quinta-feira

O tempo é hoje pura alienação. Happy New Year

Enquanto organização social constitui, hoje, a alienação necessária, como revelava Hegel, e o meio no qual o sujeito se realiza perdendo-se, tornando-se "outro" (com ou sem alteridade) para se tornar a verdade de si mesmo. Vivemos actualmente a produção desse tempo estranho, nessa alienação espacial em que os actores sociais proclamam uma coisa, enunciam certos valores e depois assumem uma práxis social literalmente oposta. É assim na esfera pública e no domínio privado, o que agrava a existência: ao altruísmo proclamado no espaço público sucede-se o egocentrismo; ao apego à meritocracia constata-se o penhoramento da cunha no mercado socioprofissional; ao valor da sinceridade e da autenticidade contrapõem-se a perfídia, a intriga, a inveja e a maledicência. A natureza humana já não muda, com a sem mensagem papal, com ou sem encíclica, com ou sem missa, com ou sem doutrinação. O homem é um produto dos tempos, é aquilo que sempre foi: um ser mesquinho, interesseiro, bajulador, vendável - como uma simples mercadoria, que actua exclusivamente em função dos seus interesses ainda que o faça evocando o bem-estar social. As excepções genuínas são verdadeiramente raras. Nestes fins de ano temos a tendência para fazer balanços, eleger o melhor e o pior do tempo que passou, em vão. Se esquecermos isto estamos também a omitir que não compreendemos uma das principais lições da história, segundo a qual o tempo (que está fora de nós) é que é tudo, o homem, aqui e agora, não é nada, não passa duma carcaça do tempo. Ao teimar em desconhecer esta regra intemporal, o homem persiste na sua alienação, vivendo um tempo desvalorizado, obedecendo a uma inversão completa do tempo enquanto domínio de desenvolvimento humano. Creio que o único balanço que hoje podemos fazer deste nosso tempo é, como diria Sto Agostinho: o espaço onde as coisas se desenrolam. O tempo, o nosso tempo, não é senão uma acumulação rotinada de espaços e de imagens cujo anel se interrompe com a surpresa da morte. Até lá vivemos entretidos com a mesquinhez do costume desconhecendo, efectivamente, se Deus é ou não um grande brincalhão que vai gerindo o tempo e o espaço consoante pode e sabe.

HAPPY NEW YEAR

Prefab Sprout - Carnival 2000

Tears for Fears - Shout (live)

Tears for Fears - Everybody Wants to Rule the World (live)

Tears for Fears - Sowing the Seeds of Love (live)

quarta-feira

Diana Krall

Diana Krall - Boy From Ipanema

Diana Krall - Look Of Love

IMAGENS DE 2009, Público

Veja aqui algumas das boas imagens de 2009 que finda

CLIP DE JESUS CRISTO!!!

MENSAGEM DE SUA SANTIDADE - DIA MUNDIAL DA PAZ JAN. 2010

1. Por ocasião do início do Ano Novo, desejo expressar os mais ardentes votos de paz a todas as comunidades cristãs, aos responsáveis das nações, aos homens e mulheres de boa vontade do mundo inteiro. Para este XLIII Dia Mundial da Paz, escolhi o tema: Se quiseres cultivar a paz, preserva a criação. O respeito pela criação reveste-se de grande importância, designadamente porque «a criação é o princípio e o fundamento de todas as obras de Deus»[1] e a sua salvaguarda torna-se hoje essencial para a convivência pacífica da humanidade. Com efeito, se são numerosos os perigos que ameaçam a paz e o autêntico desenvolvimento humano integral, devido à desumanidade do homem para com o seu semelhante – guerras, conflitos internacionais e regionais, actos terroristas e violações dos direitos humanos –, não são menos preocupantes os perigos que derivam do desleixo, se não mesmo do abuso, em relação à terra e aos bens naturais que Deus nos concedeu. Por isso, é indispensável que a humanidade renove e reforce «aquela aliança entre ser humano e ambiente que deve ser espelho do amor criador de Deus, de Quem provimos e para Quem estamos a caminho».[2] [...]

Peter Sloterdijk um dos maiores filósofos do séc. XX-XXI

Peter Sloterdijk é, seguramente, um dos maiores filósofos da actualidade: renovou o pensamento político contemporâneo através do cinismo que marca as relações humanas, sobretudo no plano institucional que domina hoje a cultura contemporânea. Escreve a sua - Critique of Cynical Reason que goza de sucesso e à qual vale a pena voltar.
Define o cinismo como uma espécie de falsa consciência - num misto de bem e miséria que pauta toda a conduta humana e que a paralisa ao mesmo tempo. Como resposta propõe o kinicismo da antiguidade que se estrutura na sensualidade e na sátira humorística de Diógenes, forma para resistir à amnésia inerente ao cinismo.
Preocupa-se com a domesticação do ser humano e com a relação do homem com o ambiente. Depois de Jurgen Habermas é, talvez, o maior filósofo de cultura germânica que veio renovar o pensamento filosófico e rediscutir as grandes questões do nosso tempo. E como são sempre os filósofos que salvam a humanidade, nunca é marginal aqui os evocar.
Diria, sumariamente, que Peter Sloterdijk actualiza o pensamento de Nicolau Maquiavel na medida em que compreende que é a mentira, a manha, o cinismo do homem público - mais as suas perversões - que pautam o funcionamento dos dispositivos democráticos no contexto de globalização competitiva em que vivemos.
É também esse cinismo - profundamente institucionalizado na política e até nas relações de vizinhança ao nível interpessoal - que distorcem as regras do mercado e da democracia, na medida em que a opacidade construída entre a autenticidade e a representação dos actos - conduz quase sempre o homem aquelas distorções deliberadas, e isso torna-se necessário como estratégia para capturar o poder, formular as tais promessas nunca cumpridas, porque o homem público sabe, antecipadamente, que se não formular certas promessas só muito dificilmente ganha eleições.
Além das obras editadas no Brasil — A árvore mágica. O surgimento da psicanálise no ano de 1785, tentativa épica com relação à filosofia da psicologia (Casa Maria Editorial, 1988), Mobilização copernicana e desarmamento ptolomaico (Tempo Brasileiro, 1992), No mesmo barco. Ensaio sobre a hiperpolítica (Estação Liberdade, 1999), Regras para o parque humano. Uma resposta à carta de Heidegger sobre o humanismo. (Estação Liberdade, 2000) —, publicou ainda, de uma extensa lista: Der Denker auf der Bühne – Nietzsches Materialismus [O pensador no palco – O materialismo de Nietzsche], 1986; Weltfremdheit [Desassossego do mundo], 1993; Der starke Grund, zusammen zu sein. Erinnerungen an die Erfindung des Volkes [O grande motivo de estarmos juntos: anotações sobre a descoberta do povo], 1998; Luftbeben: An den Quellen des Terrors, [Aeromotos: Nas fontes do terror], 2002.
Tem-se dedicando nos últimos anos a sua monumental trilogia Sphären [Esferas], onde aborda a relação umbilical do homem com seu meio ambiente, e cujo primeiro volume foi publicado na Alemanha em 1998. Paralelamente, vem estabelecendo uma nova correlação entre os pensamentos a priori quase antagônicos de Nietzsche e Heidegger.
Leciona na Universidade de Viena e na Escola Superior de Artes Aplicadas de Karlsruhe, cuja reitoria assumiu em 1999. Dirige também o programa Quarteto filosófico na cadeia de televisão estatal alemã ZDF.

