sábado

Silêncio que se vai cantar o fado: o fado das [directas] na Lapa...

- Das duas três:
- 1. O partido saído das directas encontra uma liderança que se impõe gradualmente e arruma a casa e começa a fazer oposição credível ao governo de Sócrates e a subtrair esse papel até agora entregue a Anacleto Louçã (cada vez mais "animalesco" e autor duma linguagem imprópria para um académico);
- 2. Ou balcaniza-se, reeditando uma nova fase de fragmentação política post-Meneses, que terá sempre os seus "Pachecos" que "não ajudam nem saem de cima", pois o seu papel é instabilizar permanentemente e depois analisar a crise que eles próprios criaram na tv onde são comentadores. Portanto, tipos como Pacheco pereira existem para comentar a crise de que eles próprios são co-autores;
- 3. A 3ª opção é mais remota, e passa por fundir o psd no PS e fazer aquilo que José Miguel Júdice defendeu há uns meses.
É nosso entendimento que da troika de candidatos que ora estão em jogo - dois representam o passado gorado (Santana e Leite) e um o futuro incerto e o experimentalismo dangereuse (Passos Coelho), logo nenhum serve verdadeiramente ao partido. Todos e cada um são, de facto, soluções a prazo, paliativos, expedientes de adiamento até que o partido da Lapa se encontre verdadeiramente consigo mesmo. Marcelo poderia configurar uma opção mais sólida, mas o comentador tem duas coisas que jogam contra si:
- Medo de perder, again...
- E muitos anti-corpos no seu seio.
De resto, o que Marcelo quer é Belém, não são Bento. Mas como não pode concretizar nem uma coisa nem outra resta-lhe assistir - juntamente com os 70 mil militantes eleitores do psd - à crónica duma morte anunciada nas estreitas ruas da Lapa.
Eis o significado do dia de hoje na vida interna/directas do PSD. Eis o alcance da imagem supra. E Durão barroso - o famoso cherne - também povoa a narrativa de fragmentação daquela imagem, apesar de camuflado. E é compreensível que assim esteja, pois foi ele quem, de facto, meteu areia na engrenagem.

Meneses, afinal dá indicação de voto. É tão subliminar que mais parece um elefante numa loja de porce...

Meneses é o senhor da direita, ou melhor no canto inferior direito
Menezes: "Não votem em quem quer o regresso do pior dos passados"
Presidente demissionário do PSD diz que o novo líder será o primeiro em 30 anos sem maioria.
Luís Filipe Menezes, presidente demissionário do PSD, apelou hoje aos militantes para que "não votem em quem quer o regresso do pior dos passados e das cliques do centralismo" e sublinhou que o novo líder "será o primeiro em 30 anos sem maioria".
"Não voto nos que, com métodos terroristas, colocaram em causa a estabilidade do PSD. Espero que sábado esses não vençam. O meu coração, a minha vontade e o meu voto vão para os que não querem que o partido caia nas mãos dessa pseudo-elite".
Luís Filipe Menezes não pronunciou uma única vez o nome de Manuela Ferreira Leite, a única candidata à liderança do partido que não recebeu pessoalmente durante a campanha eleitoral, dado, como disse, não receber candidatos que "viraram o signo do partido ao contrário e tentaram tirar, à bomba, o líder". [...]

"O carro de Jorge circula com óleo de fritar". Energia alternativa aos derivados do petróelo. "Maravilhoso"...

O carro de Jorge circula com óleo de fritar, in Público 30.05.2008, Aníbal Rodrigues e José Augusto Moreira Automobilista garante que utiliza o produto há dois anos e já fez cerca de 25.000 km sem avarias. O pior é o cheiro a fritos Jorge, um automobilista de Coimbra, pára pouco nas estações de serviço. Desde há dois anos que, quando o ponteiro do combustível aponta para o vermelho, coloca óleo vegetal no depósito do seu Fiat Punto 1.7 TD de 1994. Neste período, a substituição do gasóleo pelo produto que habitualmente é utilizado nos fritos culinários permitiu-lhe percorrer cerca de 25.000 quilómetros "sem nenhum problema". Garante que não sente diminuição do rendimento do motor e acrescenta que na última inspecção periódica ao veículo o nível de emissões de dióxido carbono "estava maravilhoso". "O único problema disto é o cheiro a fritos", diz.
O óleo vegetal apenas é usado em motores a diesel antigos, dotados de injecção indirecta. Os donos de automóveis modernos, com injecção directa e sistemas common-rail não arriscam. Inclusive, Jorge tem uma Volkswagen Passat TDI na qual apenas coloca gasóleo.
Por outro lado, quem optar pelo óleo terá que procurar bem marcas mais acessíveis ou promoções, já que as mais famosas superam 1,50 euros por litro. Ainda assim, pelo menos um hipermercado dispõe deste produto a 1,15 euros, o que representa uma poupança algo superior a 25 cêntimos por litro face ao actual preço do gasóleo."Toda a gente está a utilizar óleo de fritar, mesmo aqueles Mercedes mais antigos e pessoal com jipes", garante Jorge.
Tiago Farias, docente de Engenharia Mecânica no Instituto Superior Técnico de Lisboa, não percebe bem porquê e avisa que a utilização de óleo vegetal como combustível de motores diesel "tem sempre inconvenientes mecânicos". E apenas compreende Jorge "porque o risco está minimizado", ou seja, trata-se de carros com uma idade avançada, pouco valiosos, em que eventuais danos no motor já pouco representam.
Há cerca de uma década, houve quem procurasse responder à crise enchendo os depósitos dos automóveis com um solvente destinado à indústria têxtil; por estes dias, a necessidade continua a aguçar o engenho e são já conhecidos casos de carros que andam a óleo de fritar. Apesar de tudo, as autoridades acreditam tratar-se de casos isolados e que não há ainda redes para comercialização de produtos adulterados ou de sucedâneos das gasolinas, ao contrário do que aconteceu na década de 90.
Actualmente, a Brigada Fiscal da GNR está a investigar apenas alguns casos de postos de revenda de combustíveis, todos nas zonas centro e sul do país, que oferecem descontos de 10 a 15 cêntimos por litro. Depois de terem sido recolhidas, de forma dissimulada, amostras desses produtos, as autoridades aguardam agora pelos resultados das análises para perceberem se são produtos adulterados ou consequência de uma qualquer estratégia comercial.
Com excepção dos óleos alimentares reciclados, cujo destino não obedece a qualquer registo ou controlo, a venda de todos os hidrocarbonetos e derivados do petróleo (tal como as gasolinas) está hoje fortemente controlada e regulamentada. Segundo explicou ao PÚBLICO fonte da Brigada Fiscal, tais medidas legislativas surgiram depois de há cerca de uma década terem sido detectadas e desmanteladas em várias zonas do país redes paralelas de abastecimento recorrendo a produtos destinados à utilização industrial e isentos do ISP (imposto sobre os produtos petrolíferos e energéticos). Além do petróleo, que era adicionado ao gasóleo numa proporção de 20 a 30 por cento, mas cuja venda a granel deixou de ser permitida, a substância mais utilizada era o tolueno ou toluol. No Minho desenvolveram-se redes informais de abastecimento, tendo as autoridades detectado então casos de postos onde a venda deste produto chegava a suplantar a das gasolinas. Paralelamente, outros automobilistas produziam combustível para consumo próprio, misturando tolueno (75%) benzina (25%) e um pouco de óleo, que funcionava na perfeição nos velhos motores a gasolina.

