quarta-feira

A sincronicidade de Jung ou a LIberdade e necessidade de Tolstoi

O que Jung não sabia era que, dezenas de anos mais tarde, a sincronicidade fosse a chave da comunicação no mundo moderno. Pode haver blogues e jornais livres e jornalistas absolutamente sérios e impolutos - mas cada vez há menos acasos na actualidade. E, por isso, quando leio uma notícia, qualquer que ela seja, pergunto-me sempre mais do que aquilo que a própria notícia me pode responder. De onde vem? Quem ganha com ela? Quem perde? Quem me traduz o que significa o tempo em que ela aterra nesta página?
A sincronicidade foi descoberta para ajudar os homens a aceitar que nem tudo é determinado pela vontade própria, que não dominamos os mecanismos todos da vida, especialmente aqueles que o nosso inconsciente gosta de manipular. Mas agora, tantos anos depois, a sincronicidade serve para nos baralhar, confundir e atirar areia para os olhos. E parece não servir para mais nada."
Obs: Rolo Duarte descobriu que está mais mais velho e também mais desconfiado. Deve ser um mal comum do tempo. Esse mestre, o tempo, em lugar de nos trazer bondade, ingenuidade, pureza só nos arrasta para o turbilhão das cicatrizes, que melhor percebemos porque com a idade também ficamos mais lúcidos, além da memória que se amplia como um armazém com obras feitas que passa a poder armazenar mais mercadorias-informação. Mas aquilo que Jung apelida de "sincronicidade" - e que serve para nos "baralhar e confundir e atirar areia para os olhos", como diz o articulista no dn, pode resultar de dois conceitos mais potentes e simples: a necessidade e a liberdade. É com base na combinação destas duas variáveis que podemos avaliar o papel dos homens na história, do movimento e dos efeitos dos actos livres de cada um de nós, anónimos que compõem o género humano. Ou seja, aquilo que Jung chama de sincronicidade decorre da decisão livre de cada um de nós, individualmente, que conta pouco em si próprio na cadeia dos acontecimentos, mas o efeito final dessas inumeráveis acções diparadas em todas as direcções consubstancia o tal sentido histórico do conjunto. Na prática, e creio que Carl Jung percebeu isso, a livre decisão de cada homem está condicionada pelas circunstâncias vigentes no momento e pela divina providência que lhe garantiu aquela concreta liberdade de decisão. É algo misterioso, que não tem uma explicação lógica, talvez por isso a história resulte dessa combinação de liberdade e necessidade porque, em rigor, a intervenção livre de cada homem, traduz-se numa resultante que não pode imputar-se à vontade de nenhum. Nem de Jung nem do articulista Rolo Duarte.

O regresso de Paulo Portas ao cds/pp

Nota prévia:
Eis o novo look de Paulo Portas: se Cavaco não tivesse mandado construir o CCBelém Portas hoje teria de fazer a apresentação do seu regresso ao cds/pp no Convento do Beato, a avaliar pelo look...
Paulo Portas vai falar quinta-feira sobre a situação interna do CDS-PP numa conferência de Imprensa a realizar no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, à hora dos telejornais da noite (20h00), numa declaração há muito prometida, mas que tem sido consecutivamente adiada. O também ex-ministro da Defesa Nacional tem dado sinais aos seus pares da vontade de voltar à liderança do partido, assim como de trazer um novo projecto para o CDS-PP e apresentá-lo como o novo líder da oposição.De acordo com uma fonte próxima do ex-líder do CDS-PP, a declaração será "clara e curta".

in CM
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Truques para não petiscar durante o dia

2007/02/27 22:15 Marta Sofia Ferreira
Conheça a dieta que o enche de energia e ajuda a emagrecer. Não é a descoberta da pólvora mas é uma nova forma de regrar a sua alimentação de forma a sentir-se com energia o dia inteiro e ainda conseguir perder uns quilinhos. Para tal, só tem de adoptar uma alimentação com baixo nível glicémico.
A forma como determinados alimentos fazem subir os níveis de açúcar no sangue é determinada através da avaliação do Índice Glicémico (IG). «Se ingerir um alimento com IG elevado (como pão branco, refrigerantes, açúcar, batatas fritas), promove uma explosão de energia, elevando os níveis de açúcar no sangue de forma violenta. Mas essa sensação de energia desaparece muito rapidamente e a sensação de estar saciado também», explica ao PortugalDiário o nutricionista Pedro Graça.
Se optar por ingerir alimentos de IG mais baixo (como fruta, leguminosas, alimentos com fibra), «a entrada da glicose no sangue é mais lenta. Os níveis de açúcar sobem a um ritmo mais lento e são mais duradouros, prolongando a sensação de saciedade e retardando o aparecimento de fome e falta de energia», diz o clínico.
Assim, ao optar por frutas, legumes e alimentos com fibras, consegue «evitar estar constantemente a petiscar e, consequentemente, a ganhar peso».
E «não são preciso fazer muitas mudanças na alimentação», diz o nutricionista. «Basta, por exemplo, numa sopa, usar grão e feijão em vez de batata. Já é suficiente para o IG ser mais baixo».
Tornar o café mais eficaz Quando a meio da manhã ou logo a seguir ao almoço, começa a sentir aquela «quebra» de sono, normalmente a solução é um cafezinho. Mas engane-se: o efeito pode ser quase instantâneo, porque a rápida subida de açúcar no sangue provoca-lhe uma explosão energia. Mas já reparou que, muitas vezes, passada meia hora o cansaço volta a apoderar-se de si?
O truque para fazer com que o café se torne mais eficaz é «comer uma tosta integral ou outro qualquer alimento com IG baixo, que faz com que a entrada do açúcar do café na corrente sanguínea seja mais lenta, prolongando o efeito do café», explica o nutricionista.
Outros benefícios de uma alimentação com baixo IG
Com este tipo de alimentação, «pode-se ainda reduzir o risco de diabetes, ajudar a controlar o colesterol e evitar as doenças cardiovasculares», explica o nutricionista Pedro Graça. «Este conceito não é novo, já vem da década de 80. Não é a descoberta da pólvora, mas é uma nova forma de encarar a alimentação, sem ser, por exemplo, através do controlo de calorias. E só agora os clínicos começaram a perceber a importância do IG e a aconselharem este tipo de alimentação».
  • Obs: como é que isto se aplicaria ao governo...

O desespero de Belmiro Sonae "PT"... A ver vamos

A Sonaecom veio hoje anunciar ao início da noite um pacote de remuneração accionista, destinado aos investidores que decidirem ficar na Portugal Telecom após a OPA, onde além dos 10,5 euros que estão actualmente em cima da mesa promete mais 5,7 mil milhões de euros entre 2007 e 2010, o equivalente a 5,1 euros por acção.(...)
Obs: Qualquer dia Belmiro oferece um porco a quem comprar uma salsicha no Hiper-Continente ou uma viagem ao Brasil pela compra de cada iogurte. Ou a PT vale mais do que na realidade vale ou Belmiro gosta de fazer as coisas às mijinhas... E dizia ele que andava a esticar a mão à Pt... As lições de humildade que ele já deverá ter aprendido, logo ele filho de um sapateiro. E mesmo assim, sobrou-lhe alguma soberba que agora está a pagar através de Henrique Granadeiro e de toda a estrutura accionista da Pt.