Vamos entrar num face-to-face Belém - S. Bento que define o regime assim:

...uma longa sucessão de convívios forçados.
É isto que degenera os regimes e apodrece a democracia e corrompe os homens.
É este cinismo, profundamente institucionalizado na vida pública, que degrada a própria condição humana.
E em lugar duma competição política saudável e produtiva, temos uma corrida de coxos num país que é cada vez mais de...

terça-feira

O Portugal idiota que produz mau futuro neste 2009 que finda

O Portugal idiota:
Parece uma nota de pessimismo puro e duro, mas é antes uma reflexão realista, dobrada pelo carrego dos factos. Vejamos alguns desses factos:
- Desde logo as relações PR-PM – têm sido tensas, gratuitas e conflituosas, em nada valorizando a economia nem acalmam os problemas sociais ou os mercados financeiros. O Governo, mesmo esforçado, não consegue inverter o sentido dos indicadores de crise, e o PR não burila nenhuma ideia que coadjuve o Governo a sair do buraco em que os portugueses mergulharam, apesar dos seus 10 anos de experiência governativa. De nada serve essa tal cooperação estratégica cujo significado só o "menino bíblico" de Belém conhece.
Então temos instituições, temos homens políticos a ocupar o vértice do aparelho de Estado, mas de pouco servem as reformas, os discursos, as vontades, as políticas públicas. O peso cruel dos factos tem subjugado a vontade dos políticos – que pouco conseguem fazer para congelar as falências das empresas, o desemprego galopante, a crise no tecido social em geral, que também é ética e moral.
- Em segundo lugar, temos uma crise da política e não crises políticas, ou seja, a crise é estrutural e não conjuntural, não se resolvem os problemas do Estado, da sociedade e da economia com meras reformas ou mudanças de governo, o que prova que a crise resulta duma falta de ideia de desenvolvimento global e sustentável para Portugal – hoje abafada pela injunções da UE, pela conflitualidade entre Cavaco e Sócrates, pela mediocridade da oposição e a frágil e crónica sociedade civil – sempre muito subsiodependente.
- Essa ideia de crise e de conflitualidade interinstitucional conduz-nos a uma terceira premissa perplexizante, que é a de saber se pode haver futuro sem progresso nem desenvolvimento!? Se assim é, como pensarmos o futuro desenquadrado do grande esquema do progresso da história, sem segurança, sem estabilidade, com elevado risco social, empresarial e familiar!? Valores esses que entram em contradição com os objectivos a curto prazo dos indivíduos consumidores que já não gozam dum quadro governativo estável nem dum quadro empresarial produtivo e competitivo, tudo hoje decorre do jogo das imagens e das sondagens pela estratégia da captura do poder pelo poder. Depois desconhece-se que finalidade lhe dar. E um homem, um grupo, uma sociedade, um Estado com poder sem finalidade é como um carro sem motor. De nada serve.
- Assim, a Democracia pode também não estar em condições de gerar uma consciência do futuro para evitar perigos no tempo, o regresso das ditaduras, mascaradas sob diversas formas, poderá criar um caldo de cultura que deponha a actual democracia – que também não apresenta resultados sociais e económicos.
- Na ideia geral de progresso fica-nos uma aceleração do vazio, como diria um dos grandes filósofos do presente, Peter Sloterdijk, que nos chama a atenção para a armadilha em que caímos: um espaço social instável e um campo psicológico neurótico e, já agora, comportamentos políticos esquizofrénicos.
Esta crise com a falta de expectativa do futuro obriga-nos a reaprender a viver no tempo presente, subvertendo também a própria ideia de razão, de progresso, de crescimento, de modernização e desenvolvimento. Nada que Max Weber já não tivesse pensado no início do séc. XX, embora noutros moldes de desencantamento do mundo.
- Numa palavra: o ano de 2009 em Portugal obriga-nos a repensar vários conceitos e esquemas de acção; a ideia de que os políticos hoje são meros fantoches nas mãos poderosas da economia global; que a sociedade está cada vez mais subordinada ao Estado; este, por seu turno, está profundamente dependente dos impostos que lança sobre os cidadãos; as promessas políticas nunca são cumpridas, enfim, a factura do progresso made in Portugal conduz os portugueses a um beco de Alfama: é arquitectonicamente bonito, tem valor histórico mas não oferece grandes condições de habitabilidade. Em caso de sismo são os primeiros a morrer soterrados. Ou seja, o futuro que produzimos hoje é esvaziado de sentido, privado da ideia de progresso, e isso obriga os portugueses a desertar ante a mediocridade instalada.
- Dito isto chegamos ao nosso título do "Portugal idiota", em parte uma metáfora feita pelo "grandioso" contributo dos nossos actores políticos, económicos e financeiros – que hoje merecem cada vez menos confiança por parte dos eleitores, dos consumidores e dos clientes (bancários), basta ver o que se passa no BPP e o comportamento geral de todos os intervenientes que já deveriam ter actuado para repor a legalidade e o superior interesse dos clientes – ante a omissão miserável do Estado, a hipocrisia do Banco de Portugal e do seu Governador, Vitor Constâncio, e demais entidades de supervisão monetárias.
Com uma democracia deste quilate, com uma economia e operadores económico-financeiros desta "qualidade", com banqueiros desta estirpe só podemos colher a indeterminação dum futuro crescentemente perigoso, antecipando cenários de desenvolvimento verdadeiramente miseráveis.
O Estado, como diria Maurice Duverger, terá de ser algo mais do que a mera história do imposto, e a banca terá de ser, por extensão, algo mais do que uma pessoa manhosa com instintos fraudulentos penalisando os aforradores mais desprotegidos.
Somando todos estes aspectos negativos da nossa economia atingimos aquele ponto crítico que tudo parece explicar, recorrendo ao sábio dos tempos, Guilherme Shakespeare quando no seu Macbeth – refere que uma história contada por um idiota, uma história cheia de ruído e furor mas vazia de significado – pode, hoje, entre nós, ter outro nome: o Portugal de 2009 que ora finda.
Alguém viu por aí este senhor que revelou a soberba do seu talento ao editar/apresentar o seu livro, com aquele "título sugestivo", em plena bronca fraudulenta lesando centenas de clientes que, em rigor, são pequenos aforradores. Parece até gozo com a desgraça alheia...
  • Nota: O que é triste reconhecer entre nós é que o Portugal salazarento não mudou muito do Portugal actual em matéria de evolução do quadro das mentalidades, atitudes e comportamentos, ou seja, bastaria que um desses "clientes entalados" do BPP viesse a terreiro declarar que era sobrinho do ministro das Finanças ou primo dum empresário de peso com negócios com o Estado - para que o Leviatão coagisse a administração fraudulenta do BBP de João Rendeiro & amigos - a restituir o capital aos seus clientes que confiaram as suas poupanças em gente duvidosa. Não aparecendo esta figura do "sobrinho" ou do "primo" o Estado só tem que penhorar os bens ao BPP, vendê-los em asta pública, e do resultado dessa venda proceder à restituição do capital em dívida aos seus clientes com juros à melhor taxa de mercado.
    Muitas pessoas/clientes do BPP já viram as suas vidas destruídas pela gula de gente que, se fosse nos EUA, já estaria a aguardar julgamento na cadeia.
    O Estado tem aqui uma via de salvação para um duplo efeito: revelar que é uma pessoa de bem e ajudar os pequenos aforradores que confiaram no banco de joão rendeiro, e prestigiar a banca nacional perante a possibilidade de futuros investimentos de banqueiros internacionais que demandam o nosso país para aqui fazerem os seus negócios.
    Errado e injusto, além de profundamente imoral, é o Estado assistir a tudo isto de forma tão cínica quanto hipócrita e relaxada desresponsabilizando-se de ser uma entidade reguladora com capacidade legal para actuar e repor a legalidade e restaurar a justiça entre os homens e as instituições de bem em Portugal.