sexta-feira

VISIONÁRIO PRAGMÁTICO - por António Vitorino -

VISIONÁRIO PRAGMÁTICO, in dn
A escolha das imagens é da n/ responsabilidade.
O sublinhado também.
António Vitorino
jurista
Amanhã, na Faculdade de Direito de Coimbra, ocorrerá uma sessão de homenagem a Francisco Lucas Pires. Passam dez anos sobre o seu desaparecimento e, além dos seus familiares, um grupo de amigos e admiradores tomou a iniciativa de recordar não apenas o homem e o político, mas também o académico e o pensador.
A riqueza da personalidade de Lucas Pires e a dos seus traços humanos distintivos não careciam nem da prova deste tempo que passou sobre a sua morte nem da pluralidade daqueles que ora partilham esta memória comum.
A cada um, Francisco Lucas Pires tocou de maneira própria e segundo uma óptica de sensibilidade humana que fazia dele uma personalidade de excepção. Há os que retêm dele a criatividade e a imaginação do discurso político, servido por uma mestria no uso da língua portuguesa. Há os que se reportam sempre a essa experiência pioneira de libertar a cultura de uma certa presunção de aprisionamento à esquerda, baralhando as referências com inegável deleite e talento. Há ainda os que hoje recordam o pioneirismo do chamado "grupo de Ofir", onde os ideais liberais tentaram encontrar um travejamento afirmado num campo político - o da direita - que no âmago da sua tradição nunca o tinha sido.
Enfim, há os que guardam dele, da sua acção, do seu exemplo, o contributo esclarecido e firme para a integração de Portugal na União Europeia. Não surpreenderá que seja sobretudo entre estes que me conto.
Desde logo porque, como seu colega no Parlamento Europeu, pude testemunhar que Francisco Lucas Pires tinha granjeado, quer nas instituições europeias quer na família política democrata-cristã a que pertencia, um estatuto de autoridade intelectual e política pessoal que mais nenhum outro representante político português teve ou viria a ter. Esse peso político pessoal advinha-lhe da sua visão sobre a Europa, não dos votos que pudesse reclamar ou das circunstâncias passageiras de uma liderança partidária.
Com efeito, aqueles que passaram pelos areópagos europeus sabem como é difícil fazer ouvir uma voz individual, e só a qualidade intelectual e a humana de Francisco Lucas Pires lhe permitiram, num curto espaço de tempo, ganhar a atenção e a influência real de que desfrutou, sobretudo naqueles domínios de matérias a que havia dedicado o essencial do seu estudo e intervenção: a integração política, a cidadania, a identidade cultural europeia.
O seu pensamento europeu vai beber nas raízes dos fundadores democratas-cristãos, mas a originalidade da síntese do seu pensamento europeu assenta na conciliação de um modelo político-institucional de matriz federalista com uma dimensão das políticas em concreto que incorporam o respeito pela dignidade e igualdade humanas, os laços de solidariedade decorrentes das diferentes origens nacionais e a procura de uma matriz cultural assente na tolerância e na diversidade.
Nesta procura de síntese não raras vezes converge, quer no diagnóstico da situação quer na formulação das propostas de solução, com um outro europeu notável, também ele formado na escola da democracia-cristã mas tendo assentado arraiais no mundo político sindical e socialista: Jacques Delors.
Na inquietação comum que percorre o pensamento de Lucas Pires e de Delors encontramos os mesmos dilemas e as mesmas convicções. Ambos partilham a certeza de que a integração europeia é a única via consistente para os europeus responderem aos desafios de um mundo em profunda mudança, mas ambos também percebem que as receitas clássicas federais são insuficientes, porque demasiado enquistadas em construções institucionais pouco flexíveis para uma União Europeia em vias de um grande alargamento exigido pela justiça e pelo devir da história continental. Ambos nos deixaram reflexões lúcidas e interrogações prementes, umas e outras motivadas por uma visão de futuro e por uma preocupação de pragmatismo na obtenção de resultados.
A melhor homenagem a Francisco Lucas Piras é, pois, prosseguirmos nesta incessante procura dos novos caminhos europeus que ele, como visionário pragmático, tão bem, nos soube abrir.
Obs: É admirável a forma como António Vitorino descreve a pessoa complexa de Francisco Lucas Pires [link] - cuja vida foi ceifada aquando da inauguração da Expo-98, já de regresso a Coimbra. Então, a 1ª nota que me ocorreu foi supôr como Deus é um grande "maroto", na medida em que sendo Ele o coordenador-mor de tudo e de todos, não conseguiu evitar essa tragédia, ainda na flôr da idade. Este pensamento conduz-me a outro, emanado e densificado pelo sociólogo polaco Zygmunt Bauman, quando sugere que teríamos todos grande vantagem em pensar "o que vamos dizer" (ou melhor, o que poderíamos dizer) no dia do nosso próprio funeral, como será esse dia pensado pelo próprio!?. Será um exercício atípico, mas não tão estranho quanto pareça à 1ª vista.
Quase já tudo foi dito por AV, resta-me aqui recordar a bondade da sua pessoa, a superioridade da sua inteligência, a sua imensa tolerância, a forma torpe e canalha como um dia o Paulinho Portas (hoje, das "bombas gasolineiras", volvido o ciclo da lavoura e da pesca num populismo crónico de caça ao voto) se lhe dirigiu em directo num programa de tv; a sua enorme cultura que fazia dele um cidadão do mundo, um homem cosmopolita com uma muito determinada visão europeia, um assunto, de resto, que dominava eficientemente e até escreveu livros, ensaios e artigos de opinião sobre o tema. Uma pessoa qualificada e de grande bondade, sempre aberta à inovação e à integração de conhecimento, intra e extra-muros.
É sempre uma tragédia quando estas coisas sucedem na flor da idade, quando as pessoas são de boa índole, inteligentes e contribuem para o bem comum. Por maioria de razão sou levado a pensar que se Francisco Lucas Pires hoje ainda fosse vivo Paulinho das "bombas" nunca teria deixado de ser o que sempre foi: aquele jornalista franco-atirador que fez do abate político a Cavaco o móbil da sua vida. E isto só tem importância por uma razão (política): é que FLP faria certamente a diferença em matéria de direita em Portugal, hoje o cds seria um partido mais evoluído, mais tolerante, mais abrangente e isso traduzia-se, seguramente, num ganho acrescido para a Democracia, a Liberdade e o Desenvolvimento em Portugal.
Lucas Pires foi um homem grande que engrandeceu Portugal e os portugueses.

Finding Forrester, by William Forrester

Finding Forrester is the story of Jamal Wallace's life in the rough world of the inner city. Although Jamal is intellectually gifted, he puts little effort into his schoolwork to avoid criticism from his friends. On a dare, he sneaks into a recluse's apartment and, to his surprise, befriends the inhabitant. The man helps Jamal with his writing, in exchange for Jamal keeping a secret: the man is William Forrester, the secluded author of the Pulitzer Prize-winning novel, Avalon Landing, his only published book. When a highly selective private school, Mailor Callow, sees Jamal's test results, he is offered a scholarship. Jamal accepts, although it is a major culture shock to go to this elite school. He is immediately befriended by a board member's daughter, which eases the transition.
Later, a professor named Crawford accuses Jamal of plagiarism because he incorporates the first paragraph and title of an essay by Forrester into one of his paper. The essay had been written by Jamal in Forrester's apartment, and despite the fact that he was told to keep anything he wrote in Forrester's house in Forrester's house, he turned it in. In the end, Forrester leaves the apartment after all of those years, pays a surprise visit to the school to address the professor's accusations in person, and reads one of Jamal's writing samples in order to prove his innocence.
Forrester moves back to his homeland of Scotland, where he dies of cancer. He leaves Jamal his apartment and a manuscript of his second and final novel, 'Sunset'. It is to be published by Jamal after he has written a foreword.

quinta-feira

Os negócios da alma... Como eliminar o "mau-olhado" do computador. As teorias do Nilton...

Maria, uma de entre as muitas clientes do professor Bambo, sente-se burlada pelo vidente senegalês, a quem pagou cerca de 17 mil euros para resolver problemas que afinal não tinha. Não apresenta queixa nas autoridades para evitar a vergonha perante a família.
Esta antiga cliente consultou Bambo quando estava com dificuldades na empresa. 'Ele deu--me garantias de que o negócio ia melhorar muito. Pediu-me mil contos em dinheiro.' O negócio melhorou ligeiramente na época natalícia, facto que hoje Maria considera normal. Mas na altura voltou a consultar o professor. [...]
Obs: O que talvez surpreenda não é a existência de "artistas" desta estirpe a laborar no mercado dos "instáveis do sentimento", mas a existência de clientes crédulos que em lugar de procurarem um psicólogo, um psiquiatra ou mesmo um ombro-amigo se metam na boca do lobo.
Internet com mau olhado - as teorias do Nilton...
Como eliminar o "mau-olhado" do computador. Só por 250euros...
Sugira-se ao professor bambo se também não quer aproveitar a promoção...