Parece um filme de gangsters mas chamam-lhe Universidade

A UNIVERSIDADE EM PORTUGAL...PODERÁ INSPIRAR A 7ªarte na produção de narrativas violentas...
Video Sic (Rui Verde) vs Luís Arouca . Espero que o fiel da balança sejam os tribunais, o direito e a justiça, e não alguns dos seus mais famosos licenciados...
Tráfico de diamantes, fraude fiscal e falsificação de assinaturas e de documentos na Universidade Independente (UNI), em Lisboa, estão a ser investigados pela Polícia Judiciária. Luís Arouca, reitor do estabelecimento, decidiu demitir as direcções executiva e académica da universidade, suspendendo as aulas até à próxima terça-feira. Rui Verde, ex-vice-reitor, é o principal suspeito.
A decisão de suspender todas as actividades foi tomada ontem, após a realização de uma assembleia geral extraordinária da Sociedade Independente de Desenvolvimento do Ensino Superior (SIDES), entidade gestora da Universidade Independente, na qual se decidiu acabar com todas as suspeitas de ilegalidade há muito conhecidas. Mesmo assim, centenas de alunos que ontem aguardavam o início das aulas foram apanhados de surpresa, tendo se reunido nas instalações à espera de uma explicação.
Luís Arouca, em declarações à SIC, explicou as razões de, só agora, demitir as direcções executiva e académica. “Só tomei esta atitude hoje [ontem] porque estava coibido. Com a demissão da direcção da SIDES foi possível adoptar uma posição que todos sabíamos ser fundamental, porque quem controlava a parte institucional e jurisdicional era a anterior direcção da SIDES”, afirmou o reitor, sem confirmar, porém, as suspeitas de tráfico de diamantes e lavagem de capitais: “Perante a situação de passivo, perante as dificuldades da nossa universidade e que todas têm, é espantoso acumular-se fortunas e ter-se vidas de luxo e luxúria profundamente incríveis.”
A Universidade Independente tem, de acordo com o reitor, um passivo da ordem dos oito milhões de euros. Para Luís Arouca, o principal responsável por esta situação é o ex-vice-reitor Rui Verde. “A situação começou a deteriorar-se com a ruptura com os angolanos. A partir daí, o professor Rui Verde e o seu grupo mais restrito viram que isto não iria durar muito e pensaram: ‘Vamos tentar sacar o máximo até ao fim’. Enveredaram por uma política louca de autismo, de decisão unilateral, de não passar cartão a ninguém. Serviram-se em vez de servir a universidade”, sublinha, acrescentando: “Ele é o grande responsável por défices de dezenas de milhares de contos aqui dentro, que usou em proveito próprio e que desfalcaram o equilíbrio da universidade.”
Após a investigação da Direcção Central de Investigação da Corrupção e Criminalidade Económica e Financeira (DCICCEF) estar concluída, com o apuramento de toda a dimensão deste caso – que parece ser muito semelhante ao da Universidade Moderna –, alguns dos 25 professores demitidos poderão reassumir funções. Para já, Luís Arouca oficializou a contratação de três novos vice-reitores e está a proceder à reformulação do corpo docente.
A investigação da Polícia Judiciária à Universidade Independente remonta há quatro anos. Entre as varias ilegalidades alegadamente cometidas destacam-se os pagamentos feitos pela conta corrente da universidade a guarda-costas e motoristas e despesas familiares. Um dos processos em que Rui Verde é protagonista é de insolvência pessoal, no valor de 585 mil euros.
A Universidade Independente é um estabelecimento de Ensino Superior privado, com cerca de 1500 alunos distribuídos por 14 cursos.
AMEAÇAS DE MORTE Rui Verde, em declarações à SIC Notícias, negou ontem todas as acusações, dizendo que foi alvo de ameaças de morte por parte do filho de Luís Arouca. “Veio o filho do senhor Arouca que me disse: ‘Ou sais a bem ou sais a mal. Se for a mal levas um tiro’. São pessoas loucas que não sabem nada de gestão. Chamaram 20 ‘capangas’, que ocuparam a UNI, e dizem que sou culpado. Têm de o provar em tribunal”, referiu.

Veteranas da blogosfera: a blogger mais velha do mundo

El título de blogger más longevo del mundo, que hasta ahora poseía la bloguera gallega María Amelia, de 95 años, ha pasado a manos de la australiana Olive Riley.

terça-feira

'Pornopolítica' - por J. M. Barroso -

'Pornopolítica' José Manuel Barroso
Jornalista
Arnaldo Jabor esteve em Lisboa há umas semanas, numa conferência sobre a realidade brasileira, mas quase ninguém dos media lhe ligou. Jabor é um homem de cultura, ensaísta, ficcionista e jornalista, cuja palavra é como um bisturi na carne do Brasil contemporâneo. Passou por todas as etapas do homem da geração do final dos anos 50, da geração que quis mudar o mundo. Viveu as utopias, militou nas fileiras dos grupos de salvação do anticapitalismo - sempre com seu olho crítico e seu óculo de captação da realidade mais profunda ou distante. Até chegar à lágrima do desencanto.
Hoje, sem se converter ao capitalismo ou a essa coisa de moda do neoliberalismo, revela--se cada dia mais como autor corajoso. Seu último livro (Pornopolítica, Taras e Paixões na Vida Brasileira), resenha de crónicas publicadas na imprensa, é o somatório de pequenos grandes espelhos da realidade social.
Pornopolítica é um dos mais vendidos livros, desde há muitas semanas, no Brasil. Comprei-o num supermercado de bairro, em S. Paulo, devorei-o numa noite de hotel, desejei que ele pudesse ser também best-seller em Portugal. Por isso, peço licença ao Jabor para me utilizar de alguns dos seus textos nesta crónica de hoje.
Primeiro andamento, o mistério das mulheres. "As mulheres são sempre várias. Isso não as faz móbiles, nem traidoras; nós é que nos achamos 'unos'. A mulher não é um enigma. Nós é que somos, nós é que achamos que há clareza. Os homens são mais óbvios, fálicos. Homem é ciência. Mulher é arte. Homem tem um 'fim'. Mulher abre-se num horizonte com muitos sentidos e está sempre equivocando o homem. O maior mistério do mundo é a diferença entre sexos. Talvez o único mistério. Por mais que queiramos nunca chegaremos lá. Lá onde? Lá onde mora o outro, a diferença."
Segundo andamento, o amor de mercado. O futebolista Ronaldo e a modelo Daniella Cicarelli. "Sempre tive inveja de Ronaldinho. Não só dele, com seus dentinhos separados e os cem milhões de dólares, beijado por multidões. Invejo também Cicarelli pelo mistério feminino, por sua luz de ninfa, que eu, homem, nunca entenderei. O problema de Daniella é a perfeição. (...) Fiquei desiludido com o casamento. Tive uma decepção romântica. Esperava que fossem felizes para sempre. Mas devo confessar que desde o início esse romance me incomodava. (...) Ele que já tinha papado as mais belas mulheres do país, todas brancas, claro, quis transformá-la numa nova Cinderela. Só que talvez a Cinderela fosse ele, casando com a princesa, ele um ex-pobre e mulato claro. Esse romance sempre me pareceu uma 'bandeira' viva do Brasil de hoje: narcísico e romântico, liberal e racista, democrático na mídea, mas excludente na vida real. Ronaldinho é um fenómeno, mas é de origem pobre que subiu na vida. Como um Lula. (...) Aí, veio o casamento, no castelo de Chantilly. (...) Depois, chegou o cotidiano e os dois se encontraram sem identidade. Quem somos nós? Que fazemos aqui se não nos conhecemos? (...) E não foram felizes para sempre."
Terceiro andamento, os novos homens- -bomba. "'Você é do PCC?' Mais do que isso, eu sou um sinal dos novos tempos. Eu era pobre e invisível... vocês nunca me olharam durante décadas... Agora, estamos ricos com a multinacional do pó. E vocês estão morrendo de medo. 'Mas... a solução seria...?' Solução? Não há mais solução... A própria ideia de 'solução' já é um erro. Já olhou o tamanho das 560 favelas do Rio? Já andou de helicóptero por cima da periferia de S. Paulo? Solução como? Só viria com muitos biliões de dólares, gastos organizadamente, com um governante de alto nível, uma imensa vontade política, crescimento económico, revolução na educação, urbanização geral; e tudo teria de ser sob a batuta quase que de uma 'tirania esclarecida', que pulasse por cima da paralisia burocrática secular, que passasse por cima do legislativo cúmplice (ou você acha que os 267 sanguessugas vão agir? Se bobear, vão roubar até o PCC...). Ou seja: é impossível. Não há solução. 'E não têm medo de morrer?' Vocês é que têm medo de morrer, eu não. Aliás, aqui na cadeia, vocês não podem entrar e me matar... mas eu posso mandar matar vocês lá fora... Nós somos homens-bomba. Na favela tem cem mil homens-bomba."
Quarto andamento, miséria e política. "A miséria era o grande capital do Governo Lula. O PT sempre teve ciúmes da miséria. Sempre que o FHC [Fernando Henrique Cardoso] ou os tucanos [o PSDB] quiseram cuidar da miséria, o PT reagiu como um marido enganado. Mas a miséria tem sido ingrata com o PT. Ela se recusa a comer do Fome Zero, ela desmoraliza a eficiência do Bolsa Família. O erro dos que desejam acabar com a miséria é achar que ela está 'do lado de fora' de nossa vida, do 'lado de fora' dos aparelhos de Estado, de nossa vida social. Não existe um mundo limpo e outro sujo. Um infecta o outro. A burocracia é miséria, corrupção é miséria, a estupidez brasileira é miséria. A miséria mental já invadiu a Câmara dos Deputados. A miséria não está na periferia e favelas; está no centro de nossa vida brasileira. Somos uns miseráveis cercados de miseráveis por todos os lados."
Pornopolítica: um livro fantástico.