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O BPP...

Dezena e meia de clientes do BPP mantêm-se nas instalações da sede da instituição, no Porto, decididos a prosseguir “até poderem” o seu protesto e reclamando o acesso às suas poupanças. Público
Obs: O Estado, o Banco de Portugal, as entidades de supervisão financeiras em Portugal já há muito que deveriam ter actuado junto do corpo accionista deste banco a fim de os obrigar a ressarcir os clientes que ingenuamente foram esbulhados pelo banco de João Rendeiro, que até escreveu um livro e o apresentou publicamente no momento em que o problema eclodiu. Não poderia ter sido mais "inteligente". O Estado é, ou deve ser, o garante dos depositantes, nem que para esse efeito obrigue os accionistas a vender o património do banco para restituir o capital aos clientes que nele confiaram, e com juros à melhor taxa de mercado. Já agora alguém viu João Rendeiro?!

Paulo Rangel escreve a Sócrates...

O coordenador dos eurodeputados do PSD, Paulo Rangel, escreveu hoje ao primeiro-ministro a propor a activação do fundo de solidariedade da União Europeia para fazer face aos estragos causados pelo mau tempo na região Oeste de Portugal. A iniciativa de Paulo Rangel foi divulgada pelo grupo europeu do PSD, através de um comunicado. Público
Obs: Consideramos oportuna esta iniciativa proposta pelo candidato virtual à liderança do PSD contra Passos Coelho no sentido de fazer face aos estragos resultantes pelo mau tempo, seja no continente seja nas ilhas. Sucede que, nesse balanço desastroso, o PSD, que é um grande partido e tem uma função de contrapeso no sistema político nacional, encontra-se num estado já comatoso - também a carecer de auxílio de emergência. De modo que fica no ar a dúvida se, de facto, Paulo Rangel está preocupado com o estado de necessidade das pessoas afectadas pelo mau tempo ou pelo estado de emergência em que a actual direcção da Lapa se encontra. Como o PSD se converteu num mega-albergue espanhol paga o justo pelo pecador, e, com sorte, ainda será a dona Zita Seabra que pegará no partido - como sucessão a Ferreira leite - num congresso a haver em Beja ou em Ferreira do Alentejo. Deste PSD espera-se tudo, até convidar Sócrates para presidir à mesa do congresso e agendar a ordem do debate. Isso talvez será o objecto duma 2ª carta de Rangel a Sócrates tendo Passos Coelho ou mesmo Marcelo como mensageiro.

segunda-feira

Portugal-naufragado-à-aguardar-reboque-da-maré

O Portugal fútil colonizado pelas trivialidades do navegar sem mapa culmina no encalhe:
- No Verão temos os incêndios com os desgraçados dos bombeiros a não ter mãos a medir para apagar tanto fogo (posto); no Inverno são as chuvadas intensas que põem a nu a miséria de algum Portugal continental e insular que diante das chuvas perdem as casas e reclamam do Estado aquilo que ele não tem para dar, apesar dos brutais impostos com que os portugueses são carregados.
- Na Primavera são os Relatórios da OCDE, do FMI e as intimidades dos diagnósticos do Constâncio do Banco de Portugal que, em regra, são negativos para a nossa autoestima e representam uma palmada no rabo dos portugueses, que terão de ser mais produtivos, mais poupados e menos protestativos.
Mas o que torna os processos de crise especialmente relevantes para o campo analítico é que são, simultaneamente, desconstrutores dos modelos de análise precedentes, ou seja, ao mesmo tempo que são o “veículo” que permite o movimento no “comboio” da história, o seu aparelho de comando revela deficiências no centro de comando e torna-se ineficaz ao nível do take-of dos principais indicadores socioeconómicos de desenvolvimento nacional, sobretudo por referência aos indicadores de desenvolvimentos dos restantes países da UE.
Isto já há muito que não é uma questão de direita ou de esquerda, de PSD ou PS, pois o que hoje se constata é que o aparelho de comando político português, com PM e PR no seu vértice, está convertido num navio inseguro, sem piloto nem comandante, o que explica que todos os seus passageiros se encontrem confrontados com a sua perplexidade, qualquer que seja o seu campo de acção ou a sua especialização social, com excepção, naturalmente, de todos aqueles players que estão sentados à manjedoura do Estado, a engordar sem nada darem como contrapartida à comunidade que os alimenta.