Massive Attack - Live With Me (Terry Version)

Massive Attack - Live With Me (Terry Version)
Massive Attack - Live With Me

Uma sistematização de Bauman feito pelo Psico-História

cit. in Psico-História... Zygmunt Bauman e a Laranja Mecânica
Hugo Leonardo Dias - Publicado em 18.01.2006 fonte: duplipensar.net
A ordem estampada nos olhos de quem vê.
A literatura é uma das fontes para que possamos refletir sobre os anseios da sociedade pós-moderna. Tanto Burgess como Orwell descrevem uma sociedade em que a manipulação social está presente em todas as partes. No livro Laranja Mecânica de Anthony Burgess, se preferirem no filme homônimo de Stanley Kubrick, o autor descreve um futuro próximo. Neste cenário a sociedade seria um caos; os jovens delinqüentes travariam batalhas nas ruas. Para um mundo que clama pela ordem essas pessoas são caracterizadas como estranhos (aqui fazendo referência a Zygmunt Bauman). Os estranhos são pessoas que não se encaixam no modo de vida imposto pelo sistema capitalista. Eles são os “Alex” criados pelo mundo pós-moderno, a prova que não há um ordem total. O mundo não é constituído por peças de Lego, que se encaixam com harmonia. Na caixa do Lego existem também as peças que não se encaixam. O teórico polonês Zygmunt Bauman citado acima, nos diz que há impregnado em nossa sociedade um sonho de pureza, originado no seio da revolução francesa, que por meio de seu lema “igualdade, liberdade e fraternidade”, atribuídos também aos teóricos do iluminismo, lançam para o mundo os conceitos de razão e igualdade como virtudes para construção de um mundo melhor . Esses conceitos contribuirão para consolidar em nossa vida a busca da ordem, de um mundo moldado, plano e igual. Esta ordem é um dos alicerces que conduzirá o mundo a este “sonho de pureza”. Segundo Bauman a compulsão pela ordem implica três tipos de estratégia:Estratégia antropofágica – acabar com os estranhos, devorando-os.Estratégia da assimilação – Tudo o que é diferente é assimilado. A diferença passa a não existir mais. Ela é abafada para promover a ordem. Estratégia antropoêmica – esta implica em expulsar os estranhos do mundo da ordem.O nosso jovem Alex é um dos exemplos citados acima, em sua situação podemos enquadrar como uma estratégia de assimilar, ou seja, o que é estranho frente à sociedade é abafado, corrompido e assimilado pelo sistema. Alex como já dito, é um delinqüente, suas ações envolvem o prazer em praticar a chamada “ultraviolência”. Após violentar uma velha, Alex é preso e é submetido ao sistema Ludovico, que consiste em condicionar o jovem à não praticar os atos de delinqüência. O sistema patrocinado pelo Estado será usado para que as pessoas que cometerem delitos sejam condicionadas a não praticar tais atos de violência, como Alex.Este caso ilustra o discurso médico como um dos fatores que criam o sonho de pureza em nossa sociedade. As manifestações do estranho Alex são abafadas com intermédio da razão. A ciência é colocada em pratica para justificar um busca pela ordem para destruir, abafar e assimilar aquele estranho. Vivemos em uma constante busca pela ordem, sendo que a razão é o fator justificador desses atos, historicamente podemos usar o exemplo de uma atrocidade como o holocausto para ilustrar como a razão foi o alimento da intolerância. Porém, hoje vivemos um novo holocausto, mais sutil, fazendo com que aquele que não participa do jogo do sistema capitalista, o consumidor falho, aquele que é estranho, seja excluído, porque todos clamam pela ordem, todos clamam pela pureza!
Filme: Laranja MecânicaTítulo original: A Clockwork Orange / Stanley Kubrick's Clockwork Orange País: Estados Unidos Ano: 1971 Idioma: Inglês Direção: Stanley Kubrick Roteiro: Stanley Kubrick, baseado no livro de Anthony Burgess Gênero: Drama / Ficção-Científica / Thriller Elenco: Malcolm McDowell, Patrick Magee, Michael Bates, Warren Clarke, Adrienne Corri, Carl Duering, Paul Farrell, Clive Francis, Michael Gover, Miriam Karlin, James Marcus, Aubrey Morris, Godfrey Quigley, Sheila Raynor, entre outros Quem é Zygmunt Bauman 1925, Poznan - PolôniaSociologo polonês. Ganhou notoriedade quando seus estudos sobre cultura da modernidade e o totalitarismo, principalmente o nacional-socialismo alemão.Assim como muitos judeus, Bauman fugiu para a oeste da Polônia (área de ocupação soviética) durante a invasão dos alemães no começo da Segunda Guerra Mundial. Após o término do conflito, Bauman estudou sociologia na Universidade de Varsóvia. Bauman escreveu vários livros sobre sociologia, cultura, facismo e socialismo. Após a onda de anti-semitismo na Polônia, Bauman migrou para Israel em 1968 para lecionar na Universidade de Tel Aviv. Entre 1971 e 1990 foi professor de sociologia da Universidade de Leeds na Inglaterra.
- Modernidade e Holocausto - ZYGMUNT BAUMANEste livro, que fez juz ao premio Amalfi concedido ao melhor livro de sociologia publicado na Europa, discute o que a sociologia pode nos ensinar sobre o Holocausto, concentrando-se, tambem, no que o Holocausto tem a oferecer a sociologia...
- Modernidade e Ambivalência - ZYGMUNT BAUMAN. Esta obra, escrita por um dos principais pensadores sociais da atualidade, faz um balanco inovador das questoes levantadas pelo debate modernidade/pos-modernidade. Com reflexoes que vao de Kant a Derrida-passando por Freud, Marx, Foucault, entre outros...
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Modernidade Líquida - ZYGMUNT BAUMANO autor explora a passagem do que considera uma "modernidade sólida" para a "líquida". Segundo Elias, a modernidade atual é muito mais leve e dinâmica e, entendendo a transição e o que isso significa, é possível atuar no mundo contemporâneo...
- Ética Pós-Moderna - ZYGMUNT BAUMAN. Estaria a moralidade com os dias contados? Estaríamos testemunhando a ¨morte da ética¨ e a transição para a nova era do pós-dever? Será que a ética, no tempo do pós-moderno, está sendo substituída pela estética? Para muitos, quer jornalistas...
- Globalização: as Conseqüências Humanas - ZYGMUNT BAUMANQuem se beneficia da nova globalizacao? O sociólogo polonês Zygmut Bauman faz uma análise crítica das conseqüências do fenômeno da globalização. São abordados os aspectos sociais, econômicos e pessoais nesta obra crítica e essencial...
- O Mal-Estar da Pós-Modernidade - ZYGMUNT BAUMAN. Neste livro, Zygmunt Bauman faz uma vigorosa reflexão sobre as ansiedades modernas, estabelecendo nexos directos com o famoso O mal-estar da civilização, de Freud. Para o sociólogo, a marca da pós-modernidade é a própria "vontade de liberdade", princípio...
- Vidas Desperdiçadas - ZYGMUNT BAUMAN. Enormes contingentes de seres humanos, destituídos de meios de sobrevivência em seus locais de origem, vagam hoje pelo mundo. Já não há mais espaço social para esse lixo humano produzido pela sociedade de consumo. Também não há como fugir, ou...
- Em Busca da Política - ZYGMUNT BAUMAN. O autor analisa a sociedade contemporânea, mostrando seu esfacelamento devido à doutrina neo-liberal, o culto ao individualismo e o esvaziamento de conceitos como “solidariedade” e “bem- comum”. Propõe, em contrapartida, a recuperação...
- Comunidade: a Busca por Segurança no Mundo Atual - ZYGMUNT BAUMAN. O mundo que habitamos é cada vez menos capaz de oferecer segurança; mas há um paraíso onde estamos a salvo das ameaças externas, um "lugar aconchegante": a comunidade.
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Identidade - ZYGMUNT BAUMAN. Um dos maiores teóricos da atualidade, Zygmunt Bauman completa 80 anos no dia 15 de novembro. A festa no Brasil acontece com o lançamento de Identidade, que volta a uma questão central do pensamento do sociólogo em seus...
- Amor Líquido: Sobre a Fragilidade dos Laços Humanos - ZYGMUNT BAUMAN. A modernidade líquida – um mundo repleto de sinais confusos, propenso a mudar com rapidez e de forma imprevisível – em que vivemos traz consigo uma misteriosa fragilidade dos...
Postado por Carlos às Terça-feira, Setembro 19, 2006