O Jumento é um dos responsáveis

A ser verdade a não recondução de Paulo Macedo deve-se, em boa medida, ao Jumento que tem teorizado e avaliado de forma singular as vantagens e as desvantagens do actual DGCI.

Skunk Anansie - Secretly (uncut)

Skunk Anansie - Secretly (uncut)

Momento zen via Enigma

Return to inocence

António Botto - um poeta de Concavada, Abrantes


Uma simples evocação:
O mais importante na vida
Poema de António Botto*
______

O mais importante na vida
É ser-se criador – criar beleza.
Para isso,
É necessário pressenti-la
Aonde os nossos olhos não a virem.
Eu creio que sonhar o impossível
É como que ouvir a voz de alguma coisa
Que pede existência e que nos chama de longe.
Sim, o mais importante na vida
É ser-se criador.
E para o impossível
Só devemos caminhar de olhos fechados
Como a fé e como o amor.
* António Botto (1897-1959)

__________

  • Evocando também o tributo do meu falecido Pai, que não era poeta mas coordenou esforços para o homenagear com uma estátua em sua memória no local onde nasceu, em Concavada, no concelho de Abrantes. 
________________________

Teixeira vs Macedo: mais um episódio sul-americano

in Expresso on line
É uma pena que quando se pergunte a Teixeira dos Santos, ministro das Finanças, sobre o destino de Paulo Macedo, nem um nem outro saibam responder. Teixeira não sabe de Paulo, este parece andar sempre em parte incerta na sacristia d'algum recanto da Prelatura do Opus a contar o pilim na caixa das esmolas. Parecem aquelas primas amofinadas que por se terem apaixonado pelo mesmo homem lá na aldeia deixam de se falar, e a família também nada ganha com isso.
Os portugueses já estão fartos deste folhetim sul-americano que jamais poderá assumir contornos de excepcionalidade com violação flagrante da lei das remunerações. Mesmo tratando-se dum rei de Midas que não fala e também não é capaz de fazer vingar a Opa do BCP sobre o BPI nem descobrir petróleo em Picoas... Chego a pensar que Macedo é mudo, gago ou, pura e simplesmente, não sabe falar.
Qualquer dia a TVI convida Teixeira dos Santos para realizador de continuidade dos Morangos com Açucar e coloca Paulo Macedo a tratar do Guarda roupa e demais adereços...
Um lugar que também não exige diálogos nem monólogos bem ao jeito do mudo das Contribuições fiscais..

Videos

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GROUND AIR PRANK (PART 2)

Top 10 Barca Goals

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A força da natureza...

A interpretação da Arte consoante as nacionalidades

NACIONALIDADE DE ADÃO E EVA !!!
Um alemão, um francês, um inglês e um português comentam uma pintura representando Adão e Eva no Paraíso.
O alemão diz:
- Olhem que perfeição de corpos: ela esbelta e espigada, ele com este corpo atlético, os músculos perfilados... Devem ser alemães.
Imediatamente, o francês responde: - Não acredito. É evidente o erotismo que se desprende de ambas as figuras... Ela tão feminina... Ele tão masculino... Sabem que em breve chegará a tentação... Devem ser franceses.
Movendo negativamente a cabeça, o inglês comenta: - Nada! Notem... A serenidade dos seus rostos, a delicadeza da pose, a sobriedade do gesto... Só podem ser Ingleses.
Depois de alguns segundos mais de contemplação, o português exclama: - Não concordo. Olhem bem: não têm roupa, não têm sapatos, não têm casa, só têm uma triste maçã para comer, não protestam e ainda pensam que estão no Paraíso... Só podem ser portugueses.
  • PS: enviada graciosamente por PC a quem desde já agradeço.