Cavaco promulga alteração à lei do Código Contributivo

O Presidente da República promulgou o diploma que adia em um ano o novo código dos regimes contributivos do Sistema Previdencial da Segurança Social. O diploma foi apresentado pelo CDS-PP e viabilizado por toda a oposição.
O Presidente da República promulgou o diploma da Assembleia da República que altera a data de entrada em vigor do Código dos Regimes Contributivos do Sistema Previdencial de Segurança Social, lê-se no site da Presidência da República.
"O Presidente da República promulgou o Decreto n.º 4/XI da Assembleia da República que aprova a primeira alteração à Lei nº 110/2009, de 16 de Setembro, (aprovou o Código dos Regimes Contributivos do Sistema Previdencial de Segurança Social), estabelecendo uma nova data para a sua entrada em vigor", refere o site da Presidência.
O prazo para o Presidente da República, Cavaco Silva, poder suscitar a fiscalização preventiva da constitucionalidade do diploma aprovado pela oposição que adia para Janeiro de 2011 a entrada em vigor do Código Contributivo terminava terça-feira. Para o Presidente vetar ou promulgar o diploma o prazo terminava dia 10 de Janeiro, segundo os prazos fixados na Constituição da República, que confere 20 dias ao chefe de Estado para decidir.
Obs: Os custos sociais deste eventual veto de Belém seriam mais gravosos do que o bom senso que acabou por imperar, por isso felicite-se o PR.

domingo

Sabores (e beberes) da lusofonia

Sabores (e beberes) da lusofonia
Andámos pelas quatro partidas do mundo, levámos e trouxemos hábitos, ensinamentos e crenças. Na gastronomia também. Clique para visitar o canal Life & Style. (...)

Papa apela ao casamento entre homem e mulher

Papa apela ao casamento entre homem e mulher, Expresso
Numa mensagem em videoconferência, difundida no encontro das famílias que decorreu hoje em Madrid, Bento XVI apelou à defesa da família baseada no casamento entre um homem e uma mulher.
O papa apelou hoje à defesa da família baseada no casamento entre um homem e uma mulher, numa mensagem difundida no encontro das famílias que decorreu em Madrid e onde participaram milhares de pessoas e representantes da Igreja Católica de vários países, incluindo Portugal.
Vários milhares de pessoas de toda a Europa participaram hoje, em Madrid, no terceiro encontro das famílias, que este ano foi dedicado a João Paulo II, que brevemente será beatificado e onde esteve presente um bispo português e centenas de fiéis da zona da Lourinhã.
No encontro, dirigido pelo cardeal arcebispo de Madrid António Rouco Varela, estiveram também presentes seis cardeais e oito bispos de Portugal, França, Alemanha, Holanda, Itália, Áustria e Polónia.
O papa Bento XVI enviou uma mensagem por videoconferência desde a praça de São Pedro (Vaticano) onde apelou à defesa da família "baseada no casamento entre um homem e uma mulher".
Falando em castelhano, o Sumo Pontífice lembrou que Deus veio ao mundo "no seio de uma família, sendo esta instituição o caminho mais seguro para encontrar e conhecer" Deus. A mensagem foi transmitida durante a missa ao ar livre celebrada na festa da Sagrada Família. O cardeal arcebispo de Madrid advertiu que o discurso actualmente utilizado sobre os diversos modelos de família, que começam a surgir, "é avassalador e não responde à verdade natural da família".
António Rouco Valera desenhou um panorama desolador para "os valores cristãos da família", devido à aceitação social dos "diversos modelos", distintos do "verdadeiro matrimónio entre um homem e uma mulher", do divórcio e do aborto.
Obs: Apoie-se activamente a mensagem e os esforços do Papa por serem os mais condizentes com uma sociedade desenvolvida e rejuvenescida.

Passageiro ameaça explodir airbus A330 com fogos de artifício no voo Amsterdã - Detroit

Operação às mãos para alterar o "destino"

Operação às mãos para alterar o "destino"
JN
Um cirurgião plástico da Coreia do Sul está a tornar-se famoso porque é capaz de alterar o "futuro" dos seus clientes. Como? Operando as chamadas "linhas da mão"...
Kim Sung-min, médico e cirurgião plástico, operava fundamentalmente ao nariz e aos olhos, mas, talvez devido à crise económica mundial, o especialista começou a ser solicitado para realizar intervenções cirúrgicas aos relevos das palmas das mãos, objecto da quirologia.
Em entrevista a uma televisão japonesa, o médico diz que os doentes o têm procurado e pedido aquela cirurgia como forma de atrair mais "sorte", especialmente para questões relacionadas com emprego. "Acreditam que a operação é capaz de mudar o destino", refere Kim Sing-min.
Para já, o médico garante que tem trabalho assegurado para os primeiros meses de 2010 e que já é procurado por pacientes da China e do Japão.
A quirologia (ou quiromancia), ciência da leitura das linhas das mãos, é tão antiga que se perde no tempo, fazendo parte não só da história como da mitologia.
Obs: Esperemos que a moda não pegue em Portugal, pois com a vontade de muitas pessoas desejar voar ainda terminam no banco do Hospital S. José operado aos braços. Em tempos de crise económica aguda há uma grande apetência para a burla, a fraude e o disparate. É pena é que muitas dessas vítimas sejam pessoas tão inocentes quanto crédulas, além de idiotas. Lamente-se este tipo de iniciativas que só beneficia o médico, neste caso
.

Evocação de Sto Agostinho: o Tempo é o espaço onde as coisas acontecem

O tempo é uma variável psicológica mas também um sério problema metafísico para o qual não há racionalização cabal. Ele existe dentro e fora de nós. Para Sto Agostinho não há tempos futuros nem passados. É incorrecto dizer: os tempos são três: Pretérito, Presente e Futuro. Mas talvez fosse próprio dizer - os tempos são em número de três: presente das coisas passadas, presente dos presentes, presente dos futuros.

Faz sentido esta reposição de Sto Agostinho porque quando olhamos para o passado fazêmo-lo sempre com as lentes do presente, e isso interfere com os factos que efectivamente acorreram no passado e que agora só o são porque mediados pela nossa mente do presente.
Daí a razão do sábio e doutor da Igreja quando sistematizava esses três tempos: 1) a lembrança presente das coisas passadas; 2) a visão presente das coisas presentes; 3) e a esperança presente das coisas futuras.

