugar. Talvez!!! Mas o ponto é este nesse efeito de passagem da Opacidade à Transparência: no início dos tempos a luz emitida pelo universo era imediatamente (re)absorvida e não tinha possibilidade de chegar até nós, até à Terra. Foi essa opacidade que limitou o nosso campo de visão, tirou-nos até a esperança de ver o próprio Universo. Mas depois da emissão dessas luzes e dessas radiações apareceram as palavras, alguma velhaquinhas, outras mais bondosas. Foram elas que vieram dar algum sentido ao caos do mundo, foram elas que trouxeram alguma ordenação e transparência. Algumas até são mais belas do que uma flôr, ou uma mulher - que como é sabido - são portadoras de surpreendentes espinhos. Algumas, algumas!! Aqui chegamos ao nó górdio do jogo que explica a opacidade e a transparência. Aqui chegamos aos campos sociais que se contrapõem, que se neutralizam quando não se agridem. Eis a transparência das palavras, e assim como o vidro é transparente porque a lux passa através e volta a sair para o exterior - também algumas palavras têm essa função de irem e de regressarem, por vezes com dualidade e ambivalência extrema - que já nem sabemos se o pensamento que tivemos cai nessa sua quadratura de significados. Assim como se desconhece para onde o universo é transparente, também não podemos precisar - como um relogoeiro - até que ponto as palavras são precisas. Andam lá perto, são mais ou menos, mas nunca são a máxima potência do que vemos ou imaginamos, daí a necessidade doutras linguagens. Doutras capas, doutras máscaras, por vezes até doutros vested interests - outras vezes só vested - (sem interest). Olho-me dentro da galáxia e logo percebo que não passa dum ponto - só visto ao microscópio (e não no macro), e nem é necessário estender o raciocínio ao universo, basta centrá-lo aqui - na blogosfera. Mas é dentro desses infímos pontos, nos seios de algumas dessas máscaras, que se desenvolve a nanotecnologia do nosso Ser. Creio mesmo que é dentro dessas fracções cujas identidades são mais ou menos assumidas, algumas aos bocheixos, aos solavancos, às empurradelas, como quem só consegue pensar dentro dos eléctricos antigos que percorriam Lisboa inteira, que emergirão novas galáxias do pensamento. Quais superenxames peregrinando pelo mundo, sempre vazio, sempre frio, até no Verão. No fundo, transparente e eterno é o universo caminhando em direcção ao futuro, e não nós nele.. Apesar das nossas ilusões. Não passamos de seres opacos apesar d'alguma transparência logo turvada pelos raios de luz que se interpõem.
  • Este post é dedicado a toda a blogosfera: a que usa máscara e a deixar cair - de quando em vez; e aqueles que não têm máscara apesar de saberem que a vida não passa dum Carnaval: Ser ou não ser Eis a ficção... Bem haja Guilherme.
  • Ofereça-se à blogosfera - à que usa "escudo" - o Livro do Desassossego de F. Pessoa. Promova-se a aplicação da medida junto dos gaminetes dos ministérios integrados - da Educação, Scientzia e "Kóltura" - e cometa-se aos contín(u)os - hoje técnicos de acção educativa (se é que a semântica já não mudou outra vez) - a tarefa de os distribuir às entradas das escolas secundárias, universidades, à boca do metro, prédios de frequência duvidosa (nestes casos com a anuência ou, se possível, com a cumplidade estratégica das porteiras) salões de Jogos (o "Vergas" - é um belo antro de.... alí ao Rato - refiro-me ao Liceu Pedro Nunes onde andei - e não ao sótão da sede do PS onde alguns socialistas conspira(v)am contra outros socialistas). Depois já poderão dizer todos - antes de morrerem e em uníssono - Não sou nada... Sou uma ficção - e rezarem uma mesinha de agrado a Álvaro de Campos.
  • Ofereça-se também exemplar do dito ao PM - apesar de ser um homem inteligente, e nunca precisou de conspirar (contra Guterres..), eram amigos.
  • Quem não gosta do queijo de Castelo Banco (qmêta) o dedo no... ar!!