O mundo de António Vitorino

António Vitorino mostrou hoje o que pode pensar, dizer ou fazer quando vai ao estrangeiro: retrata-nos um mundo com os aspectos negativos e positivos. Não faz como outros cronistas quando reportam de Luanda - tecendo elogios às elites angolanas enquanto o povo vegeta nos bairros infra-humanos que circundam a capital. Isto também distingue um analista que faz jeitaços ao psd daquele outro analista que, enquanto tal, contribui - a partir do campo analítico - para a boa governação. É óbvio que não é só isto que deixa Vitorino a milhas de distância do frenético Marcelo das farturas do psd - que já se repete nas queixas e nos favores que faz aos amigos da política, quiça pensando em Belém.
Mas isto são os peanuts da política caseira que pouco ou nenhum interesse tem. AV foi a Berlim acompanhar a evolução do Tratado Constitucional que pode ajudar esta Europa a ser mais Europa, desobstruindo-a dos escolhos, das hesitações e da falta de visão e de projecto de Fujão Barroso.
Do CDS/PP sabe-se que Portas vai-lhe pegar pressionando com isso mais o PSD. Revelando que nada corre bem a Mendes, o desgraçadinho da política lusa que em breve terá de partilhar o seu eleitorado com o de Paulinho das feiras. À "volúpia mediática" do PP soçobra Ribeiro e Castro - de "low profile cinzentão" que já começou a ser trucidado por Portas. Sucede que a política vai para além das personalidades mediáticas, não se circunscreve apenas à federação dos descontentes como sistematizou António Vitorino. A política é a arte e técnica de resolver problemas complexos através de soluções simples, rápidas e eficazes.
Percebemos isto se compulsarmos as piroseiras ditas por Portas naquele programa da sic cujo nome desconheço e tem um décor que faz lembrar o dos cabarets da Europa da década de 80 (só não tem meninas de Amsterdam) - com a essência dos problemas com que os portugueses estão efectivamente confrontados. Um exemplo: há tempos o sr. paulinho Portas referiu que passou a interessar-se pelo Ambiente por causa das leituras e das conversas do seu grande amigo Nobre Guedes que, se calhar, passou a estudar a camada do ozono depois de ter visto a video-propaganda de Al Gore... São estes faits-divers que fazem a malha discursiva de PPortas - que não argumenta, faz antes confidências à jornalistas, com aquela sua expressão: ouça!
Ou seja, enquanto os portugueses não marginalizarem esses elementos perniciosos do funcionamento do sistema político e que estão radicados naqueles vícios hiper-mediáticos dos sound-bites ao estilo de Portas nesta fase post-ministro e post-Indy - continuarão a confundir a azeitona com o caroço. E Portas é, manifestamente, o caroço, embora Ribeiro e castro também não sirva para azeitona...
O putativo regresso de Portas ao PP de par com o desejo dos portugueses segundo sondagem recente que reclama marcelo no psd, faz lembrar aquele velho slogan: votemos para que as moscas mudem, mas a "política" será a sempre a mesma... A lógica de PPortas fazer política já todos a conhecemos.
Quanto ao PS na sua relação com o regresso do ex-director do Indy terá apenas de estar mais atento no Parlamento e nos media para cercear aquele frenesim portista - cuja mais valia reside apenas na sua relação privilegiada com a mediacracia sem que daí decorram vantagens para a democracia e para o quotidiano dos portugueses. A esta luz PPortas pode fazer-se ecoar nos media mais os seus sound-bites que aprendeu quando fazia parangonas falsas e injuriosas nas manchetes do Independente - e por elas foi processado, punido e setenciado - pagando aquele semanário milhares de cts de indemnização por difamação e outros crimes.
Noutra latitude, as eleições franceses já igualizaram o score das intenções de voto entre Ségoléne e Sarkosi, com a particularidade de se o 3º candidato passar à 2ª volta pode, efectivamente, ganhar a cada um daqueles dois candidatos, o que revela bem a volatilidade das atitudes, das crenças e das intenções de voto em política.
Quanto ao Irão o info-ruído continua, pois nem os EUA se irão meter em mais aventuras, além de que g.w.Bush já esgotou toda a sua quota de alarvidade mental. Mesmo que queira o actual locatário da Casa Branca já não consegue fazer pior.
Tudo isto ocorre no melhor dos mundos possíveis, apesar do ouro negro ter aumentado, e nós, os otários das quatro rodas, somos obrigados a andar com a carteira mais leve porque o esbulho é de monta. Tal é o reflexo da alegada intervenção dos EUA no Irão...
Aqui AV poderia fazer como Marcelo, omitir o sinal da crise só para não desagradar a certos players. Mas Vitorino lembrou aos tugas directamente de Berlim que até a fazer análise é e pode-se ser um homem sério. Por isso gostamos tanto de o ver e ouvir.
E quando digo "gostamos" devem ser milhões pessoas, as mesmas que compram o crude já transformado à boca da mangueira de combustível nas bombinhas do nosso descontentamento.
Venham os carros a alcool, e só não digo a água porque depois matavamo-nos uns aos outros...

domingo

Marcelo, peanuts e a Globalização Infeliz, again...

O douto Marcelo está imparável na sua crónica domingueira, pois além de chamar azelha várias vezes ao ministro da Saúde, repetindo-se patológicamente denunciando que o louco é ele - nas ajudinhas matreiras que dá ao defunto MMendes, referiu que Ribeiro e Castro é um bonzo da planície porque foi um dos que teve a coragem de pedir eleições intercalares na CML.
Bom, sabendo-se antecipadamente que quem defende essas eleições intercalares nada ganha com o "negócio" em Lisboa, segundo Marcelo, tal como também defende Sá Fernandes do BE, é lógico concluir que para o dito Marcelo só faz política com nobreza os partidos que cínica e hipócritamente empurram a situação podre da autarquia com a barriga para frente e não solicitam as necessárias eleições.
Este Marcelo é mesmo um "tratado", por vezes não sei se ele fala e se enterra, ou se se enterra e fala depois. O que é facto é que na actual situação política em Lisboa, que prefigura corrupção e incompetência da grossa, o douto Marcelo deveria ter alguma vergonha naquela cara de pau e defender, também ele, eleições intercalares.
Ou será que ele faz aquelas cróniquetas a meias na S. Caetano de braço-dado com MMendes ou só assume a tonalidade da nobreza na política em matéria de aborto??... Temo bem que sim!!
Falando agora de coisas mais sérias: a globalização infeliz. Um texto antigo hoje republicado, nem que seja para contrastar com a superficialidade patogénica de Marcelo quando apelida os outros de loucos e azelhas e ele nem sequer chegou a ministro, um dos seus grandes traumas. Mesmo em relação ao Paulinho das feiras...
A globalização infeliz, again...
Há dias reencontrei uma pessoa rica em valores simples. Um autodidacta que passou para o outro lado da vida: a marginalidade. Errante, transformou-se num filósofo de arcada. Comia, dormia e pensava nas traseiras do prédio onde habitava. Íntimo do álcool, dos plásticos onde guardava restos de comida oferecida e dos trapos velhos, emitia o seu saber sobre tudo. Adormecia com os gatos e acordava com os pombos que alimentava. Confundia-se com os animais. Durante anos teve residência fixa na mesma arcada donde o avistava da janela de minha casa. E era dela que agendava briefings com o filósofo. Resultado: ficámos amigos.
Um dia perguntei-lhe o que desejaria ter sido em termos profissionais. Retorquiu o seguinte: “só queria o dinheiro para comprar a morte e, assim, viver eternamente; “depois compraria um aquário gigante, mas enchia-o de vinho e punha-me lá dentro a nadar como um peixe”. Quando regressei à realidade, constatei que as pessoas ditas normais, diziam coisas diferentes: “Estou a passar por um mau momento”; “este é um período diferente”.
Mas depressa me apercebi de que esses períodos difíceis ocorriam com uma frequência cada vez maior; tornaram-se uma característica permanente da vida dessas pessoas. Contudo, alguns amigos diziam-me, “isto está difícil, é o mês de Agosto; a Primavera é sempre uma altura má”, etc. Interessei-me pelo fenómeno. Cedo descobri que se tratava de gente madura e com talento. Muitos tinham carreira na administração pública, editores, engenheiros, cientistas, executivos, professores e outros liberais. Viviam em boas casas, tinham carros de alta cilindrada, e até barcos e veraneavam várias vezes ao ano.
Na prática, todos elas reconheceram estarem a viver melhor do que dantes, a ganhar mais dinheiro, a viver em casas maiores, a ter carros mais potentes, usar roupas de marca. Porém, quase sem excepção, estavam todas numa “fase difícil”. Foi só ao fim de algum tempo que associei a abundância da nossa sociedade ao facto de essas pessoas se sentirem cada vez mais infelizes. Erguia-se diante mim uma tremenda contradição.
Resolvi então marcar novo briefing e lá fui para a arcada debater as questões do nosso tempo com o meu amigo filósofo de rua. Ante a contradição, deu-me algumas explicações que exprimiu sob a forma interrogativa. Qual é a sensação de pobreza? Que sofrimento psicológico a acompanha?. Acrescentou que a pobreza sempre andou associada com o medo e a ansiedade acerca do futuro, o medo do abandono (como lhe sucedera com a família), o medo do perigo físico por dormir ao relento, o medo do assalto constante, o medo da solidão. O álcool ajudava a criar essa fronteira de segurança ilusória e manter a temperatura do corpo.
Era assim que este amigo via os seus semelhantes: “os pobres eram gente encurralada, tensa, ardilosa, rude, sem esperança, consumida por fantasias, drogas e venenos que lhes destruíam os corpos sem evasão possível”. Dizia-me: “vejo-me a viver e a morrer como um animal. As nossas vidas são a própria imagem do Inferno. Férias, lazer, reforma, família, divertimento – tudo isso desapareceu. O tempo já não nos pertence. A moeda do tempo depreciou-se e degradou-se tanto que desapareceu”.
Dizia que tudo isso sucede por causa da globalização (in)feliz, da complexidade e da evolução sem controlo das sociedades. A reunião da OMC em Cancún para a liberalização do comércio mundial, reflecte essa desigualdade falseando o jogo da concorrência, agravada com os imorais subsídios que os países ricos dão aos seus produtores, barrando o acesso aos países pobres.
É essa incerteza, como a vida dos pobres, que alimenta o actual debate político (encobrindo interesses) mas também apurando a teoria dos sistemas complexos dinamizada pelos múltiplos actores e relações que modernizam as sociedades e as desenvolvem (sem controlo).
Confesso que aprendi mais sobre teoria da globalização na arcada do prédio de Benfica do que anos na academia ou nas conferências da Gulbenkian. Em lugar do controlo voluntarista da política, o que se deve identificar é um processo de co-evolução, onde as inter-relações entre um grande número de agentes são mais determinantes do que as decisões emanadas do poder político ou do poder económico. Globalização, para este filósofo de arcada, é planificação sem controlo. A esta luz, o desenvolvimento das redes digitais e os canais de mobilidade dos factores produtivos e das mercadorias e serviços, não foram planificados por ninguém, resultaram do funcionamento do sistema no seu conjunto.
Para o Zé Carlos, a quem dedico este texto, a globalização é uma soma de contingências, um contexto de risco e incerteza. O desequilíbrio biológico pode ser-lhe fatal, mas não tem de o ser para a espécie, cuja mudança lhe permitirá a adaptação a novas condições de vida. Dramático para mim não é saber que o Zé Carlos não vê TV nem lê jornais, mas que continua a dormir ao relento e os políticos não perdem o sono em boas casas. Um sono que é “um monstro apoiado em muletas” como explicou Freud e desenhou Dalí…
PS: Texto dedicado a Albert Cossery.