Nesta linha mais rigorista acerca do tempo Sto Agostinho ensina-nos que o que existe é, de facto, a primazia do presente em relação ao passado e ao futuro. Ou seja, o tempo não tem existência fora da nossa mente, anda associado ao homem, existe dentro das nossas mentes. Se não existirmos o tempo também não tem lugar em nossas mentes, senão na consciência de outros homens onde terá razão de ser a sua estrutura tripartida entre passado, presente e futuro.
Ou seja, o TEMPO é, ou deverá ser, um imenso passado-presente-futuro todos fundidos numa quarta categoria que ainda não inventámos, mas desconfiamos poder existir. Embora seja uma existência para a qual ainda não temos relógio, é ainda um tempo a aguardar base de medição neste tempo que passa.
O tempo é o espaço onde as coisas acontecem. Sto Agostinho tinha razão. A razão do tempo.
A razão do futuro neste jogo de inter-futuros pensado no presente.
Santo Agostinho: Filosofia da Idade Média

Igreja Medieval

Gregorian - Ordinary world

Alan Parsons Project "TIME"

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sábado

O que é o tempo? - por Anselmo Borges -

No termo de mais um ano e na entrada de outro, são muitos os pensamentos que nos invadem. Mas talvez não seja fora de propósito também uma breve reflexão sobre o mistério do tempo.
Já Pascal se interrogava na perplexidade: porque é que, num passado ilimitado e num futuro igualmente sem limites, me coube viver precisamente neste tempo que é o meu?
Se soubéssemos o que é o tempo, também saberíamos o que somos. Santo Agostinho - volta-se sempre a Santo Agostinho, quando pretendemos meditar sobre o tempo - pergunta: O que é tempo? Se ninguém me perguntar, eu sei; mas, se alguém me puser a questão e eu quiser responder, já não sei.
Há múltiplas experiências e perspectivas do tempo. Aparentemente, tudo vai e tudo volta. As estações do ano repetem-se, sucessivamente: Primavera, Verão, Outono, Inverno, e outra vez Primavera, Verão, Outono, Inverno... Cada ano, o ano velho despede-se e chega o ano novo. Outra vez. Aí está o mito do eterno retorno, como repetiu Nietzsche: "Esta vida, tal como a vives naturalmente, tal como a viveste, é necessário que a revivas mais uma vez e uma quantidade inumerável de vezes, e nela nada haverá de novo, pelo contrário!"
A flecha do tempo é irreversível. O tempo é voragem, corre e flui, desaparece. Corre do futuro para o passado. O passado passou, o presente vai-se tornando passado, o futuro também ele se vai transformar em passado, de tal modo que temos o passado passado, o presente passado, o futuro passado, como se a história não fosse senão o lugar dos mortos: a curto, a médio, a longo prazo, todos iremos estando mortos. Mesmo a memória tem algo de ilusório, pois, quando lembramos o passado, é sempre a partir do que somos no presente que o alcançamos e vivemos, já diferentes e outros.
Afinal, o que é o tempo, uma vez que o passado já não é e o futuro ainda não é? Só o presente existe, mas, por outro lado, o presente o que é senão esse contínuo trânsito do futuro para o passado, do ainda não para o já não? Indestrutível mesmo é só o passado, pois nem Deus pode fazer com que o que foi não seja e o que aconteceu não tenha acontecido.
É sempre no presente que vivemos, mas projectados para o futuro. Mesmo o passado é sempre iluminado pelo futuro. O que vamos fazendo é em função do futuro, antecipando-nos a nós mesmos. Por isso, não coincidimos nunca completamente connosco: o homem "nunca é o seu próprio contemporâneo" (D. Huisman e A. Vergez). Mas, por outro lado, é no futuro que se encontra a morte, é nele que ela nos espera.
Com o tempo, tudo muda. Mas o "eu" transcende o tempo. Pela memória, pela atenção, pela expectativa, o espírito unifica os três modos do tempo numa certa simultaneidade: pela memória, temos o passado no presente; o presente actual temo-lo pela atenção; o futuro torna-se presente enquanto o esperamos.
Depois, o tempo é duração, ritmo. Como poderíamos ouvir uma sinfonia, se assim não fosse? E há aqueles instantes que são tangidos pela eternidade. A eles se referiu Platão, na Carta VII: "de repente", a iluminação da verdade! Qual é o tempo do amor, o tempo da criação, o tempo da liberdade, o tempo da decisão e da urgência? Cá está: há o tempo dos relógios - tempo quantitativo (cronológico) - e o tempo qualitativo (cairológico).
Por vezes, o tempo acelera; outras, parece parado. Actualmente, na aceleração vertiginosa do tempo, quando se pensa e se é?
Reflectindo bem, o tempo não é circular, cíclico, nem pode entender-se de modo exclusivamente linear, pois é linear e entrecruzado, numa rede de relações múltiplas e complexas. Cada modo do tempo tem ele próprio tríplice modo, isto é, um presente, um passado e um futuro, entrelaçando-se. O tempo e a história vivem deste entrelaçamento múltiplo, na constante abertura ao futuro.
Precisamente no quadro deste entrelaçamento, na abertura ao futuro, Deus, que é no eterno presente, é pensável como o Futuro absoluto, isto é, o Futuro de todos os passados, presentes e futuros. Deus enquanto Futuro absoluto consuma a história ao mesmo tempo que a abre ao sempre novo.
  • Obs: Foi bom reconhecer que o Pre. Anselmo Borges regressou ao doutor da igreja, Stº Agostinho para enquadrar o tempo, mas já foi pena registar que o mesmo Borges se esqueceu de recordar a principal definição do tempo pelo referido doutor da igreja: o tempo é o espaço onde as coisas acontecem. Foi isto que faltou ao artigo do Pre. A. Borges.
    O tempo é também esta lembrança. O tempo é tudo e nada. Afinal, o que é o tempo?! senão esta relatividade...

Alexander O'Neal - Criticize

Alexander O'Neal - Criticize

Alexander O'Neal My Gift To You

Luther Vandross- Have Yourself A Merry Little Christmas

As edições Colibri publicam Vitorino Magalhães Godinho

Vitorino Magalhães Godinho anda a ser publicado por uma grande editora dirigida por Fernando Mão de Ferro, director das Edições Colibri.
Godinho editou agora outro título com o sugestivo nome - Os problemas de Portugal, da mesma editora - que valerá a pena ler. E vale a pena porque encadeia as relações internacionais, a Europa, a economia, a reestruturação do Estado,
o sistema educacional, a justiça e segurança, o ordenamento do território entre outros temas candentes da nossa governação.