quarta-feira

A República está em perigo.. Vem aí outro choque

  • No Relatório de Segurança Interna do ano passado, o SIS concluiu que há cada vez mais jovens a aderir ao movimento nacionalista e que a internet e as claques de futebol são os principais meios de angariação de militantes. No ano em que os grupos nacionalistas apostaram em manifestações de rua, para se darem a conhecer e angariarem ‘adeptos’, o SIS concluiu que, apesar de estes grupos não constituírem uma ameaça à democracia, são já “um factor de risco efectivo para a segurança interna, no tocante ao incitamento e promoção da violência política e racial”. A própria temática das “campanhas de propaganda e das manifestações públicas” tem o único objectivo de “adquirir credibilidade e de alargar a base social de apoio”. O ano passado, as grandes manifestações promovidas pela Frente Nacional – uma organização com militantes ‘skinheads’ que integram a Hammerskin – subordinaram-se a temas contra a criminalidade e a imigração e a entrada da Turquia na União Europeia. No Relatório de Segurança Interna, o SIS manifesta especial atenção às claques de futebol, por considerar que os grupos de cabeças-rapadas continuam a investir nos meios ‘hooligan’, “com efeitos directos no agravamento da violência planeada e enquadrada por objectivos políticos no futebol nacional”. As formas de recrutamento não se limitam aos estádios de futebol. Cada vez mais jovens aderem à extrema-direita através da internet – onde proliferam as salas de conversação, as páginas temáticas e os blogues de inspiração nacionalista. Também é através da internet que os grupos extremistas anunciam almoços, encontros, concertos de música, debates e os seus ‘feitos’ na rua. (...)
  • (...)
  • Confesso que fiquei apreensivo com aquilo que todos nós já sabíamos. São os relatórios de Prima-Vera. Temos de mostrar algo, nem que seja para justificar a nossa existência. Sucede-me o mesmo. No entanto, é compreensível que os serviços de segurança da República (os civis, neste caso, pois não sabemos se os militares já foram extintos ou fundidos...) procurem acautelar não só a segurança das pessoas e bens em território nacional, como assegurar a sua própria capacidade de produção de Relatórios sobre ameaças imediatas ou veladas, perigos latentes e imediatos. A sua credibilidade perante o governo e a sociedade passa precisamente por aí. Se conseguirem produzir informação com espessura política e utilidade social - os Serviços saem fortalecidos; se for (mais) um Relatório anual, tipo intervenções ora adoçicadas ora amargas à la carte - em linha com modelo de plasticidade Constâncio para os assuntos económicos - , a Intelligence sai como entrou: cabisbaixa. E daí decorrem menos influência junto do governo, menos recursos financeiros, logísticos e outros que apoucam os serviços aos olhos da sociedade, como que antecipando o seu desmantelamento. Mas fazem falta. Muita falta. Hoje, com a globalização (lá está"!!! sempre ela) o perigo espreita em cada esquina das nossas cidades, em cada biela há um gang que não vemos, um perigo oculto, um efeito-perverso, um génio incompreendido e um justiceiro anónimo (ou anódino) só para citar um grande expert em informações e afins. Amigos e conhecidos até já têm receio de ir à noite ao CCColombo. Outros só se arriscam ao CCBelém, e é por causa das condições de segurança suplementares criadas para proteger a colecção e a fortuna de Joe Berardo. Há mesmo quem defende que é para proteger as pessoas que moram na rua da Junqueira, Belém, Algés-e-Dafundo. Aqui a doutrina divide-se e a sociedade fragmenta-se. Enfim, cuidados e caldos de galinha... nunca fizeram mal a ninguém. E o SIS tem de fazer o seu Relatório de Prima-Vera. Com a segurança, não se brinca... E quem se mete com o PS, na linha do filósofo J. Coelho - já sabe: "leva". Seria muito desgradável marcar, por exemplo, um rendez-Vous com uma amiga que até pode vir a ser a futura Primeiro-Ministro de Portugal - e, por razões de segurança, de forma tão inesperada quanto ridícula, escaparmos a essa ameaça dos gangs porque nos pisgámos em direcção ao santuário do Mosteiro dos Jerónimos. Isto, a suceder, é que seria lamentável. Pergunta-se, para concluir, por que razão emergem aqueles personagens neste contexto. Com efeito, o comportamento dos gangs da Bola (eu pensei que fossem falar no Pinto da Costa e no sr. Loureiro, escapa-se-me o seu 1º nome..), convoca a necessidade urgente de sabermos quem na realidade somos. Daí a utilidade dos esclarecimentos de Fukuyama e, especialmente, de Samuel Huntington (un-tín-ton versão gaulesa) que aparece ali com duas caras, apesar de ser o mesmo: antes de ter lido o artigo de Pacheco Pereira em que identifica, adjectiva e caracteriza Portugal através da blogosfera; e depois de efectuar a sua leitura. De facto, Huntington adverte-nos que podemos estar à margem dum "choque de civilizações". O outro, o Fukyama, também falou no fim da História e do último homem. E eu estou aqui a pensar num título igualmente sonante para encher os bolsos de dinheiro, talvez me abalance para uma versão similar, do tipo: o recomeço da História em Belém; quem somos já eu sei há muito.. Se me permitem, diria mesmo que esse "choque" remonta à fundação da nacionalidade em que o filho começou por bater na mãe, e hoje a mãe bate nos filhos, ou melhor, andamos todos a bater uns nos outros. Será esta a configuração do choque tecnológico a que o sr. PM nos votou? Ou isto é só o caminho para a felicidade - sem gangs e sem pessoas a chamarem-nos nomes a torto e a direito a propósito da blogosfera? Enquanto o paraíso não chega à terra resta-nos avaliar bem o sentido epistemológico-facial de Huntington, a fim de compreendermos se estamos ou não todos seguros. É que eu ando para ir ao CCB ver a colecção do Joe Berardo e ainda não sei se devo ou posso. Eu não sei, mas o relatório do sis é capaz de saber!!!

Tradição e Revolução

Duas notas prévias:
1. Este livro é uma ferramenta de trabalho verdadeiramente indispensável. Não apenas porque (históricamente) permite compreender as revoluções do passado, mas também porque porque permite compreender as (tendências) das revoluções do futuro. Combina vários métodos de surpreender o real, desde o histórico ao jurídico, do sociológico ao politológico. Funciona ainda como potente motor de busca - tipo enciclopédia - e comporta uma cobertura geo-temporal que vai dos sécs. XIX ao XXI. Embora nunca perca o essencial que é a busca duma Caracterização do Portugal Contemporâneo.
2. Perguntamos: por que razão evocar esta Obra novamente (?) apresentada por Marcelo Rebelo de Sousa em 2005.. Porque estamos a (re)viver mais um 25 de Abril.. É curto!!! Na maior parte das vezes pouco importa o nome que damos aos acontecimentos históricos. Mas, pelo menos, o autor deste trabalho reveste-se de considerável significado prático (enciclopédico). Por ex., Crane Brinton comparou os factos ocorridos na Inglaterra do séc. XVII, na América do séc. XVIII, em França em 1789 e na Rússia em 1917. Por esse caminho Brinton demonstrou que todas as revoluções têm uma anatomia própria. Podem ser investigadas na origem não só das suas causas (passado), mas também em função do curso que assumem (futuro). No fundo, todas elas arrancam com uma "lua-de-mel" e depois, bom depois!!! - são como os casamentos - passe a analogia: tudo se estraga, até o passado (bom ou menos mau). Mas é à medida que o caminho é desbravado que ficamos no meio da ponte, i.é, hesitamos em qualificar inúmeras situações de uma revolução (quando as dinâmicas sociais partem de baixo para cima) ou de refolução (conceito do historiador britânico - Timothy Garton Ash) - quando as dinâmicas partem, ao invés, de cima para baixo. Claro que isto é relativo. Todavia, fica a sugestão acerca de que estádio é que hoje Portugal, bem como os países da Europa, se enquadram perante tais dinâmicas sociopolíticas neste carrefour da globalização competitiva. O que é hoje, afinal, um governo neoliberal de esquerda? e um governo neoliberal de direita? Será que isto afasta mais ou faz convergir Sócrates e Cavaco para o mesmo "caldeirão" do "João ratão" da "política à portuguesa", segundo a fórmula do Arqº José António Saraiva? Estes e muitos, muitos outros fatal-concepts podem ser identificados nesta Obra que se não puder ser comprada sugerimos seja imediatamente "furtada".
  • Deixamos o ciberleitor na companhia do próprio resumo do autor, José Adelino Maltez, autor do blog - Sobre o tempo que passa. Um império que já não há, uma língua que é futuro, dois regicídios, outros tantos magnicídios, três guerras civis, campanhas de ocupação e guerras coloniais em África, uma permanente guerra civil ideológica, três bandeiras, uma guerra mundial, seis constituições escritas, sete presidentes eleitos pelo povo, oito monarcas, a separação de nove Estados independentes e, muito domesticamente, quinze regimes, com duas monarquias e três repúblicas, sem que voltasse D. Sebastião, apesar dos heróis do mar e do nobre povo. Mais: oitenta eleições gerais, cento e vinte e tal governos, 13 233 dias de salazarquia, duzentas turbulências golpistas, cinco revoluções, outras tantas contra-revoluções, com restaurações, nostalgias, utopias e reviralhices. Oito dezenas e meia de chefes de governo, cerca de meio milhar de partidos e facções, várias congregações e outras tantas maçonarias, muitas fragmentações de um todo que resiste, com mais de cinco mil factos políticos seleccionados. E sempre a frustrada modernização de um Portugal Velho que quis ser reino unido e armilar, entre antigos regimes e jovens democracias. Graças à balança da Europa: desde El-rei Junot ao estado a que chegámos, com passagem por Évora-Monte, Gramido, Ultimatum, Grande Guerra, neutralidade colaborante, Vaticano, CIA, KGB e integração na CEE. Sobretudo, um povo sem rei nem lei e até sem sinais de nevoeiro.