quarta-feira

A vingança das nações detentoras do petróleo sobre o Ocidente europeu

Há uns anos o académico Samuel Huntington defendeu a teoria de que a fonte fundamental de conflito neste novo mundo deixou de ser ideológica ou predominantemente económica - para se apoiar em grandes divisões culturais e religiosas. E apesar dos Estados continuarem a ser os actores principais do sistema internacional são as nações que passam a registar esses conflitos civilizacionais que passarão a dominar a política global. Dessa nova equação nasceu aquilo que denominou clash of civilizations - numa tese que fez carreira internacional e tornou o seu autor mundialmente conhecido. Hoje, ante a especulação diária do petróleo sobre o ventre mole do Ocidente, caberá questionar se o "móbil do crime" é só de tipo económico ou tem alguma outra componente (mais cultural/civilizacional) na sua relação com o Ocidente - hoje cada vez mais prisioneiro dessa fonte energética que funcionaliza a economia e a sociedade ocidentais.

Em nossa opinião, a questão não decorre exclusivamente do móbil económico - numa mera análise marxista - em que os países da OPEP pretendem "esfolar vivo" o Ocidente, numa espécie de nova guerra global em que os velhos colonizados pelos impérios do Velho Continente são agora explorados pelos países detentores de cerca de 75% das jazidas petrolíferas mundiais - situadas na região do Médio Oriente.

Defendendo esta análise - mais weberiana do que marxista - mais pluralista do que assente na unidimensionalidade da razão económica legada pelo velho barbudo Carlinhos Marx, somos de parecer que a origem desta especulação assente nos preços do petróleo encontra raízes na própria consciência humana. Ou seja, o estudo do comportamento humano é, essencialmente, o estudo do conflito entre os agregados humanos. Quer entre os pobres e ricos, quer entre os ricos e os pobres entre si, numa lógica alternada entre a esfera internacional e a esfera intra-societal. E essa é a razão pela qual a violência entre esses dois mundos hoje se exerce através desse instrumento de arremesso que é o petróleo e seus derivados.

Trocando por miúdos: os senhores do petróleo, quase todos tão corruptos quanto antidemocráticos, que deixam propositadamente os respectivos povos vegetar na iliteracia e na fome, pretendem controlar e dominar os outros povos (o Ocidente, neste caso). Como nunca o conseguiram fazer pela via ideológica ou militar, ou até pelo pelo modelo de sociedade e de organização da economia de mercado ou ainda pela sedução do poder tecnológico, recorrem agora à única arma (que é a matéria-prima) de que o Ocidente precisa para o 3º Mundo infligir esse dano ao 1º Mundo.

Esta nova relação na esfera da globalidade revela que, doravante, ao invés da Guerra Fria, o mundo já não se divide mais entre capitalistas e comunistas, bons e maus, economia de mercado e economia planificada (com planos quinquenais), democracia e ditaduras, mas segundo a sua cultura e civilização, e é em função desses valores que se faz a "nova gestão estratégica" das fontes de energia (sua distribuição e comercialização) que uns têm e outros não. Nesta óptica, a subida do preço do petróleo não se pode (nem deve) explicar apenas com base naquilo a que poderíamos designar pelo efeito do economês internacional: crise do sub-prime, estagflação, desvalorização do dólar ante a apreciação do euro, etc.

Mais importante do que tudo isso, existe, sim, é uma vontade de certos países produtores de petróleo da OPEP (os mais radicais que nutrem maior ódio ao Ocidente) dilacerarem a economia do Velho Continente especulando diáriamente nos preços do ouro negro nos mercados internacionais. É como se os detentores do petróleo soubessem que quem vende o petróleo domina, na linha do que em tempos - embora noutro contexto - observou o historiador Fernand Braudel acerca do movimento das civilizações. Hoje, curiosamente, é o Ocidente que tem que se sentar diáriamente na cadeira do dentista...

Portanto, diria que a razão desta especulação recorrente tem motivações políticas, ligadas ao passado colonial, ao peso da história e à vingança das nações, para utilizar uma expressão cara ao engenheiro de minas francês - Alain Minc - que também é um dos mais brilhantes analistas políticos contemporâneos.

Hoje é, sem dúvida, o petróleo o 5º elemento que faz com que o 3º Mundo (rico em petróleo) se sinta forte na medida em que torna fraco o Ocidente e a sua economia tão dependente que está dessa fonte energética.

Numa palavra: a actual crise petrolífera, a 3ª mais grave, seguida da de 1973 e de 1979, aquando da queda do Xá Mohammad Reza Pahlavi no Irão (então aliado dos EUA) e substituído por Ayatollah Khomeini (que inaugurou a verdadeira revolução islâmica no mundo contemporâneo) - deriva, essencialmente, duma grande motivação: a de que um grupo de homens procura sempre - pela astúcia ou pela força - controlar outro agregado humano - por forma a que aquele grupo de homens sinta um bem-estar psicológico com essa dependência e humilhação "do outro" - que hoje se abate sobre o todo o Ocidente rico em estilo de vida, mas pobre em petróleo.

Eis, em nosso entender, a razão principal que explica esta subida constante dos preços do petróleo, que até já levou o Secretário-Geral da OPEP a apelidar essa inflação de loucura. Uma loucura que explica a natureza do homem, e é pelo homem ser como é - conflituoso por natura - que continuam a existir conflitos irracionais no mundo (de que esta especulação é um sinal), quer no plano individual, quer ao nível das nações.

Como se o declínio do poder ocidental fosse seguido pelo recuo da cultura ocidental, e aqui o poder económico, rapidamente crescente de algumas petro-nações do Médio Oriente pode, a prazo, até mesmo relativamente aos EUA que passará pela 1ª vez na sua história a ter um negro na Sala oval da Casa Branca, a fomentar uma onda crescente de conflitos militares e de natureza política originados pela luta do acesso às matérias-primas estratégicas, pelo menos enquanto uma fonte energética alternativa ao petróleo não fôr descoberta e colocada a bom preço no mercado global.

No limite, creio que o petróleo não passa de um mero pretexto para o 3º Mundo exercer essa humilhação sobre o Ocidente - numa espécie de reedição de vingança das nações pobres do mundo sobre um Ocidente rico e ex-colonizador (ainda apoiante de Israel - que tem impedido a formação do Estado Palestino, o que tem aumentado a conflitualidade entre judeus e árabes) - mas pobre em ouro negro.

Eis a hora da vingança, o momento do ajuste de contas entre estes dois mundos: os have e os have not petróleo.

Sete euros e vinte e dois cêntimos de gasolina, pfv!!! Emigração em massa para a Noruega...

A "novidade" do dia parece ser: os combustíveis subiram de preço, again. Parece um jogo diário que obriga os portugueses a perguntarem-se: what´s up!? O petróleo subiu de novo. Com esta pressão diária é lícito pensar que um dia Portugal acorda vazio. Sim, vazio!! Pela simples razão de que os portugueses descobriram as maravilhas da Noruega, que tem petróleo em abundância e barato, as mulheres são lindas e gostam dos latinos, dinheiro não falta, a Segurança Social é um primor que paga de salário mínimo nacional cerca de 800 cts mês e não há criminalidade ou problemas graves de segurança, além de oferecer peixe de qualidade - como o bacalhau - que muito agrada aos hábitos gastronómicos dos tugas. Por todas estas razões é que cremos que um dia Portugal acorda vazio. Resta saber quem o habitará depois... Talvez os tipos da OPEP - para pagarem a crise - cuja especulação eles estão a gerar.