The World Is a Village Without a Mayor

Globalist Perspective > Global Diplomacy The World Is a Village Without a Mayor
By Jean-Marc Vittori Monday, December 21, 2009 The chain link of international negotiations on global warming, trade and finance recently held in Copenhagen, Geneva and Pittsburgh owes nothing to chance. As Jean-Marc Vittori explains, it demonstrates that, increasingly, our world is a village — but one that has no city council, much less a mayor.
Copenhagen is like Geneva and Pittsburgh. Obviously, the Scandinavian capital does not really resemble the Swiss city that is the hotspot of international institutions or the former American metropolis of steel.
The geographic differences are also clear enough: Copenhagen is located by the sea, Geneva overlooks a beautiful lake and Pittsburgh finds itself at the confluence of three rivers. Few people still refuse to acknowledge that what happens at one end of the world can directly influence events taking place at the other.
What united these three cities, though, is that all of them have served as stages to meet the real challenges of the modern world this year. In Copenhagen, the focus is on climate change. Geneva staged yet another convocation of getting global trade negotiations off the ice. And in Pittsburgh, all attention this past September was on reforming global finance, with some notable successes in recent days, one might add.
This chain link of international negotiations owes nothing to chance. What it demonstrates is that, increasingly, our world is a village. Few people still refuse to acknowledge that what happens at one end of the world can directly influence events taking place at the other.
But this global village of ours has no city council, much less a mayor. Just a bunch of neighborhood committees which usually guard their independence quite jealously.
Over the long term, this unenlightened approach is untenable — but for now it is inevitable. It took centuries to move from a local authority at the level of the nation. It will take at least decades to find ways to forge global governance, even if we French have long dreamed up schemes to advance its cause and reach.
On what will inevitably be a long and winding road, there is, though, one useful precedent — and a precedent that ultimately gives reason for hope, even optimism: the construction of Europe ever since 1956.
Some may find it odd to refer to the EU as an inspiration for the future construction of the world. They see the EU as a pitiful example of an effective integration effort.
And yet, it is possible to come up with the opposite conclusion — and argue that, even to date, it has been a resounding success. That success becomes apparent enough if one considers the original, truly toxic ingredients of the European brew: centuries of mutual envy, fear and denial.
The extreme anguish over the economic crash, so prevalent just one short year ago, has quickly dissolved in the acid rain of special interests.
The fundamental desire of Europe’s founding fathers whose global importance will eventually come to be seen as on par with that of America’s famous founding fathers was just that: Work jointly, and against seemingly long odds, to overcome that disastrous and highly frustrating legacy of negative sentiments, envies and even outright hatreds.
Jean Monnet, Robert Schuman, Alcide de Gasperi and Konrad Adenauer gave the original impulse to tackle that treacherous landscape pockmarked by a profound fear of geography and history on a tough continent.
What kick-started the integration process at the middle of last century was the then-strong fear of the latest holy terror in Europe’s midst, the USSR. Its presence — and the threat it emanated — had a salutary effect on formerly suspicious neighbors, such as Germany and France, who resolved to prefer conquering their fear of each other to avoid falling back into a history of terrible wars.
Two decades later, that same constructive outreach approach was extended to the “bear” itself, when détente became Western Europe’s chosen policy path toward the Soviet Union.
The construction of Europe, imperfect as it is to date and as all human construction inevitably must be, nevertheless has provided a unique resolution. Overcoming centuries of mutual envy, fear and denial required a steep price which came in the form of the abandonment of sovereignty. Taking this step was painful not just to national politicians, but also to entire countries because it forced them to go beyond merely national frameworks of decision-making.
Questions of national sovereignty are highly sensitive — and symbol-laden — matters. Just witness the British reaction to the recent appointment of France’s Michel Barnier as the EU commissioner in charge of, among other matters, financial services.
On the environment, that under- acknowledged core principle of European construction — take on fears to seek to improve the human condition — is merrily at work.
To Britons, this appeared about as intolerable as the French would have found it to experience the appointment of an Englishman to the (imaginary) post of EU commissioner of gastronomy.
And yet, the painful, but progressing construction of a modern, integrated, forward-looking and well-balanced Europe requires precisely surviving such — hopefully brief — moments of severe irritation.
We Europeans have no choice but to deal with such irritations. We have known all along that Europe’s integration process is inherently fragile. But if we are serious in our resolve to make outright envy disappear and to weaken those fears that have distorted our collective potential for centuries, we must be prepared to surrender part of our national powers to create a better common good.
And yes, while we are engaged in that high-wire act, we do risk that centrifugal forces, unless managed well, will contrive to explode the whole building.
Applied to the current negotiations on the global stage, whether on the environment, finance or trade, the lesson from Europe suggests to proceed with caution. For now, there is no question of parting with even the slightest bit of sovereignty, particularly on the American side.
There may be a generalized urge to move in that direction, but it is far from being shared by all. Still, let us not underrate the importance of fear — yes, outright fear — as a powerful building block of that new, better-integrated world.
All over the world, people are aware of the chokehold in which global finance holds human fates. The extreme anguish over the economic crash, so prevalent just one short year ago, has quickly dissolved in the acid rain of special interests.
Their desire is a perpetuation of a global casino which has provided handsome benefits to some, in the double- and triple-digit million range at the level of individuals, and in the double-digit billions at the level of companies.
Europe’s founding fathers will eventually come to be seen as on par with America’s famous founding fathers.
Their freedom to pursue these extreme expressions of personal liberty has come at a steep price to the rest of humanity, counted in tens of millions of additional unemployed, hundreds of millions with diminished economic prospects and billions of people exposed to fewer economic choices because of the cutbacks their governments have to undertake to try and compensate for the costs of the bailout packages and the severe recession caused by the recklessness of some in the business and policymaking worlds.
The more time passes, it will become even more difficult to change the rules of the financial game. Some sober minds already believe we have to wait for the next bubble-related earthquake before we will see real progress on this crucial front.
In environmental matters, we find rather the reverse scenario. In many quarters, fear over the costs of inaction is growing significantly. There is a widespread sense of disasters of all kinds — unprecedented storms, incurable floods, deadly droughts, etc.
Even if there is no absolute certainty about the link between human activity and global warming, voters ask more and more of their governments to act in the matter. Faced with this rising level of concern, the Copenhagen meeting is probably still a bit too early. But then again, it may already be too late.
In other words, on the environment, that under-acknowledged core principle of European construction — take on fears to seek to improve the human condition — is merrily at work.
We can only hope that the same emotional logic is soon brought to bear in that other world marked by seemingly amorphous, but in fact very real disasters. The world of finance deserves no less. Be worried, very worried.