  • Afixe-se na vitrina do Parlamento (não confundir com Barlavento algarvio conexo às férias antecipadas dos senhores deputados) na esperança de que os mesmos, e a generalidade da classe política, possam lavar (bem) a cara. Para aqueles que ainda a têm, óbviamente...

(miserável) Natureza humana

E porque hoje é Dia da Liberdade - importa uma afinação na aparelhagem linguístico-semântica, para melhor nos vermos ao espelho das nossas palavras e compreendermos melhor "as miserandas personagens" que plulam por aí, anafadinhos, de olhar transloucado e sobranceiro, quais dâmasos a fingirem-se de Carlos Eduardo que depois terminam a carreira na cama a copular a própria irmã, a nossa querida Maria Eduarda. Então, em novecentos, Portugal já estava doente; hoje, no III milénio, doente estamos. Com a agravante de que hoje os sinais dessa sífilis epidémica nos chegam também da sociedade virtual, que é onde estão os pulhas, os perversos e os justiceiros anónimos (ou anódinos, não percebi bem!!?
Reflitamos, pois, as Palavras Cínicas, certeiras, com uma cobertura semântica que vai da esquerda chique e caviar ao velho maoismo disfarçado de liberalismo com preocupações sociais.
Leiam Albino Forjaz de Sampaio. Leiam-no aqui, porque senão o fizerem vão sempre sentir que o quadro mental e cultural destes novos bárbaros culturais, que pululam no triângulo Bruxelas-Lisboa-Porto (e arredores) ficará sempre incompleto, ou seja, ficará sempre em regime de meia pensão, e nós, verdadeiros portugueses, homens e mulheres de bem, que não parasitamos nem o Estado nem a Europa, muito menos a comunicação social (antes contribuímos para ela aqui com as nossas ideias) queremos é um regime de pensão completa. Especialmente, se for a Europa de todos nós a pagar, não é verdade!? Pois então "cão" vai, na linha da sistematização bem lembrada do blog Cão com Pulgas: "... Aqui, para triunfar, é preciso ser mau, muito mau. Sê mau, cínico, hipócrita e persistente que vencerás. (...) Não ames nem creias. Todo o homem que ama é homem perdido e todo aquele que crê nunca será ninguém. (...) Vem, mas vem cínico. Triunfarás, terás oiro, amantes, mulheres, o diabo..." [Palavras Cínicas]
Dedicamos este blog a Albino Forjaz de Sampaio e ao pensador Agostinho da Silva.
Retenham bem esta ideia: lá porque cometemos um crime do esquecimento e da omissão no passado (hoje bem lembrado), não quer dizer que sejamos todos - e ao mesmo tempo - os grandes perversos e ocultadores de novo na história da cultura e da literatura. Ou seja, não devemos esquecer, porque esquecer é omitir, e omitir, sob certas circunstâncias, é matar. E quando (nos) matamos, ou é porque somos estúpidos, ou porque cumpliciamos autofágicamente a nossa própria destruição em favor dos abutres!? Maiores estúpidos ainda...
  • Leiam Albino Forjaz de Sampaio. Comprem-no pela Primavera, apesar dos relatórios Constâncio, OCDE e FMI; comprem-no no Dia do Trabalhador no dia 1º de Maio; abram a temporada de Verão com ele debaixo do braço e o bronzeador no outro; ofereçam-no no Natal aos vossos amigos e aos outros que não Vos são NADA e vegetam nas valetas dos jornais e das estações de teledive$$$$$timento. Ofereçam-no a P. Pereira - o homem que tem uma paixão: a paixão pelo nada. Mas, por amor de Deus, leiam Albino Forjaz de Sampaio. Porque lê-lo significa, tão só, matar o abutre que há em nós. E nos outros..., os amantes do Nada.
  • Aleluía brother

terça-feira

Dez milhões à procura do 25 de Abril

Esta imagem dinânima foi picada em Ginja Silver Spaces Embora ele também não diga donde a sacou. Será produção caseira? Image Hosted by ImageShack.us Temos aqui um problema operacional: aquela cabine de vigia, que nos manda com carvão para a vista de segundo a segundo, um pouco como a "xusma" (ou "chusma", mas escrito assim xusma - poupa-se uma letra..) de deputados na AR, é pequena demais para tanta gente. Na prática, o 25 de Abril vem dizer-nos que somos muitos para tão pouco espaço e recursos neste rectângulo encravado entre a terra e o mar. E eu a pensar que, afinal, éramos tão poucos para tantas oportunidades, projectos, sol, praia e sonhos entre outros toucinhos do céu... Enfim, mais do que o nó górdio de Abril, que anualmente se coloca, como aqueles rituais simbólicos da morte lenta que é uma valsa profunda como diria o José Cardso Pires que já lá estána terra da verdade), julgo estarmos diante um problema meta-físico. Ou então é só meta, ou só físico.
  • Seja como fôr, esta miserável reflexão, como diria o nosso amigo Paulo Príncipe Cunha Porto (que agora tem novo blog, o Calma Penada , pudera com um nome requintado destes!!!), é dedicada aquele senhor idoso que infra ostenta a Rosa, cravado de penduras à cintura - que desconhecemos se o amparam ou se o parasitam ainda mais...), mas que olha em frente com muita, muita dignidade!!! Foi esse olhar em frente e para cima que me sensibilizou. Por isso, para ele - mais para o autor desconhecido que o fez ou "fotomontou", segue aqui a minha admiração e gratidão. Afinal, um dia seremos todos velhos. Só não sabemos é se conseguimos caminhar e olhar como aquele Homem...

Abril, again...