A escalada - por António Perez Metelo -

A ESCALADA António Perez Metelo, in dn
O secretário-geral da OPEP, o cartel de países exportadores de petróleo, confessava há dias não ter explicação racional para a contínua subida do preço do crude. Mas vale a pena enumerar a cadeia de estrangulamentos na cadeia de valor, que já vêm de trás e constituem o pano de fundo da presente febre especulativa.
A OPEP ganhou o seu poder económico e político em 1973. Os países produtores e exportadores, através das suas companhias petrolíferas de bandeira, chamaram a si uma fatia mais substancial do negócio, mas comportaram-se mais como rentistas, com rendimentos do petróleo aplicados nos mais diversos sectores e projectos, sem reinvestir em prospecção e desenvolvimento tecnológico tanto quanto as herdeiras das "Sete Irmãs" multinacionais. Na Arábia Saudita, no Iraque, no Irão, não só se produz em condições tecnológicas sofríveis, como se descurou o investimento em refinarias modernas com as mais exigentes especificações ambientais. E a busca de novas jazidas de petróleo e campos de gás natural está áquem do potencial indiciado de reservas. Ao nível de grandes petroleiros assistiu-se igualmente ao abrandamento na sua expansão.
Os focos de tensão geo-política em regiões ricas em petróleo têm vindo a agravar-se nas últimas décadas. No delta do Níger actua uma guerrilha, que vai sabotando instalações petrolíferas com regularidade; a Venezuela joga o seu poder económico para criar uma rede de alianças contra a hegemonia norte-americana; a invasão do Iraque, não só não quebrou a política de cartel da OPEP, como produz abaixo do nível de Março de 2003 e ajudou a afundar o dólar norte-americano; e o braço-de-ferro nuclear com o Irão ameaça degenerar em novo conflito armado.
As tensões transmitidas ao mercado são aproveitadas pelos especuladores, que lêem nelas a possibilidade de ganhar bom dinheiro, numa altura de debandada de outros produtos financeiros devido à crise internacional.
Obs: Divulgue-se.

A troika clínica-psicotrópica geradora de ilusões nos militantes do PSD ante o carburante do petróleo

Uma metáfora do actual PSD: dois passados gorados (Ferreira Leite e Santana) e um futuro dangereuse e neo-experimentalista (Passos Coelho). Eis a troika-clínica-psicotrópica geradora de ilusões na cabeça dos 70 mil militantes do PSD.
Já aqui defendemos a ideia de que Sócrates poderá perder a maioria absoluta por causa do comportamento dos preços do petróleo, e não por causa da oposição. Isto significa que a carestia do ouro negro faz mais estragos na classe média do que a putativa qualidade duma alternativa das oposições à governação. Pois ninguém vê Louçã sentado no cadeirão de S. Bento a governar o país, ou o camarada torneiro-mecânico Jerónimo de Sousa (assessorado pelo adepto da "democracia" da Coreia do Norte - defendida por um tal bernardino), muito menos Santana lopes, salvo para fazer a sesta - cujo direito institucionalizou nas trazeiras do Parlamento. Com almofadinha de luxo e lençóis de setim...
Dentro de dias o PSD será chamado a revelar a sua vontade-militante, sendo que para o efeito os cerca de 70 mil eleitores inscritos e com quotas pagas (talvez do orçamento do Antóno Preto, afilhado de Ferreira Leite ao tempo da mala preta e das cartas de condução duma empresa de Lamego...) decidirão quem - de entre aquela troika clínica-psicotrópica (Pedro Passos Coelho, Ferreira Leite e Santana lopes) irá arrumar a casa no partido da Lapa.
Mas será que os militantes estão mesmo convencidos que qualquer um daqueles membros da troika terá verdadeiras hipóteses de defrontar Sócrates em 2009?
A questão é pertinente e tem um valor histórico que não se pode dissociar da realidade, ou seja, há um passado (demasiado presente) que hoje nenhum daqueles 70 mil eleitores do psd poderá omitir quando estiver a votar para o novel líder. Sendo assim, e porque os militantes não são parvos, todos, ou pelo menos alguns (que até já têm experiência política), interrogam-se por que razão dois "velhos leões" do partido sem capacidade de patrulhar o território e fazer face a novas investidas (santana e Ferreira leite) se abalançam para a liderança; sem, contudo, deixar de contabilizar por que razão um candidato a alfaiate quer ser, de imediato, uma espécie de costureiro Van Cleef & Arpels? Assumindo este papel, o aspirante Passos Coelho - que é um jovem com presença, mas não passa de um liberal sem ideias originais acerca da governação, o que faz dele um estagiário ou assistente universitário. Que, de resto, nem obra tem publicada. Restam-lhe os conselhos do eloquente Ângelo Correia...
Neste contexto concreto, todos e cada um daqueles 70 mil militantes do PSD irão, necessáriamente, cumprir um ritual da democracia interna do partido: votar para a eleição de um secretário-geral para o PSD. Só muito dificilmente, mesmo com o preço do petróleo a disparar diáriamente contra a classe média (logo contra Sócrates), cada um daqueles três candidatos terá verdadeira chance de disputar a liderança de PM em 2009. Santana é já um nado-morto, porque provou ser um mau executivo em S. Bento (e a memória desse desastre político ainda está fresca na mente colectiva dos portugueses); Ferreira leite é uma pessoa sem uma visão intersectorial do país, apenas sabe de economia & finanças - mas para governar uma casa, não um País; e Passos Coelho tem coragem, tem uma vox límpida para radialista, mas é demasiado impreparado para gerir uma PME ou mesmo uma autarquia do interior quanto mais Portugal.
Isto faz com que cada um daqueles 70 mil militantes votem num sentido, mas no seu íntimo, no mundinho mais recôndito das suas preces saibam que nenhum tem hipótese de ir além da Lapa, e aquele que poderia oferecer essa esperança aos militantes e a uma parte dos portugueses seria Marcelo Rebelo de Sousa, hoje indisponível para dar mais mergulhos em piscinas vazias.
Os militantes do PSD sabem disto, não obstante irem todos - como carneiros - votar nas directas que se avizinham. Eles sabem que vão votar; sabem que Ferreira Leite ou Passos Coelho será eleito - mas têm a certeza nas suas convicções que só Marcelo, na actual conjuntura, seria o homem para fazer abanar Sócrates. Ora, Marcelo não quer abandonar a análise política dominical, nem os mergulhos no mar do Guincho, por isso resta aos militantes olharem-se ao espelho, lamentarem-se pelo ritual que cumprem e, mais uma vez dizerem para consigo própios: porra, falhámos a vida. Acreditámos na ilusão e, mesmo assim, fomos contra o muro.
Falta já pouco tempo para a consumação desse acidente (mais) do que previsível e com data marcada, como alguns funerais em que o paciente se encontra já num estádio terminal e com a máquina programada para o game-over.
É triste reconhecer isto, pois num momento em que o partido carece de sangue novo, de novas ideias, novos projectos, enfim, uma alternativa credível - aquilo que o partido oferece aos militantes são os talheres antigos guardados num baú cheio de pó - cuja poeira assenta no défice (de Ferreira leite) e com a forma como Sampaio demitiu o ex-PM mais incompetente do post-25 de Abril em Portugal (Santana lopes).
Por isso, repetimos: os militantes mereciam [mais] e melhor, o PS merecia também uma mais credível oposição. E Sá Carneiro deve estar a dar mais umas voltas no túmulo perante tanta consternação.

terça-feira

A densidade de Zygmunt Bauman faz dele um dos maiores sociólogos da modernidade ("gasosa"). Já imaginou a sua própria morte!?

A solidão por trás da porta fechada de um quarto com um telefone celular à mão pode parecer uma condição menos arriscada e mais segura do que compartilhar um terreno doméstico comum.
PS: À CG-Salamanca que ora se inicia neste tipo de literatura líquida cujo risco é transformar-se num estado gasoso.
- How to Survive Death - por Zygmunt Bauman -
Que aqui nos "convida" a equacionar a nossa própria morte, a conceber o nosso próprio funeral.
Um dos exercícios intelectuais mais desafiantes que já vi.