A miopia do PSD, amputação para o país

Defeitos da visão
Miopia – dificuldade em ver ao longe.
Corrige-se com lentes divergentes, i.é, arranjando um candidato credível
Hipermetropia – dificuldade em ver ao perto, Ferreira Leite no seu melhor...
Corrige-se com lentes convergentes, mas as de Pacheco Pereira, o filósofo da Marmeleira, também não servem.
Presbitia ou presbiopia ou vista cansada – dificuldade em ver ao perto e que geralmente tem a haver com a idade. No
caso de Ferreira Leite, o mal não se confina apenas à idade, por vezes a idade até é uma vantagem. Não é o caso.
Astigmatismo – dificuldade em ver ao longe e ao perto. Cá temos o retrato do actual PSD...
A miopia do PSD, amputação para o país
Um grande clube de futebol joga aquilo que o outro deixa jogar, é assim também com o governo de um país que governa em função do seu programa, da sua ideologia, das condições de governabilidade que encontra no terreno mas também, naturalmente, com aquilo que pensa e faz o maior partido da oposição. Neste caso, o PSD tem sido a notícia do ano pela negativa, pois desde o Congresso de Guimarães que o partido fundado por Francisco Sá Carneiro está líder, sem projecto e também já há muito perdeu a sua identidade, hoje não passa dum "albergue espanhol". Mas esta miopia do PSD não é apenas nociva para o partido hoje dirigido por uma espécie de chefe do economato de um departamento de um clube de futebol da 3ª divisão, ele é também negativo para o país no seu tecido conjuntivo. Pois um país cujo maior partido da oposição não tem ideias para apresentar no Parlamento, fiscaliza mal o governo, não contribui com projectos alternativos para a sociedade e, por essa razão, o PSD actual é, hoje, uma erva daninha na democracia e na sociedade portuguesa. É como se o sistema partidário nacional sofresse duma externalidade negativa por parte do PSD, não tanto pela sua história e contributos que tem dado ao país nestes últimos 35 anos de democracia, mas porque a actual liderança representa toda aquela poluição que salta para a sociedade e não se atém apenas aos rios. É assim hoje o PSD, não mata apenas os peixes do rio, intoxica também o ambiente envolvente deixando, por aquelas omissões, incapacidades e erros que vimos, custos terríveis na sociedade, já que os mercados são irresponsáveis nem têm formas de compensar a sua própria miopia. Por isso advogamos aqui que o ano de 2010 também deverá ser um bom ano para o maior partido da oposição, sendo, com isso, também um melhor ano para o país e para os portugueses. Numa palavra, o PSD deve imediatamente deixar de ser uma externalidade negativa para passar a ser uma externalidade positiva para a sociedade. No fundo, uma liderança de jeito para o PSD é a prenda que falta ao partido neste natal.

Fernando Pessoa - um poeta animado pela filosofia -

Em páginas íntimas de auto-interpretação Fernando Pessoa (FP) diz-nos que foi um poeta animado pela filosofia e não um filósofo com faculdades poéticas. O que nos remete para uma reflexão de Martin Heideger, quando afirmava que só a poesia é da mesma ordem que a filosofia e o pensar filosófico. Mas a coisa complexificava-se quando o próprio FP se dizia um "louco sem loucura", um múltiplo, um quarto com inúmeros espelhos fantásticos que torcem para reflexões falsas gerando uma única realidade que não está em parte nenhuma e está em todas. Como estamos no Natal e o cardeal saudou todos aqueles que adoram um só Deus, os monoteístas, encontramos em FP um panteísmo englobante, alguém que sente a árvore, as flores, sentindo-se, simultaneamente, vários seres. Vivendo vidas alheias, como se participasse de cada uma, na incompletude, mas sumando vários "eus" num postiço. Freud descobriu a psicanálise e a importância do subconsciente, FP identificou esse jogo da verdade, montado com vários personagens, a que chamou heteronímia. A par de um Pessoa genial, coabita um outro desatento e desinteressado, mas ambos possuem o talento para se destruir, um poder e um só fôlego para se entreter com uma simples poesia, de que pode nascer um pedaço de filosofia. E isso é também genial no mestre dos mestres do séc. XX. Por isso também aqui o evocamos.

sexta-feira

António Vitorino revelou-se o analista político e o "intérprete do simbólico" mais eficiente do ano de 2009 findo. Once again