Olha-se para esta emblemática foto com 32 anos de Democracia e vê-se lá (quase) tudo:
  • O Estado sempre pronto a sacar
O Estado sempre pronto a cobrar
O Estado que não ampara
O Estado irresponsável
O Estado-mercado
Pensei, do apeadeiro da minha ignorância, que estas três décadas de democracia servissem para gerar um:
  • Um Estado-social amigo do cidadão
  • Um Estado social e responsável
  • Um Estado regulador das assimetrias sociais
  • Um Estado pequeno, racional, eficiente e produtivo
But..., há sempre um "mas", o contexto e a cara daquele velhote (que será a nossa daqui por uns anos) é mais expressiva do que os manuais e os constituintes e a xusma de deputados que hoje lamentavelmente temos; ela diz-me que aquele texto a vermelho continua a sangrar; e as promessas a azul aguardam melhores dias... Como a cor dos céus. Tem dias.
Sera isto Abril? Ou será que o texto a azul já comanda o processo? Talvez algum engenheiro com o nome de filósofo nos possa elucidar já amanhã ou depois...

Este blog é dedicado à blogosfera que...

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... Procura pensar e reflectir alguma coisinha. E, sobretudo, àqueles homens e mulheres que já aprenderam que só há uma única maneira que justifica que um homem olhe outro de cima para baixo: se fôr para o puxar para cima...

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Esta imagem dinâmica foi extraída do blog de Ginja Silver Spaces - que lhe dedicamos
E também a um amigo consistente e já mui especial que anda por aí a escrever genialmente - com ou sem pernas. Para ele - V. Sudjansky - segue o nosso abraço. Até porque Life goes on... Image Hosted by ImageShack.usImage Hosted by ImageShack.usImage Hosted by ImageShack.us

segunda-feira

Cinismo e Paixão: as motivações de Pacheco Pereira

  • LEITURA CRÍTICA AO ARTIGO DE PACHECO PEREIRA: A FAUNA DAS CAIXAS DOS COMENTÁRIOS, in Público de 20 de Abril de 2006 e publicado nesse mesmo dia no blog Abrupto