Zygmunt Baumann - Grandes Obras do autor

SYDNEY POLLACK JEREMIAH JOHNSON with JOHN GALLAGHER Part 8

Charlie Rose - Sydney Pollack / Will Shortz
SYDNEY POLLACK JEREMIAH JOHNSON with JOHN GALLAGHER Part 8

A "partida" de Sidney Pollack: um grande realizador e também actor

Sydney Pollack dies of cancer; director was 73 By RAQUEL MARIA DILLON – 3 hours ago
LOS ANGELES (AP) — Sydney Pollack was remembered Tuesday as a generous, unpretentious talent by the elite actors he directed in films such as "Out of Africa," "Tootsie" and "Absence of Malice."
Pollack, diagnosed with cancer about nine months ago, died Monday afternoon, surrounded by family, at his home in Pacific Palisades in Los Angeles, said his publicist, Leslee Dart. He was 73.
Unlike many other top directors of his era, Pollack was also a film and television actor himself, and he used this unique position to forge a relationship with Hollywood's elite stars and create some of the most successful films of the 1970s and '80s.
"I sort of straddle the line ... between personal movies and mainstream Hollywood," he told The Associated Press in 1993.
In 1970, "They Shoot Horses, Don't They?" about Depression-era marathon dancers, received nine Oscar nominations, including one for Pollack's direction. He was nominated again for best director for 1982's "Tootsie," starring Dustin Hoffman as a cross-dressing actor and Pollack as the exasperated agent who tells him, "I begged you to get some therapy."
As director and producer, he won Academy Awards for the 1986 romantic epic "Out of Africa," starring Robert Redford and Meryl Streep, which captured seven Oscars in all.
Last fall, Pollack played law firm boss Marty Bach opposite George Clooney in "Michael Clayton," which he also co-produced. It received seven Oscar nominations.
"Sydney made the world a little better, movies a little better and even dinner a little better. A tip of the hat to a class act," Clooney said in a statement. "He'll be missed terribly."
Other A-listers Pollack directed include Sally Field and Paul Newman in "Absence of Malice," Nicole Kidman and Sean Penn in "The Interpreter," Robert Mitchum in "The Yakuza," Tom Cruise in "The Firm," and Redford in seven films: "This Property Is Condemned," "Jeremiah Johnson," "Three Days of the Condor," "The Way We Were" with Barbra Streisand, "The Electric Horseman," "Out of Africa" and "Havana."
"I first met him while he was in the midst of editing `Tootsie,'" Cruise said in a statement. "I'd seen every one of his pictures and he generously took the meeting. ... He spent over six hours, with the patience of Job, answering all my questions."
"Throughout the years, unpretentious and never condescending, he shared with me what he loved about family, storytelling, food, flying and a great bottle of vino," Cruise said. "He was a Renaissance man and a great friend. I will miss him dearly."
In later years, Pollack, who stood over six feet tall and had a striking presence on screen, devoted more time to acting, appearing in Woody Allen's "Husbands and Wives," Robert Altman's "The Player," Robert Zemeckis' "Death Becomes Her" and Stanley Kubrick's "Eyes Wide Shut."
On television, Pollack had an occasional recurring role on the NBC sitcom "Will & Grace" playing Will's (Eric McCormack) father, and appeared in the "The Sopranos," "Frasier" and "Mad About You."
His last screen appearance was in "Made of Honor," a romantic comedy currently in theaters, where he played the oft-married father of star Patrick Dempsey's character.
"Most of the great directors that I know of were not actors, so I can't tell you it's a requirement," Pollack said at the Tribeca Film Festival in 2005. "On the other hand, it's an enormous help."
Pollack first met Redford when they acted in 1962's low-budget "War Hunt," and would go on to play a major role in making Redford a star. "It's easy working with Bob; I don't have to be diplomatic with him," Pollack once told The Associated Press. "I know what he can and cannot do; I know all the colors he has. I've always felt he was a character actor in the body of a leading man."
Pollack produced many independent films with the late Anthony Minghella and the production company Mirage Enterprises. His producing credits include "The Talented Mr. Ripley"; "Cold Mountain"; "Sketches of Frank Gehry," a documentary that was the final film directed by Pollack; and the new HBO film "Recount," about the 2000 presidential election.
Sidney Irwin Pollack was born in Lafayette, Ind., to first-generation Russian-Americans. In high school in South Bend, he fell in love with theater, a passion that prompted him to forgo college, move to New York and enroll in the Neighborhood Playhouse School of the Theater.
Studying under the renowned Sanford Meisner, Pollack spent several years cutting his teeth in various areas of theater, eventually becoming Meisner's assistant.
"We started together in New York and he always excelled at everything he set out to do, his friendships and his humanity as much as his talents," Martin Landau, a longtime close friend and associate in the Actors Studio, said in a statement.
After appearing in a handful of Broadway productions in the 1950s, Pollack turned to directing. He began on TV series such as "Naked City" and "The Fugitive," then moved to film. His first full-length feature was "The Slender Thread," about a suicide help line.
The film was scored by Quincy Jones. "Sydney Pollack's immense talents as a director were only surpassed by the compassion that he carried in his soul for his fellow man," Jones said Monday.
Pollack said in 2005 that for "Tootsie," Hoffman pushed him into playing the agent role, repeatedly sending him roses with a note reading, "Please be my agent. Love, Dorothy." At that point, Pollack hadn't acted in a movie in 20 years — since "The War Hunt" with Redford.
The love soon frayed as Pollack and Hoffman differed over whether the film should lean toward comedy or drama, and the tension spilled into the public arena. But the result was a hit at the box office and received 10 Oscar nominations, with Jessica Lange winning for best supporting actress.
"Stars are like thoroughbreds," Pollack once told The New York Times. "Yes, it's a little more dangerous with them. They are more temperamental. You have to be careful because you can be thrown. But when they do what they do best — whatever it is that's made them a star — it's really exciting."
Pollack is survived by his wife, Claire; two daughters, Rebecca and Rachel; his brother Bernie; and six grandchildren.
Associated Press writer Marcus Franklin in New York contributed to this report.

Amy Winehouse - a mulher do momento. O "estalo" sonoro que faz a diferença

Tears Dry on Their Own - Amy Winehouse (new clip)

Amy Winehouse Back to Black

Amy Winehouse - Love Is A Losing Game [Official Music Video]

Amy Winehouse -You Know I'm No Good

A (nova) pobreza

Aqui há uns anos quem visse esta rapariga assim vestida diria que era pobre. Com tão escassa roupa e a que tem está rasgada, a conclusão seria óbvia: é pobre, muito pobre. Isto significa que o próprio conceito de pobreza evoluíu para se tornar universalmente aplicável. Mas o que é a pobreza? Não existe um conceito único e inequívoco, todavia há índices que podem medir a pobreza em função de um certo número de indicadores tidos por relevantes e necessários na sociedade: acesso a água potável, frutas frescas, roupas, um tecto, acesso à educação, e um conjunto de oportunidades ligadas aos passatempos e ao lazer.

Ora, quando não se consegue ultrapassar estas privações (cujo índice pode ser composto com outras variáveis consoante as sociedades, as regiões, o clima, etc) podemos dizer que tal pessoa ou grupo de pessoas vive uma situação de privação que configura a pobreza. Ora Portugal conta já com cerca de 20% da população nessa fronteira da privação, dois milhões de pessoas são já um número gritante. Não por causa das maiorias sociológicas que podem (ou não) formar-se em seu torno - até porque essas pessoas práticamente não votam - mas por questões de sobrevivência, por imperativos de humanidade, por razões de desenvolvimento e também por razões ético-morais. Portanto, aqui há ainda um longo caminho a percorrer, seja pelo Estado seja por via das chamadas instituições da sociedade civil.

Contudo, importa reter a ideia de que à medida que as sociedades se tornam mais prósperas, os padrões de pobreza relativa são gradualmente ajustados num sentido ascendente. Porventura, a rapariga que vemos na imagem supra tem carro, usa telemóvel, tem uma casa onde tem frigorífico, tv, rádio, talvez aquecedor central - apesar de andar quase toda despida. Tudo coisas que hoje, nas modernas sociedades post-industrializadas, são já equipamentos verdadeiramente banais, ainda que no passado recente fossem vistos como bens de luxo. Ainda não há muitos anos um telemóvel custava cerca de 700 cts. Devia ser do tamanho, já que se assemelhavam a tijolos.

Naturalmente que este exemplo da rapariga é apenas para ilustrar esta variação do conceito de pobreza cuja trajectória evolui no decurso do tempo, como se referiu.