O cinismo político na Câmara Municipal de Lisboa

Não há alí anjos na má interpretação de Adam Smith... A busca dos interesses de Marques Mendes, Carmona & Compª corresponde à ruína dos interesses dos munícipes
A acção política é, por vezes, como as palavras: não passa duma meretriz que faz jeitos ao cliente mais abonado. E a situação na autarquia é já tão escabrosa quanto execrável. É-o em todas as latitudes políticas, quiça com excepção do BE que fala verdade, talvez por saber antecipadamente que nunca será Poder, salvo como vereador.
Lisboa é hoje o palco dum experimentalismo político abjecto, dum cinismo atroz, até pela forma como o PS e PCP estão a deixar apodrecer a situação ao não quererem enfrentar os factos de frente e lidar com a realidade. Digo dum cinismo porque inicialmente se poderia pensar que as novas equipas políticas trazem um novo élan à acção política, poderão surpreender os problemas e resolvê-los com mais coragem, determinação e eficiência a bem do interesse colectivo.
Sucede, porém, que a elevada sinistralidade política na Kapital faz-nos pensar que áquele élan e vontade iniciais se somam uma acção negativa, interesseira ditada pelo simples facto daqueles actores menores - Carmona & compª, estarem alapados ao poder, indiferentes à sensibilidade dos munícipes lisboetas que neles confiaram. Mal, mas confiaram...
Daí o cinismo atroz a que Lisboa foi votada. Até parece que esta gente age como age porque andou a ler os postulados da mão invisível do velho Adam Smith - que defendia que a perseguição dos interesses próprios de cada indivíduo, somada a todos eles, conduz à melhoria global da sociedade.
Ora, se hoje fizermos essa simples aritmética e somarmos os interesses de Carmona + Fontão + dona Gabriela + uns quantos idiotas e parasitas da confiança do Antonho Preto que tomaram de assalto a Câmara de Lisboa fácilmente concluímos pelo desastre e o caos que arribou à Capital.
Carmona no poder em Lisboa foi um péssimo negócio para a cidade (até para os lojistas) e o País e um excelente negócio para um bando de actores menores que têm uma visão oportunísitica da políticaa, com ela procuram ilicitamente enriquecer e só estão a esburacar ainda mais as ruas e avenidas da Capital por cada dia a mais que estão na autarquia.
Foi, portanto, uma má interpretação de Adam Smith...

Canção de Lisboa, Jorge Palma, sempre...

Canção de Lisboa

A semântica senil

A semântica senil [in Geometria do Abismo, de José António Barreiros]

Este blog deveria ser dedicado à filosofia portuguesa, se eu estudasse, mas eu sou um mau aluno, daqueles do curso nocturno que acham que chegarem esgotados às aulas justifica adormecerem nelas. Compro livros que não leio e calculo que por osmose a coisa funcione. Hoje encontrei um desses muitos livros em que um dos capítulos se intitula «perguntas interessantes e respostas conhecidas». Não era um manual de filosofia, era um caderninho de introdução à linguística, organizado pela Maria Helena Mira Mateus e pela Alina Villalva. Quando eu andava pela Faculdade de Direito, errante entre os compêndios e refugiado das sebentas, soube que ela dirigia um Centro de Linguística Teórica. Fiquei com a ideia de que era junto à Feira Popular. Ou estou certo ou já baralho tudo, tartamudo de todo, linguisticamente incapaz.

As razões de José António Barreiros

Casa Pia
As razões de Barreiros
«A Justiça que julgue o que está em julgamento. A História julgará o que ficou por julgar» – afirmou ao SOL José António Barreiros, a propósito da sua saída da equipa de advogados que representa os jovens no processo Casa Pia
O advogado não quer dar mais pormenores sobre o seu abandono. Mas, segundo o SOL apurou, as razões estarão relacionadas com acontecimentos no processo movido por Jaime Gama, presidente da Assembleia da República, contra um dos ex-alunos da instituição, que o implicou no caso.

Bruna surfistinha ainda vira autarca da Kapital...

Com apenas 22 anos, passou três a prostituir-se. Nessa altura não era a Raquel Pacheco (nome de baptismo), mas sim a Bruna Surfistinha. Lembra-se do primeiro cliente e do último dia de trabalho, assim como da festa onde esteve com oito homens. Fez um filme ‘porno’ mas odiou. Agora escreve livros..(...)
Obs: É impressionante conhecer a trajectória e o background de Bruna surfistinha, com este curriculo ainda acaba candidata da Câmara Municipal de Lisboa..., para além de ser uma directa concorrente de Catarolina Sal-Gado

sábado

Lisboa - por António Costa Pinto -

Lisboa (link)
António Costa Pinto
Professor universitário

O valor da estabilidade é apreciado pelos cidadãos portugueses e entre eleições e referendos as consultas têm sido muitas, mas a crise recente na Câmara Municipal de Lisboa merece alguma atenção, pois a capital foi-se transformando no palco do País.

É verdade que o que se passa em Lisboa já aconteceu em outros municípios, mas a prudência dos partidos perante a crise é excessiva e pode contribuir para o aumento dos sentimentos anticlasse política.