Antes de expendermos algumas críticas à posição ao artigo de Pacheco Pereira (PP) e à forma como ele meteu todos no mesmo saco, e ninguém gosta de ser misturado, nem os gatos nem, porventura, PP, presumo!! é útil resumirmos aqui algumas das passagens, relações, conexões, determinismos e factos que o autor apresenta para sustentar a sua tese, muito discutível, aliás, tratando-se do país em que estamos: Portugal
  • Diz ele que "a rede está a mudar tudo, a criar coisas novas" (...). Refere o caso dos Phishing, cyberstalkers, entre outras atitudes criminosas. Não me admiraria que ele invocasse a quantidade de crimes por minuto em N.Y., depois de fazer (ou sugerir) semelhantes extrapolações para a sociedade portuguesa. À partida, cremos que PP recorre a estes factos para alarmar e, assim, preparar o terreno para afirmar o que pretende dizer depois. À semelhança de quem quer impressionar uma dama, antes oferece-lhe uma rosa, depois fala-lhe ao ouvido. E às vezes resulta... Sucede, no caso vertente, que PP deu-nos com um cravo cheio de espinhos. Qui ça já a pensar no 25 de Abril...
  • De seguida vem mais uma desgraça: uma menina de 10 anos que é assassinada por um blogueiro criminoso. Pensei para comigo: provavelmente, este tipo já era um criminoso em potência antes de se meter na blogosfera.. Também aqui os efeitos sugestivos de PP são tão escorregadios quanto perigosos, precipitados e abusivas. Pacheco manipula a realidade a fim de reproduzir mais realidade. Conclusão: Pacheco é um "construtor" de realidades!!! Mais uma vez, PP recorre ao expediente do alarme social made in states - wherever - para o aplicar, ainda que subtilmente, ao caso social portugês - povoado por um bando de anónimos que não o gramam porque, no seu entender, ele não linka nem tem caixa de comentários disponível e, assim, evita receber o ciber-lixo de todos nós, ímpios e infames, "perversos e frustrados". Eis a semântica, eis a gramática, eis a estrutura e encadeamento lógico de Pacheco Pereira no séc. XXI.
  • Acho que nunca ninguém em Portugal enxovalhou tantas pessoas em tão pouco tempo via internet, como PP. Escreveu um artigo no Público e consumou essa ofensa colectiva duma só vez. Hoje, a esta luz, chego mesmo a supôr que PP não usa a sua caixa de comentários nem tem links com medo que lhe aconteça o mesmo que à menina de 10 anos!!! A circularidade deste tipo de argumentos, creio, levam-nos, pois, à circularidade destas igualmente "brilhantes" conclusões. Costuma-se dizer: para respostas estúpidas, perguntas estúpidas!! Hoje percebe-se, percebemos todos - após leitura do seu artigo no Público, como a sociedade lusa está tão perigosa como N.Y., S. Paulo, Rio de Janeiro ou outras megapolis do crime mundial cuja geografia PP conhece bem, e se encontra condensada num palmo de mão via internet. Este rigor "pachequiano" deixa-me estarrecido, confesso!!! Assim, nem J. Coelho o entende naquela "circunferência do quadrado".
  • Mas isto não é tudo, porque as novidades - que já toda a gente sabe - prosseguem na sua douta agenda moralizadora, qual frade Savonarola.. São os "rastos da rede", altamente mortíferos, segundo PP. Ainda acaba contratado por Paulo Teixeira Pinto para identificar os haeckers que entram nas contas do millenium para sacar dinheiro ao banco de Jardim Gonçalves... Bom, e daqui Pacheco salta para a "cereja do bolo" que pretende, verdadeiramente, atingir: O Espectro: um blog-meteoro de Constança Cunha e Sá e Vasco P. Valente que granjeou notoriedade em dois meses e depois fechou. Também isto foi um "belo" contributo que aqui me dispenso comentar por o achar tão óbvio quanto lamentável. Mas este é, de facto, o nó górdio de Pacheco Pereira. Aqui reside a sua "pedra no sapato", aqui mora o seu "calcanhar de aquiles", embora ele doure a pílula como melhor sabe e pode a fim de ocultar o alvo que visa fulminar: o Espectro e os seus dois autores - Vasco Pulido Valete e Constança Cunha e Sá. Mas é, de facto, no perfil, função e comportamento desse blog que fixou, ou melhor, obcecou PP - nesta cruzada moralizadora que acabou por atingir, de forma indiscriminada, o conjunto da blogosfera. Julgo que isto é errado!! Sendo PP um homem inteligente, culto e experimentado, goste-se ou não dele, pergunto-me por que razão fez tamanhas conjecturas, críticas quase a roçar a ofensa e a humilhação??? Porquê??
  • Até parece que PP não é de cá.. Nós, pela sua leitura dos acontecimentos, é que integramos o manhoso conceito de "aldeia global" do canadiano M.Mchluan; ele, certamente!!! é de Marte, ou de Vénus.. Será que ele se considera um "deus", sempre acima de qualquer crítica? Se assim não é, porquê tanta sobranceria relativamente aos outros - dentro e fora da blogosfera?? Também aqui teremos de ser tolerantes para com ele. Teremos de dispôr de um Evangelho só para PP - a integrar a Bíblia numa próxima Pastoral. Talvez já em Maio próximo.
  • Depois vitupera mais um pouco a blogosfera e diz que Portugal está povoado por gente "perversa, ácida, infeliz, ressentida" etc. Bom, eu pensava que já éramos um pouco assim, mormente a crise económica e social actual, independentemente da blogosfera!? Aliás, se o PP tivesse dois palmos de história antes de fazer aquele artigo - que julgo de iniciação ao jornalismo e de sociologia dos media - que tresanda mais a vendetta contra o Espectro e os seus dois autores (CCS e VPV), teria consultado um "livrinho" muito conhecido entre nós que dá pelo nome - "Os Lusíadas". E aí o "genial" Pacheco teria compreendido, de ciência certa, que nós, os tugas, sempre nos destacámos - lamentavelmente - por sermos invejosose e maledicentes. Mais cá - intra-muros - do que lá "fora".
  • Aliás, é até com essa palavra - "inveja" - que Luís Vaz conclui a sua Obra-prima. Uma "prima" que Pacheco deveria ler ou reler, tamanha é a vastidão das sua "kóltura". Mais que não fosse para compreender, do alto da sua vã ignorância, que também a tem em quantidades abruptas, que no tempo de Camões ninguém blogava, nem o Bill Gates, presumo!!! Portanto, a sua tese, que é genéticamente manhosa e inquinada ab initio - dado que pretende atingir duas pessoas através da blogosfera, e acaba por atingir milhares delas com um artigo no Público, enferma deste vício de forma e de conteúdo. Que decorre da profunda injustiça e insdiscriminação em que "arruma" todos os blogers no mesmo saco, excluindo-se ele próprio dele por lhe estar acima e/ou ser superior. Só por esta atitude de soberba já acho que PP deveria fazer um pedido de desculpas público. Ficaria bem até se o fizesse no seu próprio blog, o Abrupto. Seria até uma forma de se reconciliar com a blogosfera e consigo mesmo. Será que tem coragem para isso? Fica a sugestão. Não foi ele que creditou méritos a Freitas do Amaral só por este se dignar a explicar públicamente a propósito da questão dos imigrantes portugueses no Canadá...
  • Ou será que ele, de forma subtil, também nos quis dizer a todos, que somos uns lorpas invejosos e perversos, só pela circunstância de não termos assento no Público, na Sic notícias onde ele discute alta política com L. Xavier e J. Coelho?! Não quero crer nisto. Ou ainda por não termos assento na "gamela" do Parlamento Europeu onde se ganha 2 mil cts mÊs!? Creio que não!!! Será que aquilo que PP nos quis dizer também passará por aí???. E, por extensão, também nos lembrou a todos que cada livro que ele escreve são milhares de cópias vendidas, logo direitos de autor que só ele, enquanto Autor, tem. E nós, os tais perversos, não passamos dum bando de frustrados porque não vendemos tantos exemplares como ele. É óbvio que tudo isto está implícito naquele artigo manhoso, ronceiro, repleto de restolhos, sobranceria em cada parágrafo. Pelo menos, foi assim que o interpretei, salvo melhor opinião.