Em Portugal quem são os pobres? Como se tornaram pobres esses 2 milhões de pessoas? Qual ou quais as políticas do Estado para combater esse flagelo? Que orientações desenvolve a chamada sociedade civil para esse combate? Como se articula a relação do Estado com as ONGs e as IPSS para combater as privações dessas pessoas e "devolvê-las" à sociedade sem as privações que tinham e faziam deles pobres? Eis algumas questões que importa colocar aos poderes públicos e para os quais urge meditar e encontrar um conjunto de propostas e de medidas a curto, médio e longo prazos. Já agora, qual tem sido a política da UE no combate à pobreza?

E de que forma podem ser lançadas pontes entre as instâncias comunitárias e as entidades nacionais no sentido de aumentarem a eficiência e eficácia dos programas sociais de combate à pobreza? Eis um tema que deverá passar a integrar a agenda do dr. Durão Barroso que, consabidamente, passa a vida a falar na globalização mas, de facto, pouco ou nada tem feito para libertar as franjas mais pobres das sociedades europeias. O dr. Barroso só sabe ir ao Darfur despejar sacas de farinha sob o olhar macroscópico das camaras da CNN para depois aparecer nos noticiários globais.

Às crianças, aos adultos, aos idosos e pensionistas que hoje se encontram desprotegidos - seja pela sua rede familiar (que em inúmeros casos é inexistente) seja pelo Estado que tem escassos recursos para os auxiliar - que programas sociais de combate à pobreza estão sendo estudados em Bruxelas e pelas entidades governamentais e da sociedade civil para debelar esse flagelo que nos envergonha a todos nós?

É que uma nação só é verdaderamente desenvolvida se conseguir debelar essas desigualdades, que em Portugal parece estarem a aumentar, questão que é da responsabilidade de todos nós, e não da responsabilidade do governo A ou B. O combate à pobreza não se resolve com a distribuição pela cidade de umas sopinhas quentes, mas com programas sociais duráveis no tempo - que, para o efeito, devem comprometer as empresas do sector lucrativo, as ONGs, as IPSS, o Estado e os cidadãos individualmente. Medidas fiscais, isentando certas pessoas com baixos rendimentos do pagamento de taxas, medidas sociais garantindo-lhe o acesso a serviços de saúde e de educação. Naturalmente, que este conjunto de programas sociais deveria ser monitorizado por técnicos qualificados para garantir que também um conjunto de hábitos que a pobreza tem - crónicamente associada à marginalidade - alterassem substancialmente os seus padrões e, desse modo, servisse para reeducar essas pessoas a ter novos hábitos incutindo nelas uma nova disciplina que lhes permitisse encarar o mundo e a vida com mais esperança e optimismo.

Hoje já não devemos encarar a pobreza como um mal para a vida, com uma patologia, lembrando as Casas dos Pobres do séc. XIX, que tinham enraizado a crença de que a pobreza resultava de uma patologia e de um desajustamento dos indivíduos. Também não adianta culpar a globalização pela pobreza existente, porque a globalização é um processo antigo, embora só nos últimos 20/30 anos os seus efeitos mais nocivos (e também positivos) se tenham mundialmente disseminado mercê da revolução informática e das Tecnologias de Informação e Comunicação.

Entre o Estado-providência, o Estado-conservador e corporativista e o Estado-liberal à americana - os governos europeus, e sobretudo o Governo português, têm de encontrar uma fórmula de segurança social que resolva o problema da pobreza em Portugal e, ao mesmo tempo, liberte recursos para a economia de mercado funcionar. É que a poreza não deve ser uma condição permanente, mas um estádio (infeliz) que seja transitório para um grau de ausência dessas privações.

Em última instância o problema da pobreza é, acima de tudo, um problema de falta de Liberdade e de Desenvolvimento, como teorizou Amartya Sen. Qualquer governo socialista (ou até social-democrata) percebe isto. E aqui as classes mais abastadas da sociedade também se deverão sentir empenhadas em contribuir com o seu quinhão para eliminar a pobreza em Portugal... Tal deveria fazê-los sentirem-se bem.

Pobre é toda aquela sociedade que deixa frutificar no seu seio a lógica da existência em larga escala do vencedores e vencidos da globalização. Pobre é toda aquela sociedade que reconhecendo a sua pobreza endógena nada consegue fazer para debelar esse flagelo social.

E nós, os portugueses, não somos aleijadinhos...

Mário Soares está preocupado com a probreza em Portugal

Pobreza: "Governo não está a dormir à espera que Mário Soares faça um aviso" - Mário Lino Porto, 27 Mai (Lusa) - Mário Lino desvalorizou hoje as declarações de Mário Soares sobre a atenção que o governo deve dar ao fenómeno da pobreza, frisando que o executivo PS "não está a dormir".
"O PS e o governo não estão a dormir, à espera que Mário Soares faça um aviso", afirmou o ministro das Obras Públicas, em declarações aos jornalistas em Gaia.
Mário Lino comentava um artigo de opinião, hoje publicado no Diário de Notícias, no qual o ex-presidente da República avisa o PS para não ignorar a questão da pobreza.
"Sugiro ao PS uma reflexão sobre as questões que nos afligem: a pobreza, as desigualdades sociais, o descontentamento", escreve Soares, acrescentando que "se (o PS) não o fizer, o PCP e o Bloco de Esquerda continuarão a subir".
Mário Lino, questionado pelos jornalistas, defendeu que "a política social do governo não deve ser feita a pensar nos votos, mas porque é importante para resolver o problema dos mais pobres".
"Somos um país com grandes desigualdades, que têm que ser combatidas", frisou Mário Lino, defendendo que "deve ser dada a maior atenção às pessoas com maiores dificuldades".
Nesse sentido, recordou que recentemente o primeiro-ministro José Sócrates anunciou, no parlamento, "seis medidas" especialmente vocacionadas para apoiar os mais desfavorecidos. Mário Lino considerou que Mário Soares "é um exemplo de uma pessoa atenta a estes problemas", mas frisou que o artigo de opinião escrito pelo ex-presidente da República "não é uma chamada de atenção" ao governo.
© 2008 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A. 2008-05-27 12:25:01

segunda-feira

Com Paul Samuelson aprende-se... Tem quase a Idade do século

Paul Anthony Samuelson (1915- ) é um economista americano de ascendência poloca, nascido na cidade de Gary, Indiana. É considerado como um economista "generalista, no sentido em que suas contribuições para a ciência econômica são dados em vários campos. Tal é explícito na justificação dada pela atribuição do Nobel da Economia em 1970: "pelo trabalho científico através do qual desenvolveu teoria nos campos da economia estática e dinâmica, contribuindo activamente para aumentar o nível da análise da ciência económica". Samuelson foi o primeiro norte-americano a receber o mais honroso galardão desta ciência social. Representou e defendeu a doutrina Keynesiana, fazendo parte de um grupo de pensadores notáveis como James Tobin e Robert Solow. [...]
A dado passo da sua longa e rica obra, o prof. Samuelson dizia que a Economia é a ciência que se preocupa com o estudo das leis económicas indicadoras do caminho que deve ser seguido para que seja mantida em nível elevado a produtividade, melhorando o padrão de vida das populações e empregados os recursos escassos.
Desconhecemos se na altura desta formulação teórica o professor de economia estaria a pensar no petróleo, ou mesmo na água, um outro bem comum que deve ser gerido com cuidado, mas uma coisa é certa: se não houvesse escassez nem necessidade de repartir os bens entre os homens, não existiriam tampouco sistemas económicos nem sequer Economia. Ela é, fundamentalmente, o estudo da escassez e dos problemas da sua repartição.
Por isso deixamos aqui esta pequena nota de evocação ao grande economista ainda vivo que é Paul Samuelson - que sempre soube pensar e escrever a Economia sem ser especioso, hermético e, talvez por isso, lhe emprestou tão largos horizontes recebendo até o Nobel da Economia 3 anos antes da 1ª grande crise petrolífera - que pôs a Europa às escuras e a consumir velinhas como se todos estivéssemos num velório global.
Hoje essa mesma Europa, mais alargada, incorre na mesma escuridão, com a agravante de pagar a crise e os caprichos dos senhores da OPEP com uma factura mais pesada.