O caso português caracterizava-se no passado por uma grande passividade do sistema judicial relativamente às eventuais ilegalidades do poder municipal, mas hoje estamos ainda longe do perigo do justicialismo.

Quando Carmona Rodrigues diz que o País ficaria paralisado se todos os autarcas indiciados suspendessem funções, isso é o espelho infeliz de uma realidade pouco saudável.

Nesta conjuntura curiosa em que os principais partidos, nomeadamente o PS, não estão a pedir eleições, porque estaríamos a falar de um mandato curtíssimo, de cerca de ano e meio, talvez fosse altura de estes pensarem mais no interesse geral, dando sinais positivos e apresentando rapidamente alternativas à sociedade civil.

Talvez fosse também uma boa altura para evitar que os sentimentos antipolíticos de uma parte da sociedade portuguesa, associados à passividade e ao desinteresse, evoluam para uma conjuntura propícia ao surgimento de partidos populistas e anti-sistema, à semelhança do que aconteceu em países como a Holanda.

A Câmara Municipal de Lisboa tem-se transformado nas últimas décadas, aliás desde Jorge Sampaio, numa plataforma política nacional, perdendo o regionalismo "alfacinha", se é que não o tinha perdido há mais tempo.

Políticos nacionais, ex-secretários-gerais e futuros primeiros-ministros e presidentes já passaram por lá e é de prever que o movimento continue.

Lisboa é hoje vista como espelho de políticos nacionais e os danos são mais fortes.

Os partidos deveriam ter por isso mais atenção ao tema, apontando alternativas e dando sinais de que estão preparados, caso a crise se agrave.

  • Obs: António Costa Pinto dá-nos mais uma pincelada hiper-realista do antro e dos esquemas corruptivos fornecidos pelos múltiplos casos desta equipa camarária dirigida erráticamente por Carmona. A sua grave declaração por um lado, e o efeito-trampolim da autarquia que tem sido sistemáticamente instrumentalizada pelos agentes políticos por outro, resumem eficientemente o caos instalado em Lisboa cujo poder deverá ser imediatamente devolvido ao povo. Ainda que isso custe muito ao PS e ao PCP - que pretendem evitar eleições por taticismos exclusivamente partidários, e não por pensarem no bem comum dos lisboetas. Mas a manutenção deste stato quo só poderá piorar as coisas. Mais um artigo a ler e a meditar, portanto.

Combate à corrupção - p'lo Jumento -

A foto é selecção nossa, o texto pertence na íntegra ao Jumento. Uma narrativa que deveria ser lida por Antonho Preto, Súrgio lipari, Fontão, Gabriela e demais figurantes terciários dum espectáculo dantesco no pior dos mundos possíveis. Pobre Lisboa, entregue ao mau do pior que as secções partidárias deste psd conseguiu evacuar.
"A forma como alguns dos nossos políticos querem combater a corrupção, de que alguns dos seus pares são os grandes incentivadores e beneficiários, lembra-me as coutadas turísticas onde as perdizes são criadas e soltas para que depois uma parte delas seja tranquilamente abatida, a maioria escapa e na próxima época volta-se ao mesmo exercício.
Basta olhar para a generalidade dos casos de corrupção ou para o espectáculo que está a ser dado pela Câmara Municipal de Lisboa para se perceber que é bem mais fácil evitar do que combater. Se os partidos e governos fossem criteriosos nas escolhas dos responsáveis da Administração Pública ou se os líderes partidários vissem as vitórias como um exercício de democracia e não como algo que se pode conquistar a qualquer custo, haveriam muitos menos corruptos.
No Estado, como nos partidos, a cultura da excelência deu lugar à do compadrio criando um ambiente de subserviência e oportunismo onde sobrevivem os mais oportunistas e corruptos. É ridículo que sejam os responsáveis por este estado de coisas armarem-se em puritanos no parlamento com propostas generosas de combate à corrupção.
Veja-se o que o PSD fez na Câmara Municipal de Lisboa onde procedeu a um verdeiro assalto com um exército de inúteis que precisa do partido para encontrar emprego. São vereadores idiotas, administradores de empresas municipais incompetentes e assessores inúteis, todos eles pertencentes às clientelas pessoais de António Preto, Marques Mendes ou Santana Lopes.
Em vez de adoptarem leis para combater a corrupção talvez fosse mais útil que os partidos adoptassem regulamentos internos que evitassem que a sua própria sobrevivência dependesse da corrupção."

É tudo uma questão de ministros a mais ou a menos...

É tudo uma questão de ministros a mais ou a menos... vá-se lá saber. Numa reunião com o Presidente da Suiça, o primeiro-ministro português apresentou-lhe os seus ministros:

-Este é o ministro da Saúde, este é o ministro dos Negócios Estrangeiros, esta é a ministra da Educação, este é o ministro da Justiça, este é o ministro das Finanças ...

Chegou a vez do Presidente da Suiça: - Este é o Ministro da Saúde, este é o Ministro dos Desportos, este é o da Educação, este o da Marinha ...

Nessa altura, com ar emproado, José Sócrates começou a rir: - Ha! Ha! Ha!.... Para que é que vocês têm um Ministro da Marinha, se o vosso País não tem mar?

O Presidente da Suiça faz um ar digno e respondeu: - Não seja inconveniente. Quando você apresentou os seus ministros da Educação, da Justiça e da Saúde, eu também não me ri.

sexta-feira

Uma história de dois homens no Hospital...

- Dois homens, ambos gravemente doentes, estavam no mesmo quartodehospital.
- Um deles podia sentar-se na sua cama durante um hora, todas as tardes, para que os fluidos circulassem nos seus pulmões. A sua cama estava junto da única janela do quarto.O outro homem tinha de ficar sempre deitado de costas. Os homens conversavam horas a fio. Falavam das suas mulheres, famílias, das suas casas, dos seus empregos, dos seus aeromodelos, onde tinham passado as férias... E todas as tardes, quando o homem da cama perto da janela se sentava, passava o tempo a descrever ao seu companheiro de quarto todas as coisas que conseguia ver do lado de fora dajanela.
- O homem da cama do lado começou a viver à espera desses períodos de uma hora, em que o seu mundo era alargado e animado por toda a actividade e cor do mundo do lado de fora da janela. A janela dava para um parque com um lindo lago. Patos e cisnes, chapinhavam na água enquanto as crianças brincavam com os seus barquinhos. Jovens namorados caminhavam de braços dados por entre as flores de todas as cores do arco-íris. Árvores velhas e enormes acariciavam a paisagem e uma tênue vista da silhueta da cidade podia ser vislumbrada no horizonte.
- Enquanto o homem da cama perto da janela descrevia isto tudo com extraordinário pormenor, o homem no outro lado do quarto fechava os seus olhos e imaginava as pitorescas cenas. Um dia, o homem perto da janela descreveu um desfile que ia apassar: embora o outro homem não conseguisse ouvir a banda, conseguia vê-la eouvi-la na sua mente, enquanto o outro senhor a retratava através de palavras bastante descritivas.
- Dias e semanas passaram. Uma manhã, a enfermeira chegou ao quarto trazendo água para os seus banhos, e encontrou o corpo sem vida o homem perto da janela, que tinha falecido calmamente enquanto dormia. Ela ficou muito triste e chamou os funcionários do hospital para que levassem o corpo. Logo que lhe pareceu apropriado, o outro homem perguntou se podia ser colocado na cama perto da janela. A enfermeira disse logo que sim e fez a troca.
- Depois de se certificar de que o homem estava bem instalado, a enfermeira deixou o quarto. Lentamente, e cheio de dores, o homem ergueu-se, apoiado no cotovelo, para contemplar o mundo lá fora. Fez um grande esforço e lentamente olhou para o lado de fora da janela que dava, afinal, para uma parede de tijolo! O homem perguntou à enfermeira o que teria feito com que o seu falecido companheiro de quarto lhe tivesse descrito coisas tão maravilhosas do lado de fora da janela.
- A enfermeira respondeu que o homem era cego e nem sequer conseguia ver a parede. Talvez quisesse apenas dar-lhe coragem...
- Moral da História. Há uma felicidade tremenda em fazer os outros felizes, apesar dos nossos próprios problemas. A dor partilhada é metade da tristeza, mas a felicidade,quando partilhada, é dobrada. Se te queres sentir rico, conta todas as coisas que tens que o dinheiro não pode comprar.
PS: Agradeço à Cristina Pereira a amabilidade do envio desta bela história que nos interpela a todos.