  • Por último, PP conclui que a blogosfera nacional assenta em seres com expectativas frustradas, qui ça por estarmos todos em crise, desempregados, frustrados e sem projecto. E porque vegetamos nesse declínio generalizado, PP quer vingar-se da sociedade portuguesa, da sociedade dos fracos, dos jovens e séniores que a constituem, dos quadros médios, intermédios e superiores, no activo ou não. PP dirige-se, em última instância, para cerca de metade do número de desempregados (250 mil) actualmente existentes em Portugal, que têm hoje um curso superior e não conseguem encontrar emprego ou integração socio-profissional. Nem a esperança dele... Pacheco, no fundo, vitupera, farpeia injusta e rudemente o chamado "jovem-recibo verde". PP, com ou sem vontade, atinge, na prática, milhares de jovens, que são o capital cultural e simbólico nas próximas gerações. Quando Pacheco Pereira for velho muitos homens de 30/40/50 anos haverão de lembra-se do conteúdo do seu artigo e, especialmente, a forma agressiva e aviltante que escolheu para o formular e redigir. Volto à questão: sendo PP o home culto, que domina o vocabulário - porque razão escolheu ser tão azedo e agressivo?
  • PP enxovalha todos e cada uma destas pessoas. Chama-lhes "perversos, ácidos, infelizes, ressentidos". Confesso que ao ler este role de humilhações que ele nos quis dirigir pensei, a dada altura, que nos apelidasse a todos de "filhos da p...", "proxenetas" (vulgo xulos), ladrões de autorádios, parasitas sociais e conexos" (estas aspas são minhas). PP, através deste seu artigo, foi verdadeiramente brutal injusto. Atingiu quem não devia atingir. Deveria ter discriminado as situações mais lamentáveis e não meter todos no mesmo saco. Há pessoas que não fazem comentários anónimos, há bloggers que - embora críticos, - não perseguem ninguém, e pautam a sua acção na blogosfera com ética, apesar dos erros que todos nós cometemos, certamente!!. Será que PP sabe disto? Se sabe, porque razão confundiu deliberadamente tudo e todos?
  • Vivemos, para concluir "as certezas" e correlações PP, com uma pulsão de morte, vegetando em caixas de correio, perseguindo pessoas, quais "génios incompreendidos, justiceiros anónimos". É isto que nos diz PP. É isto, objectivamente, que se pode ler do seu artigo. De "dentro" para "fora".
  • Vejamos agora o que nele se poder ler de "fora" para "dentro". Ou seja, qual foi, na verdade, a autêntica motivação de JPP ao escrever este artigo? Ou não fosse isto uma pequena aldeia global onde JPP não se revê... De certo, por andar lá por Vénus...
  • Porque razão um homem com tanto peso, cotação no mercado de ideias e análise social e política, cultura canaliza a sua ira, inteligência e talento para bater nuns milhares de ceguinhos de blogers? Qual a natureza desta vontade férrea de humilhação, de raiva até?
  • Por que razão o gigante se entretém a esmagar as formigas formiguinhas que vegetam em seu redor? Esta é a vexata quaestio que tentar compreendermos. É claro que há ali muitas verdades sobre os comentários e a blogosfera em geral. É claro que muita gente por não ter ideias algumas, não saber escrever ou pensar, se especializou na arte do insulto, da perseguição e o mais. Mas isso já nós sabíamos. Já era assim e continuará a ser depois de PP.
  • Então, por que razão PP resolveu acicatar ainda mais esses "cromos"do "toca-e-foge" (as aspas são minhas) - que o fazem quase compulsivamente no seio da blogosfera? Será que PP se deu ao trabalho de escrever um artigo no Público só para atingir esses "barra-botas" analfabetos que, no seu entender, nem escrever sabem? Creio que não. De forma simples e directa, serei tentado a dizer que há alí uma questão entre três senhores: Pulido Valente, Pacheco e a interessante senhora e jornalista - Contança C. Sá. Dois deles adoram-se, mas dois deles, pura e simplesmente, "odeiam" o 3º elemento elemento, sendo que este retribui o afecto como e onde pode - sempre que possível. PP é esse 3º elemento.
  • Portanto, em rigor quem deveria responder ou reagir a Pacheco Pereira não era a blogosfera em massa, mas os srs. Vasco P. Valente e Constança, autores do blog espectro entretanto desactivado, e que granjeou muitos votos, apoios, saudações e comentários. Uma coisa doentia, confesso. Pois até depois de desactivado continua a mexer. Como se um morto, passe a analogia, ainda desse festas, dançasse, cantasse, comesse bolos e bebesse champagne no club recreativo da terra. Por isso, dissémos aqui que essas "caixinhas de fósforos" de comentários são antros de instrumentalização "dos grandes" opinion-makers que não simpatizam uns com os outros, sem que os pequenos comentadores - porque estão alienados, pois só pretendem ser linkados e ficar deslumbrados com essa benesse dos deuses, se apercebam.
  • Por mim, confesso, nunca me guindei por esse tipo de motivações ou de cálculos. Com efeito, tanto Pacheco como os outros poderiam - se quisessem - fazer muito melhor nos respectivos blogs. Talvez um dia o venham a fazer a contento de todos. Talvez..
  • Mas regressemos ao essencial: qual a verdadeira e genuína motivação de Pacheco Pereira na formulação daquele pequeno ensaio de sociologia contemporânea? - com toques M. Castells - ainda por cima - sem o citar, como é seu hábito. Depois, ainda se pretende historiador!!! Terá sido um lapso metodológico? Ou foi mesmo vontade deliberada de omissão na fauna, perdão, na colecção de algumas fontes para redigir o artigo?
  • Mais uma vez direi aqui o que penso, sem entraves, nem coacções, nem favores. Sendo que o meu único objectivo, na medida do possível, é só um: tentar perscrutar a Verdade que também é a melhor forma de sermos Bons, Justos e homens Livres na polis. E as razões que encontro para PP ter feito aquele artigo, nos moldes em que o fez, são aqui sistematizadas neste decálogo. Vejamos:
  • 1) A felicidade consiste em ter um projecto, que se compõe de metas como o amor, a cultura, o trabalho, a realização completa de nós mesmos, enfim, alcançar a moderna felicidade. Pacheco tem tudo isso, excepto a felicidade. Daí dedicar boa parte do seu tempo intelectual a molestar os pobres blogueiros que aqui fazem mais num blog do que, porventura, ele numa semana ou num mês.
  • 2) Depois há ali um prazer sem alegria, um prazer em amarfanhar quem é mais fraco, uma apetência pelo puro espezinhamento. É o que ele faz rude e subtilmente at once com aquele artigo que ainda será de "Antologia"... E porquê? É que não obstante todo o seu sucesso, toda a sua notoriedade, todos os seus rendimentos, ele não está feliz e, como tal tal, foi coleccionando rancores, acumulando-os em pastas, em camadas - cuja explosão deveria ser só dirigido para aqueles dois outros autores que supra-referi. Mas não!!! Pacheco como não teve coragem intelectual de se meter com Vasco Pulido Valente, bate na blogosfera em geral, indiscriminadamente, no afã de resolver as suas mágoas, curar as suas feridas, carburar as suas explosões intelectuais, "matar" os seus recalcamentos e expiar as suas angústias. Tudo isso ele faz por interposta pessoa naquele lamentável artigo: a blogosfera. Esta é que acaba por ser a grande meretriz, além da globalização - que é um termo que tem de integrar, forçosamente, qualquer discurso, artigo, ensaio, por mais medíocre que seja.