Notas Soltas - por António Vitorino -

António Vitorino defendeu que não se deve mexer nos impostos sobre os combustíveis como forma de reacção à subida dos preços do petróleo e à consequente carestia de vida dos portugueses. Fazê-lo seria manipular o mercado do sector dos combustíveis e criar ilusões nos portugueses que seriam, assim, ainda mais iludidos. Acresce que seria uma injustiça relativa para com todos aqueles portugueses que não tendo carro seriam forçados a subsidiar aqueles que o têm. Alterem-se, portanto, os hábitos de consumo, ande-se menos de automóvel, eis a imposição do mundo actual. Um mundo que dificilmente conhecerá uma situação com os preços do barril de petróleo abaixo dos 100 dólares. Por outro lado, é impressionante como hoje são os juristas de formação as pessoas que mais preocupações têm com a economia, mas que, por uma razão ou outra, passaram a ser mais sociólogos e economistas, apesar de serem juristas de formação. E isto, certamente, não se deve ao aumento do petróleo. Mas, de facto, hoje é a Economia que está a tomar conta das demais dimensões da actividade humana, é ela que se aproxima e dita as regras de actuação nos outros sectores do conhecimento. Logo, é também o conhecimento económico aquele que exige mais e melhor interpretação que intersecta toda uma série de ocorrências históricas, políticas, geográficas, sociais, jurídicas e até mesmo religiosas. Já agora, pergunte-se a António Vitorino se já desistiu do automóvel como forma de se transportar até ao emprego e nas viagens de lazer, ou se agora só anda de bus. Aposto que aquela alteração de voz se deve(rá) a uma gripe mal curada decorrente do recurso aos transportes (públicos). Portanto, uma consequência do aumento do maldito petróleo.

Portugal - por Joe Berardo -. Duas Opas: à Galp e ao PSD. Ficção política

Gato Fedorento - Intervenção de Joe Berardo
É conhecida a espontaneidade e irreverância do Sr. Comendador, neste sentido na actual conjuntura política e económica que o País atravessa as duas grandes questões consistem em saber:
1. Quando é que Joe Berardo lança uma OPA ao PSD
2. Quando é que the big Joe lança uma OPA à Galp.
Ambas previsíveis, mas de sinal contrário. Explicitemos: se no caso da Opa à Galp o negócio revela-se apetecível e passível de gerar mais valias rápidas; já no caso da aquisição do psd o negócio revela-se um desastre, pois o preço que o comendador está disposto a dar pelo partido sofre depois uma erosão no mercado político, o que faz com que o seu valor nominal baixe para menos de metade e ninguém o queira adquirir.

joe berardo

Jean-Pierre Bemba é capturado por crimes contra a Humanidade

Ex-vice do Congo preso em Bruxelas vivia no Algarve JOSÉ MANUEL OLIVEIRA, Faro

O Tribunal de Haia pediu ao Governo português informações sobre o ex- -vice-presidente da República Democrática do Congo (RDC), Jean-Pierre Bemba, que foi detido sábado em Bruxelas, soube o DN junto de fonte oficial do MNE. O Governo tinha aceitado em 2007 o pedido de Bemba para residir em Portugal, dado que tinha um visto Schengen, colocando como condição que não tivesse actividade política. Mas, oficialmente, o Estado português afirma que não prestava segurança pessoal a Bemba.

Calmo, discreto e muito reservado. Não fosse o aparato provocado pela segurança pessoal (à civil) a cargo de meia dúzia de elementos do Corpo de Intervenção da PSP, a que se juntavam, pelo menos três da sua própria segurança, na majestosa vivenda, com primeiro andar e rodeada por arvoredo, junto a um campo de golfe, onde se instalou, no dia 11 de Abril de 2007, no lote 13, na Avenida Ayrton de Senna, num ambiente de luxo e sossego, na zona da Quinta do Lago, perto de Almancil (Loulé), a presença do político da RDC, Jean-Pierre Bemba, teria passado despercebida por completo, nomeadamente entre residentes e frequentadores de restaurantes, contaram, ao DN, vários populares.

A poucos quilómetros, no aeroporto de Faro, o seu avião privado foi visto durante dois ou três meses num determinado local; mais tarde seria mudado para outro, desconhecendo-se qual o motivo da manobra. Bemba "saía e voltava, utilizando sempre a zona VIP do aeroporto" e da forma mais discreta possível, foi dito ao DN.

"Isto era um bom refúgio para ele, pois entre tanta gente com carros vistosos na Quinta do Lago não passava, à partida, de mais um residente ou turista endinheirado. Só mesmo os seguranças que lhe rodeavam a casa é que acabavam por transmitir a ideia de que estava ali alguém importante. Mas nem isso incomodava outros habitantes ou quem passava na zona", sublinharam.

Jean-Pierre Bemba deixou o refúgio da Quinta do Lago em direcção ao seu país onde, segundo o seu porta-voz, iria assumir a liderança da oposição. Uma viagem que terminou em Bruxelas. Um mandado de captura emitido, sexta-feira, pelo Tribunal Penal Internacional acabaria por levar à detenção de Bemba em Bruxelas, onde possui uma residência. Sobre o antigo dirigente da RDC recaem acusações de crimes contra a humanidade, praticados na República Centro- -Africana em 2002 e 2003.

Ontem à tarde, junto à referida vivenda, além de um ou outro carro que passava na zona, não se via vivalma, apesar de estar estacionado intramuros um jipe Nissan branco.

Alguém estava, porém, na casa, de onde Jean-Pierre Bemba saiu recentemente. É que pelo menos há cerca de um mês, a segurança pessoal (que acompanha normalmente ministros e o Presidente da República) deixou de ser vista por ali, tal como a viatura caracterizada que fazia a rendição do pessoal.

"Quando saia de casa, andava sempre acompanhado por dois ou três seguranças. Em alguns restaurantes que frequentava na Quinta do Lago e em Vale do Lobo, era normalmente acompanhado por uma senhora loura, e um desses elementos ficava perto da mesa dele, outro junto à entrada, o que dava logo nas vistas, enquanto o terceiro andava pelo exterior", lembrou quem o presenciou por diversas vezes nesses estabelecimentos.

Bemba, que tanto era visto de fato e gravata, como em T-shirt, deliciava--se sobretudo com peixe fino, marisco e bom vinho à mistura. Mudava de carro, como quem troca de camisa, ao ponto de ter conduzido, entre outras viaturas de topo de gama, pelo menos um jipe Nissan Pathifinder branco, de matrícula belga, um Mercedes preto e um Porsche da mesma cor.

"O carro da segurança pessoal, que seguia na traseira, circulava tão junto ao dele, que se Bemba tivesse de efectuar uma travagem brusca, colidiriam um com o outro. Uma vez viu-o parado num semáforo na zona de Vilamoura e quando acendeu o sinal verde, arrancaram de imediato a uma velocidade tal, que, caso tivesse surgido, entretanto, algum obstáculo, só por milagre não haveria acidente", lembrou um residente no Algarve, que ficou a conhecer o ex-vice-presidente do Congo pela comunicação social.

Já a mulher e os seus quatro filhos (dois rapazes, aparentando 12 a 14 anos e duas meninas na "casa" dos sete e oito anos) eram vistos a sair da moradia num monovolume para ir às compras ou, simplesmente, passear.

As crianças divertiam-se, por vezes, a andar de bicicleta. Na maior parte do tempo em que permaneceu no Algarve, Jean-Pierre Bemba preferia a privacidade da sua vivenda, onde normalmente nem aparecia à janela. Apesar de ter ali perto a praia do Ancão, ninguém se lembra de o ver a banhos de mar ou a apanhar sol.

Obs: Pergunte-se quantas pessoas tiveram de passar fome ou mesmo de morrer para este político africano ter esta casa... Seja como for, a sua detenção por crimes contra a Humanidade sinaliza a superioridade da democracaia e do estado de direito, já que mais cedo ou mais tarde o braço comprido da lei faz-se sentir sobre as condutas criminosas. Elogie-se, portanto, o estado de direito e intensifique-se a caça ao criminoso, intra e extra-muros.