Vinte anos após a morte de Zeca Afonso

Cançao de embalar - Zeca Afonso

Francisco Fanhais @ V.R.St.º António - Menino Bairro Negro

Por ser em V.R.St.O António - esta é dedicada ao amigo Volenski Sudjanski e sua Mãe que entre Espanha e o Céu haverá de ouvir isto...

O que poderá um miúdo lembrar sobre a vida e obra de Zeca Afonso hoje, vinte anos após o seu desaparecimento? Nada ou muito pouco... Umas sonoridades, umas guitarradas, uns sonhos, uns idealismos, uns copos de tinto misturados com uns frangos e umas cervejolas e graçolas da época contra o velho "Botas" ou resquícios dele, uns quilos de utopia e uma vontade transformadora do mundo, como diria o velho barbudo Carlinhos Marx. Que, porventura, toda aquela geração de músicos e compositores, politizados pela velha Coimbra da Universidade, do fado e das farras consolidou.

Ainda batia com a testa na esquina das mesas e esbracejava para chegar ao botão dos rádios a válvulas quando ouvi pela 1ª vez as músicas do Zeca Afonso. Na altura não havia hip op, rap, house e outros estilos musicais. Cedo percebera que havia alí luta de homens através da música: os que queriam a manutenção da situação política e aqueles outros que queriam a transformação do que estava e só servia meia dúzia de senhores instalados no poder, na banca e na alta e medíocre finança daquele - então - Portugal rural, agrícola, apartado da Europa com uma economia frágil então muito importadora e pouco exportadora. Ou seja, muito dependente do exterior e pouca produtiva e inovadora intramuros. Hoje parece que a coisa não está assim muito diferente, apesar das redes sociais e das estruturas conectivas ampliadas pelo Rizoma que é a Internet.

Na altura vivia em Abrantes, ou melhor estudava no velho liceu de Abrantes, e notava que nos dias em que o meu falecido Pai me levava à escola no Porshe 911 preto com aleron, nesse dia tinha muitos amigos, nos dias em que chegava de mota também tinha alguns amigos, mas nos dias em que chegava a pé ou by bus tinha apenas os livros como companheiros. Era assim na velha e rural cidade de Abrantes onde hoje as motivações, apesar de terem mudado de modelo, de marca e de cilindrada, não mudaram assim tanto, e por uma razão simples: o homem continua a ser o velho-cão materialista de sempre e nem o banho de cultura o civiliza.

A internet também não faz milagres, em certos casos até amplifica o analfabestimo digital, a avaliar pelas respostas e considerações que o actual Procurador-Geral da República dá ao País...

Foi nesse contexto social e relacional que guardei ecos da voz misteriosa, profunda e sonhadora de Zeca Afonso, apesar de nunca ter sido um adepto daqueles sonhos de transformação que rápidamente o PCP se apropriou estragando, por vezes, o melhor que a música e a letra do Zeca tinham. Aqui cabe uma palavra a Mário Soares, talvez a peça mais importante na altura porque travou Cunhal e os ímpetos comunistas que desejavam lançar Portugal num modelo de comunismo à soviética. Hoje estaríamos ao lado da Albânia em termos de índices de desenvolvimento comparativo. Mas como não seguimos esse modelo à soviética, resta-nos pensar que ainda estamos à frente do Chipre!!! Do Chipre?!!!

Hoje faz já 20 anos após a morte de Zeca, o cantor-compositor de músicas que ouvia no carro com o meu Pai, o meu irmão e alguns amigos no tempo em que as viagens demoravam horas, mesmo que fosse para percorrer breves kilómetros. Mesmo os que não o apreciavam, tinham sempre por ele o respeito de o ouvir em silêncio, pois quando não se apreciava a música a letra batia forte; quando a letra era secundarizada era a música que produzia impacto nas nossas consciências. Letras e impactos que hoje pouco ou nada dizem às novas gerações dos morangos com açucar, que miram o mundo em permanente transformação, sem que tenham de pensar que já muitas pessoas tiveram como ideal de vida o apenas viver em Liberdade, livre da censura, da PIDE/DGS e de muitas outras malhas que as ditaduras tecem, de forma clara ou oculta.

Bem sei que hoje a utopia se mede pelo balanço bancário, a ideologia está vertida no emprego e no modelo de automóvel que se tem ou nas roupas de marca que se ostenta, os sonhos estão espraiados na casa que se conseguiu comprar e por aí fora. Estou desconfiado que se Zeca Afonso cá regressasse hoje a 1ª coisa que perguntaria era saber em que País estava, depois talvez pedisse desculpa por ter cantado o que cantou por saber, antecipadamente, que hoje só muito dificilmente alguém o ouviria, respeitaria ou mesmo lhe solicitaria um autógrafo.

É isto que a merda do tempo que passa faz às pessoas. Os que têm memória ou estão velhos e caquéticos recordam para dentro e ficam nostálgicos; os mais novos ofendem aqueles que se lembram por se tratar de música cafona e de letras que hoje parecem, à 1ª vista, não terem fundamento ou relação com as suas vidas, não obstante as novas e gritantes desigualdades intergeracionais que o capitalismo de casino desta globalização predatória impôs às sociedades europeias e aos seus filhos, que somos todos nós: aqueles que hoje habitamos o Velhinho Continente.

Com ou sem Zeca Afonso ou ecos das suas belas e utópicas músicas e letras, que ainda hoje nos ajudam a envelhecer mais lentamente, porque somos obrigados a recordar o tempo perdido, como diria Marcel Proust...

Fez hoje 20 anos após a morte de Zeca Afonso e o mundo parece hoje mais desigual, fragmentado e sacana do que nunca...

  • PS: estou muito curioso para saber o que de tudo isto pensará o Memórias Futuras, que pela geração e vivências saberá muito melhor descobrir a alma dessas narrativas do que um puto que do zeca só tem uma memória fragmentada.
    Para gerar um quadro social contrastante - recordo aqui para o Zeca o que Snoop dogg, outro artista doutra latitude, nos diz na sua letra... Em boa parte, este foi o mundo que criámos: o mundo do materialismo, do hedonismo e do relativismo - hoje absolutizado, o que não deixa de ser um paradoxo do novo tempo.
    i wanna fuck you ft. snoop dogg

Uma sugestão a este débil psd

No decurso destes últimos 2 anos tenho visto este psd fazendo malabarismos sem sentido, direcção ou propósito sério. Nas cúpulas, evidentemente!! Creio que isto decorre de duas coisas: 1) da falta de ideias claras para o País, o que conduz a um certo desnorte ante uma liderança do executivo socialista forte e vigorosa; 2) e um experimentalismo coxo cujo paradigma negativo está bem plasmado na opção de nomear Carmona para edil da Capital. Uma escolha pessoal de MMendes, note-se - que este o impôs ao partido e, indirectamente, ao país. O resultado está à vista... E nem me reporto aqui aos inúmeros casos de alegada corrupção, reporto-me sim à falta de um plano integrado para Lisboa que faz dela hoje uma cratera maior do que a própria cidade, cada vez mais afastada dos índices de desenvolvimento das megapolis europeias que nos poderão servir de referência em matéria de gestão municipal ou de desenvolvimento sustentado.