  • Como mero cidadão que usa norlmalmente a blogosfera, - já critiquei o artigo de PP com o Erro do curandeiro, e, agora, volto a resituar o assunto noutras bases. Creio que PP faz o papel do mero sociólogo que integra uma nota de pé-de-página de um Weber, de um Aron. Sem querer ser arrogante - doutro modo estaria a corporizar os vícios que nele critico. Portanto, para mim o "papa" dos media é um ser altamente previsível, o que não significa que não tenha o seu valor. Mas não é certamente ao lado daqueles que referi, óbviamente. E até, confesso, desejaria ver nele uma referência intelectual sólida, sem sectarismos, sem zigue-zagues.. Seria bom para Portugal. Precisamos de referências intelectuais de valia cultural. Dispensamos sectarismos, discriminações e fomentadores de ódios e de turbulência na cidade. Foi isso que aquele artigo produziu. Até parece, para citar alguém, que temos o caos no jardim..
  • 3) Depois JPP comete, em nosso entender, outro erro de palmatória: afirma os valores dos vencedores, de triunfador de bairro que mantém o povo debaixo d'ordem, quietinho, disciplinado. Fez-me lembrar aquela tirada do poeta A. O'Neill - com a fórmula - Respeitinho que é muito bonito... Poeta esse de quem Teresa Patrício Gouveia foi muito próxima. Ou será que PP nos quis lembrar mais um tique maoista que, porventura, ele nem se dá conta, mas que comete recorrentemente.. Isto em vez de ser magnânime com os mais fracos, razoável até para com aqueles que têm melhores blogs, o que também não é dificil. Pois o abrupto - sempre me pareceu o átrio duma "agência funerária". Sempre que lá entro para ver alguma novidade, venho de lá deprimido. Parece que não sou só eu... Parece!!! Pergunto-me: tanto talento, tanta inteligência, tanta "Kóltura", tantos recursos financeiros - para aquilo?!
  • Mas gostos são gostos e eu respeito os dele. Mas Pacheco, a avaliar por aquele artigo, gosta de espezinhar, em vez de ser magânime; Pacheco gosta de quebrar laços de solidariedade - que em inúmeros casos existem - e entregar-se a um individualismo atroz. Faz lembrar certos académicos frustrados por não serem polítios, depois vingam-se nos alunos. Enfim, Pacheco é um homem que se move ao redor de si. Será que quando se olha no espelho, no reencontro com a noite, consegue vislumbrar algo mais do que o seu umbigo?
  • 4) Pelo que diz e debita por aí onde anda acumulando destinos - Público, Sic e o mais - tornou-se um homem que vive dum realismo por encomenda - onde cada um vê a realidade de forma mui particular, acomodando-a aos seus planos e preferências pessoais. Faz o que quer porque tem a comunicação social nas "mãos", e, assim, se desvincula dos demais, do real. Entra em processo de esquizofrenia. Ao apartar-se de tudo quanto disse no seu artigo, PP só se pode julgar um deus. Isso é mau, muito mau!!!
  • Então este homem - pelo que representa - especialmente de bom - porque também tem virtudes - não deveria canalizar o seu talento para fortalecer laços na sociedade de carne e osso e no seio da blogosfera? Julgo que sim. Porquê, afinal, tanto rancôr, tanta maldade, tanta vontade de espezinhar o "outro"? Só se entende isto à luz duma teoria psicológica e motivacional que aqui expendemos e que emana, em 1ª linha, com a absessão que nutre por VPV e CCS, autores do blog citado.
  • 5) Depois, sempre julguei que o homem fosse forte sempre que consegue dominar as suas sentenças, as suas paixões, as suas iras, a sua linguagem, tratando os demais com dignidade. Mas quando se perdem as referências, as molas impulsionadoras mais nobres, chega-se a um patamar de sobranceria, i.é, chega-se a JPP. PP deveria saber que um homem só deveria olhar de cima para baixo outro homem se for para o puxar para cima... Pacheco pode ter mundo dentro de si, mas não tem ponta de humanismo, ponta de solidarismo.
  • 6) Tudo isto culmina no chamado cinismo prático em que JPP navega, mas quem lhe conhece a estrutura mental fácilmente o desmonta, peça a peça. O seu entrincheiramente pelos media onde anda reflecte ainda uma outra coisa: o seu individualismo atroz. Falho de verdades objectivas, em que tudo é negociável. Até apetece dizer que quem anima traições intelectuais, multiplica-as. É, aliás, o título do livro de A. Glucksman que empresta título a este post: Cinismo e paixão. É aqui que se coloca uma questão de fundo que colide literalmente com a posição de PP neste particular da utilidade da blogosfera. A saber: para que servem a filosofia e o pensamento em tempos de crise? Para que serve o talento de Pacheco? Pois, ao que vemos, para quase nada, já que cada existência, cada intervenção sua só brilha individualmente, solitáriamente. Hoje PP deve ser um homem odiado por Portugal inteiro, quando o podia ter a seus pés. Porquê? Por causa da sua soberba. Porque julga estar sempre na posse da verdade suprema. Por causa também da sua ira dirigida à blogosfera, da sua gula de sentenças e até da sua inveja em ver outros com tão magros recursos fazerem melhor, muito melhor.
  • 7) Isto conduz-nos a outra conclusão: PP é um cínico, pois apesar de não negar a realidade em que todos navegamos na net, com qualidades e defeitos, virtudes e vícios, ele actua como um pequeno aprendiz de Maquiavel, que era igualmente outro cínico e conseguiu fazer com que o frade Savonarola fosse moralizar a vida de Florença, porém este acabou morrendo na forca. A tese de PP é semelhante, só que para ele "Savonarola" é a "blogosfera".
  • 8) Isto atira-nos ainda para outra deriva latente na sua articulação taduzida em calão das teorias de M. Castells, que também não cita. Pacheco, à força de querer moralizar um espaço que que também integra - a blogosfera - cai no relativismo cultural: tudo é mau, excepto ele, o abrupto. Cai neste relativismo. Será que ele se dá conta disto? Em vez de combater o seu cinismo mediante convicções fortes, até porque o seu blog não vale de per si - mas pelo efeito de "parasitagem" do seu autor, atira-se para os braços da catalogagem que, afinal, são as mais puras banalidades: somos "perversos, invejosos, frustrados, uns justiceiros anónimos, uns génios incompreendidos". Lá está, este génio nem Os Lusíadas conhece, pois a inveja já nos define enquanto entidade colectiva, enquanto povo, há mais de 500 anos. Nem o Pacheco andava de fraldas. Inveja sim, é capaz de sentir ele pelos textos de Vasco Pulido Valente. Se assim é por que razão não é este o seu alvo, e, em seu lugar, dispara sobre a desgraçada da blogosfera (que não é toda igual)?
  • 9) E ao relativismo cultural de Pacheco segue-se-lhe um outra limitação: a permissividade. Quer dizer, não obstante toda a sua exposição mediática, toda a sua experiência político-partidária, toda a sua vasta cultura histórica e experiência literária, todos os seus "kilómetros" de estantes povoadas de livros, enciclopédias e outros instrumentos do saber, Pacheco Pereira vem a terreiro bater nos "ceguinhos anónimos"; vem malhar na blogosfera imberbe e analfabeta; vem mostrar-nos que, afinal, não tem referências, não tem pontos de apoio, aviltado quer também aviltar-nos, rebaixar-nos, codificar-nos, domesticar-nos, converter-nos ao silêncio. Enquanto isso move-se como uma enguia e deambula pelo Público, pela Sic, passeia a sua fama pelos livros que apresenta, pelos prefácios que faz, pelas participações radiofónicas - sempre a brilhar, como um astro ascendente. Mas é um brilho sem fim, sem metafísica, sem estratégica, sem humanismo, sem direcção; é o brilho do seu umbigo, e em vez de ser uma bússola, acaba por ser considerado por milhares de blogers como o catavento do momento; o proletário do III milénio, depois de ter sido maoista e integrar hoje o PSD. O Dr. PP revelou-me, revelou-nos a todos, ser um homem com uma paixão: a paixão pelo nada. Eis a sua nova experiência, procurando fazer tábua rasa do trabalho dos outros.
  • 10) Por último, o autor daquele "genial" artigo titulado A Fauna das Caixas de Comentários do Público de 5ª feira - revela-me ainda uma outra dimensão, que embora já desconfiasse ver nele não tinha a certeza existir. Ou seja, todas aquelas acusações que PP dirige indiscriminadamente a toda a blogosfera - como se toda ela se reconhecesse naquela adjectivação tão injusta quanto aviltante, têm e não têm fundamento: por um lado aplicam-se a um número de blogers que fazem disso um way of life lamentável; mas deveria ter excluído os muitos outros que não alinham nessas xaradas, os chamados blogs normais, com condutas normais, aceitáveis, educadas, éticas. Não o fez!!! E não o fazendo abriu as portas a um vazio de ideias para que acabou por conduzir este debate estéril de que foi o protagonista. Um protagonista que se converteu num actor secundário, enquadrado por uma narrativa vazia, mas socialmente perigosa, visto que pela sua intervenção, pelas suas palavras, pelas suas acusações e motivações elas só podem conduzir a um ambiente de rebelião latente que vira uns contra outros - neste reino da mesquinha sociedade do espectáculo de que ele próprio até é um figurante. Isto faz lembrar aquelas tiradas de Guy Debord - quando nos fala dessa tal sociedade do espectáculo, aquela em que se produz uma discussão estéril e onde os media insistem mais uma vez em não dizer Nada. Ora foi a esse "lindo" serviço a que o jornal Público também se prestou. Aquilo que era suposto ser um tributo à construção e ao reforço de solidariedades na rede das redes, ao fortalecimento do rizoma - o "bom" do Pacheco Pereira vem ratificar-nos mais uma das suas certezas: a blogosfera não passa dum monte de perversos, medíocres e analfabetos. Enfim, de gente frustrada. Será este o seu diálogo com o espelho no recontro da noite!!!
  • Em suma: à 1ª vista o artigo endrominou-me. Com aqueles exemplos fiquei magnetizado. Havia que o racionalizar. Julgei ver nele algo de novo. Novas pistas para explicar as curvas em que estamos. Mas depois revi nele essa mesma mediocridade, o vazio que o autor nos quer imputar a todos. Vi nele, de braços dados o relativismo, a permissividade, o cinismo, o calculismo, a soberba, o carácter setenciador, a vontade suprema de ditar e de declarar códigos de comportamento. Enfim, vi ali um pequenino Napoleão ciber-virtual. Constatei ali, e é pena, um homem frio, amargurado, pouco humano, nada solidário, de costas voltadas à verdade do verdadeiro homem.
  • No fundo, PP mais não faz do que coligir dois ou três factos - de natureza transnacional - e serve-nos a refeição de pronto-a-comer. Só que aquilo nada mais é do que um prato requentado, embora sinalize a sua própria cosmovisão, os seus desejos, opiniões, juízos particulares numa apoteose verdadeiramente lamentável - em que tudo é relativo.
  • E é o relativismo, em nosso entender, que melhor caracteriza aquele artigo, com aquela sua habitual postura de intelectual encartado, que não aceita nenhuma outra verdade que não a sua, tamanho é o universo por que se toma. Em linguagem matemática PP diria de si: "eu sou eu mais a minha circunstância"; eu sou a blogosfera; eu tudo condiciono. Julgo que esses são os diálogos com o espelho quando Pacheco à noite se reencontra com a verdade. Já Protágoras afirmava que "o homem é a medida de todas as coisas". Pois no caso de PP a fórmula entra em revisão, agoniza, para declarar, no final, que ele não só é a medida de todas as coisas, como também o criador da mente que gerou o Protágoras.
  • Confesso, sinceramente, que nunca pensei que JPP fosse tão longe nesse seu niilismo devorador e voraz, até porque desse artigo só emergiu um homem pessimista, num tom desiludido, um ser indiferente a tudo e a todos, alheio até à verdade. Alguém que já não se dá ao trabalho de diferenciar as coisas, de tentar separar o bom do mau, nem o verdadeiro do falso.
  • José Pacheco Pereira poderia representar hoje o ideal-tipo de um herói intelectual, histórico do nosso tempo. Ser a tal bússola. Mas não é!!! E o que esse seu artigo conseguiu fazer foi o de ter posto o nervo e o motor da epidemia em andamento, lançou o vírus no ciber-espaço, contribuíu para potenciar ainda mais o lixo nas ciber-caixas de comentários, enfermizou ainda mais a blogosfera nacional adjectivando-a da forma e no tom em que o fez. Ou seja, PP multiplicou o virús.
  • Pacheco Pereira, para finalizar este olhar "de fora" para "o dentro" ao seu artigo, empobreceu-nos, apoucou-nos e revelou-se, afinal, um estereótipo de homem que mais parece aquele burguês próspero, anafadinho, bem-posto na vida, com basbas aparadas (e não já à Carlos Marx) muito viajado e cosmopolita, poliglota, sábio de muitos territórios e algumas redondezas, muito ilustrado e enriquecido; mas depois emerge-nos uma outra face e dimensão (que tenta ocultar): sem atractivo, culturalmente esfrangalhado, incapaz de iluminar uma única directriz para o País que vegeta na decadência, culmina no tal homem sem bússola.
  • Só a Verdade me move na tentativa de compreensão desta análise. Embora compreenda que outras motições pessoais existem entre o autor do artigo e os visados dele. Ainda que tenha sido a blogosfera (que é diferenciada) que tenha levado por tabela. Isto que fique bem claro!!!! É triste, mas é assim. E é pena.
  • Nota: Gostaríamos que o Dr. Pacheco Pereira lesse esta reflexão com calma, pois sem ela talvez não compreenda a bondade das minhas razões. Julgo que aquele artigo só mostra uma parte da verdade, falta revelar o outro lado. Por vezes, para vermos a "verdade" (o que é isto, a Verdade!?) é preciso sairmos da "nossa casinha"; isto é, ver de "fora" para "dentro". Poderia aqui citar dezenas de links de outros blogs que se lhe referiram, no mesmo tom e agressividade que utilizou. Mas não me importa aqui potenciar essa turbulência, nem esse kapital-linkismo da fama que, em inúmeros casos, não passa duma república de citações, duma troca de favores que nada diz. Aqui uma única coisa me interessa: reflectir sobre a injustiça e a parcialidade do seu texto. Cabe-lhe, caso queira, responder em conformidade. Pois eu tenho para mim que o Dr. Pacheco Pereira discute com qualquer pessoa educada que se lhe diriga com razoabilidade. Foi o que fizémos, apesar das circunstâncias. Tenho para mim que o dr. Pacheco Pereira não discute só alta política com o sr. Jorge Coelho... Nem escreve só artigos no Público.

Pacheco Pereira manda mesmo...

Se este senhor não manda no principal servidor da Blogosfera então como é que se explica que em vésperas de mais um 25 de Abril os "génios incompreendidos", os "justiceiros anónimos" tenham ficado abruptalizados e impedidos de blogar...

  • Depois da queda do comunismo, do segredo de Fátima e do segredo da longevidade de Fidel Castro, resta agora mais um: o da paralisia da blogosfera em vésperas do Dia da Liberdade. Eu não acredito em bruxas, mas...