Mas isto não explica o descalabro em que estamos, ou melhor em que nos enfiou este pequeno líder do psd e, por extensão, Carmona e toda a sua impreparada e néscia equipa-de-aviário. Um dia ainda gostava de encontrar na Baixa lisboeta esse veterano da treta do sr. Fontão para lhe perguntar onde é que o sujeito tirou o curso de gestão, e se ele gere para o teceido social ou para si!!!

O desastre ou a sinistralidade política do psd + autarquia lisboeta resulta, a meu ver, do seguinte: da pretensão que os políticos têm de ver na Política uma ciência certa capaz de elaborar e monitorizar experiências controladas: nacionais ou, neste caso, municipais visto que é de Lisboa que se trata e não de Freixe de Espada à Cinta...

Ora, a política não é bem o laboratório dos físicos que podem criar vácuo, ou dos químicos que podem estabelecer ambientes estéreis, ou até mesmo o ambiente funcional dos médicos que podem realizar testes cegos, especialmente em contexto de autópsia em que os cadáveres já não se queixam das cruzes ou da dores de bico de papagaio. Ou mesmo estrebuxar caso sejam acusados, à posteriori, de corrupção, nepotismo ou peculato como sucede a alguns vivinhos da silva...

"Silva" aqui não denota nenhuma indirecta para Cavaco, como aproveitaria o Alberto da Madeira...

Creio que MMendes e este psd têm-se esquecido destes pequenos grandes pormenores, daí o descalabro em que se encontram, seja no plano pessoal, seja no plano político-institucional e partidário. Daqui decorre o grande desfazamento deste psd, que não consegue ver nem pensar aquilo que alguns economistas, sociólogos e politólogos estudam, teorizam e sabem, apontando para uma grande dificuldade de harmonizar aquilo que este psd pensa e pretende realizar e aquilo que é a realidade, nua e crua.

No fundo, a MMendes apenas deixo uma palavrinha: tenha cuidado, porque aquilo que o senhor sabe de política é, hoje, manifestamente insuficiente para ir além de director-geral, e isto é tremendo para quem já foi ministro e hoje aspira a ser PM. A realidade lá fora é muito diferente daquele que é congeminada hoje pelo pequeno cérebro de todo este psd: um partido verdadeiramente partido...

Quem é o trombadinhas do poder local em Portugal ..

Quem é o trombadinhas do poder local que trafica favores, licenças, alvarás, oleosidades burocráticas a troco de imóveis, dinheiro e outras formas de enriquecimento ilícito praticados hoje pelos titulares do poder local em Portugal...
Quem são os trombadinhas que se eternizam no poder autárquico mandatos a fio - mamando à esquerda e à direita no espectro político, fazendo o pleno da hipocrisa politico-partidária no poder local?
- Quem são esses trombadinhas que desfalcam os recursos do erário público arrastando os interesses da colectividade para os buracos que Lisboa tem. Quem é o trombadinha que permita aos trombadinhas dar trombadas no bem comum?

Um fait-divers chamado Câmara Municipal de Lisboa & Knockout Collection

Zézinha Nogueira Pinto disse ontem zangada que não alinha nas brincadeiras de quarto em que Carmona e sua entourage transformou a autarquia de Lisboa. Ou seja, a Capital transformou-se numa caricatura de si própria, converteu-se num fait-divers. Quem aterrasse em Lisboa e se deparasse com este espectáculo de veradores acusados de inúmeros crimes, constataria que os factos de baixa intensidade informativa estão todos alí, na autarquia, oferecendo à turba um elevado valor de entertenimento - que já virou circo.
Mas um circo sui generis, porque alguns anões gigantes já soltaram as feras na arena, e esse Relatório da tanga da Gebalis foi mais um acto estúpido quanto desesperado por parte do vereador que o promoveu, atestando bem a sua dimensão de pigmeu intelectual. O objectivo foi fazer chicana política, manobras de diversão, ganhar tempo... Tudo isso o povo mais desatento notou e anotou a lazer.
O recurso a esse expediente do relatório da Gebalis é bem o retrato escroque oriundo do pior psd de secção de Benfica que eu conheci e do qual me apartei em tempo últil, doutro modo hoje tinham feito de mim vereador, deputado ou até secretário de Estado ou ministro sem pasta (preta), para minha infelicidade. De facto, e visto a esta distância, nós queremos sempre pensar que certas pessoas, certos partidos, todas essas interacções não são assim tão ignóbeis mas, de facto, ainda são piores. E são-no porque são assumidos como actos de gestão normais transmitido em directo para nossas casas.
O recurso ao relatório Gebalis é bem o retrato dum Portugal doente, execrável, amarrado aos empregos da secção de voto que o psd proporciona, reflexo do efeito cola-cartazes de boys-laranja que um dia pensaram fazer carreira política mas, na realidade, não passam duns pigmeus intelectuais, meios-homens que a República já evacuou.
Mike Tyson Knockout Collection

quinta-feira

Os gordos do poder local....

Hoje, mais do que nunca, o poder local está em avaliação em Portugal: os casos de alegada corrupção, peculato e muitos outros ilícitos na Câmara Municipal de Lisboa - assim como noutras autarquias, vieram levantar a lebre à mediacracia que assim encontra também a sua raison d´être no palco de robertos do nosso tempo.
Os gordos no poder local são, desse modo, todos aqueles agentes que visam enriquecer, traficar influências, empregar os amigos e os apoiantes à custa das funções públicas que exercem e dos dinheiros públicos que gerem, e pouco ou nada zelam pela defesa e promoção do bem-comum da colectividade. Os gordos no poder são, assim, o outro nome para os corruptos do poder local neste 1º decénio do III milénio em Portugal.
É essa a imagem que hoje cola à actual equipa-de-aviário encabeçada por carmona e imposta pessoalmente por MMendes aos lisboetas.
Se compararmos esta gordura dos corruptos do poder local em Portugal, que estão sendo investigados pela PGR como ontem informou o Sr. Pinto Monteiro na RTP, com a necessidade de fazermos uma dieta a sério, concluímos pelo seguinte: ao longo da nossa vida, cada ser humano ingere, em média, cerca de 50 a 65 toneladas de comida. Nela está a sobrevivência, mas também a causa de reacções adversas e inesperadas.
Hoje sabe-se que o mal dessa gordura e adiposidade tem nome: a incompetência de braço dado com a corrupção, o nepotismo e o peculato. São todos esses crimes juntos, e outros mais que ainda nem sequer foram tipificados na lei e não têm previsão conceptual e legal, que entravam a gestão eficaz do governo e boa gestão e progresso das vilas e cidades de Portugal.
É por essa razão que o País tem urgentemente que fazer uma dieta, e trocar a gordura por músculo, sobe pena de muitos mais ficarem obesos afogando com eles toda a polis nesse peso.
Quando se olha para aquele gordo balanceando desesperadamente sobre aquele cilindro, a imagem que nos é devolvida não é apenas a de MMendes de braço dado com Carmona, mas a de umas centenas de autarcas e de caciques locais deste Portugal profundo que, desde logo, tem na Madeira o seu mais pernicioso exemplo de demokratura anti-pluralista.