O ano de 2009 foi um ano de política intensa e dura, ainda que pouco proveitosa em termos de ganhos líquidos para o povo português. Três actos eleitorais, muita guerrilha política, alguma produção legislativa, muitos vetos presidenciais, pouca e magra economia, muita crise financeira e social. Eis o resultado mitigado de duas crises que se sobrepuseram em Portugal: a crise externa agravou ainda mais as crónicas deficiências estruturais do nosso tecido económico. O resultado traduziu-se em falência de empresas e um desemprego galopante que a débil modernização e reconversão da economia e a atracção de Investimento Directo Externo não conseguiu repor ou compensar.
Daí que o comentário político se traduza num exercício tão interessante quanto crucial para a marcha dos acontecimentos políticos nacionais, porque são eles, em inúmeros casos, que ajudam a detonar os raciocínios, as correlações e a revelar os desafios e as pistas em que Governo e oposição – cada qual à sua maneira e assumindo os seus níveis de responsabilidade – podem encontrar a escapatória possível para a crise.
Quantas vezes os governantes aproveitam ideias lançadas por comentadores no espaço público?!
E neste cenário, mais uma vez, é inevitável comparar a prestação analítica de Marcelo de Sousa, do centro direita, com a prestação de António Vitorino que, diria, é cada vez menos de esquerda e mais da lógica dos factos.
Ou seja, enquanto que Marcelo teatraliza, tem uma agenda política oculta, é comentador que toma parte dos interesses em presença, António Vitorino tem-se revelado um comentador mais isento, mais imparcial, por vezes mesmo crítico ao PS, buscando a autenticidade dos factos e das lógicas políticas que presidem à sua dinâmica na esfera pública.
Ora, o erro do analista, como sabemos, não é igual ao erro duma pessoa comum, de observador ocasional, que tende a deixar vir para primeiro plano as suas emoções e, portanto, os seus interesses particulares – que são mais ou menos organizados. A este propósito é com alguma dificuldade que vejo Marcelo na figura mitigada do analista-candidato à liderança do PSD que, por sua vez, é candidato a PM, logo opositor directo a Sócrates. Neste contexto, a sua análise é, tendencialmente, mais inquinada e/ou parcial do que a análise produzida por António Vitorino, que não é candidato a coisa nenhuma, e quando se colocou a possibilidade de ser PM – pura e simplesmente – virou costas ao poder para assumir a sua vida profissional de advogado.
Fazendo o paralelo, nunca vi António Vitorino neste papel contra a srª Ferreira Leite que, coitada, “não pode com uma gata pelo rabo”, passe a expressão, não tem liderança, não tem projecto, não tem identidade e só comete gralhas políticas e revela uma gritante falta de cultura democrática que faz dela o “bobo da corte” – qual saco de boxe do próprio PSD, apesar das ajudazinhas de Belém querendo fazer dela a locatária do cadeirão de S. Bento, em vão. Frustrando, assim, as ambições de Cavaco presidencializar o regime, teleguiando as funções de PM a partir do Palácio Rosa.
AV, nesta perspectiva, e apesar de não haver neutralidade absoluta, como ensinara Max Weber nos seus trabalhos de sociologia na relação do Político com o Cientista, não distorce os factos, não oculta uma realidade para tirar partido daquilo que ela esconde, não representa nem dramatiza os materiais políticos nacionais.
Além de que o formato do Notas Soltas tem a vantagem de ser mais curto e sucinto, incluir uma rubrica internacional interessante e de não apresentar livros, alguns dos quais além de não terem qualidade são apenas um expediente que Marcelo utiliza para promover autores amigos, coleccionar apoios nas editoras (que não deixam de ser empresas que visam o lucro) e de valorizar a sua biblioteca de Celorico de Basto. Muitos desses livros, diga-se, o apresentador Marcelo também não os leu, podendo simpatizar com a capa, alegrar-se com o índice ou nutrir simpatia pelo autor ou, tão só, apreciar a estética da lombada.
Ou seja, esta comparabilidade, além de feia é necessária, na medida em que serve para separar o útil do acessório, e nesta comparabilidade somos de opinião que o analista e intérprete do simbólico António Vitorino não se ilude, não ilude os espectadores com análises que não correspondem à realidade, não obedece a lobies económicos ou de índole partidária. Tudo boas razões que fazem dele o melhor analista político de 2009.
Sendo aquele que falta menos à verdade, é também aquele que credibiliza mais a análise política vista aqui como uma espécie de deontologia política – visando o respeito integral pela verdade dos factos e pela razão política dos actores e das instituições objecto de análise em Portugal.
Marcelo, ao invés, teatraliza muito, tem muitos “clientes” e “patrocinadores”, é, não raro, parte interessada no comentário que faz porque aspira à liderança do governo ou, mais concretamente, ao lugar de Cavaco em Belém. É, pois, um analista engagé, por vezes até ao pescoço…
A comparabilidade destas duas referências torna-se, portanto, inevitável, até porque não existem muitos analistas com alguma densidade intelectual em Portugal. Mas estas notas servem também para fomentar o aparecimento de um código deontológico do comentário político entre nós, na medida em que o respeito pela verdade dos factos e das análises sérias que sobre eles se pode construir não deixam de ser um eficiente contributo à democracia, à cidadania e à qualidade global das instituições em Portugal.
Cabe aos comentadores mais credenciados na sociedade não incorrer em erros quando avaliam os produtos políticos, e o facto de uma análise ou um comentário ter “patrocinadores” (partidos, empresas, corporações, etc) ou ter “clientes” (autores, editores por ex.,) – significa que aqueles que “pagam” o custo dessas operações mediáticas, podem interferir na liberdade e na responsabilidade dos analistas, que podem sentir-se inclinados a valorizar mais os sinais de continuidade e de expansão do que os sinais de crise e de recessão. É evidente que neste quadro, se os analistas forem pouco sérios, tendem a fazer esses alinhamentos em função das sua matriz político-partidária, amizades políticas e da cosmovisão que têm da vida e do mundo, bem como a interpretação concreta que fazem dos desafios que a sociedade portuguesa enfrenta na conjuntura actual.
Tais análises podem (ou não) valorizar as propostas de solução com vista à sua resolução, seja nas questões mais gerais, seja nas questões mais concretas que envolvem a estruturação de políticas públicas no curto, médio e longo prazos. Porém, tal como os médicos, inflectir a análise para observar essa inclinação e agradar aos tais “patrocinadores e clientes” que “pagam a factura” de alguma análise, equivale a violar a razão de ser da própria análise política convertendo-a em propaganda política com o fito de promoção pessoal, que é o que inúmeras vezes o doutor Marcelo Rebelo de Sousa faz a fim de se posicionar seja para o farol de S. Bento seja para a torre de Belém. António Vitorino já não desenvolve estas derivas, não alimenta estas motivações, logo não tem estas dependências ou limitações à sua liberdade de expressão, fazendo dele, inevitavelmente, um intérprete do simbólico mais credível quando comparado com Marcelo Rebelo de Sousa.
Também não interessa, seguindo o exemplo comparativo dos médicos (que têm uma deontologia rígida a observar), substituir o diagnóstico do tratamento e a cura ao paciente (sociedade portuguesa) pela mera aplicação de um placebo. Talvez o “doente” recupere, mas não será já pela acção do médico; talvez a crise seja invertida e a fase de crescimento e de expansão económica retome a sua linha de continuidade, mas será já sem o recurso ao contributo do analista.
Olhando para um e para outro, registando as respectivas prestações analíticas, não terei dúvidas em afirmar que Marcelo interfere com a liberdade dos actores políticos e a vida das instituições em Portugal, por vezes semeando intriga onde reina a paz e a concórdia; António Vitorino credibiliza e aclara os factos escondidos da agenda-setting nacional; Marcelo inclina os factos que escolhe para deles criar um efeito simbólico-político; António Vitorino, apesar de diplomático, diz o que pensa, nem que isso se traduza na denuncia dos alinhamentos escandalosos que Belém tem feito nas suas ligações à S. Caetano à Lapa – procurando ajudar a senhora que agora Passos Coelho, Marcelo de Sousa e outros terão de fazer para ajudar Ferreira leite a sair com alguma dignidade da direcção do PSD, o que é manifestamente uma tarefa tão difícil quanto complexa e delicada, dado o adiantado índice de sinistralidade política que reina na oposição em Portugal.
Sinistralidade a que o próprio governo também não é alheio.

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Mulher empurra Bento XVI, mas sem consequências

Um ciclo político às avessas, dn

Um ciclo político às avessas O décimo terceiro veto do Presidente Cavaco Silva - primeiro da nova legislatura e recorde num primeiro mandato - é o exemplo perfeito de como o novo ciclo político começou às avessas. Em causa um diploma da Assembleia da República que impunha o fim das taxas moderadoras para cirurgia e ambulatório no Sistema Nacional de Saúde.
O projecto de lei era simbólico: foi o primeiro em que a oposição se juntou, num só voto, contra o Governo, para impor um recuo ao novo Executivo. Acontece que o mero anúncio desse diploma gerou reacção do próprio Governo, que se apressou a aprovar um decreto-lei em Conselho de Ministros, exactamente com o mesmo conteúdo, para rapidamente o mandar para Belém. Como se a esquizofrenia não fosse suficiente, a oposição resolveu aprovar na mesma o seu próprio diploma. E o PS... absteve-se.
Nada disto faz sentido, como é bom de ver. Mas o caso criou um evidente problema em Belém, que só não foi maior porque a Assembleia se atrasou, permitindo a Cavaco promulgar o primeiro documento (o do Governo) antes que chegasse o segundo. Ora, o segundo - como não podia deixar de ser - acabou por ser ontem vetado, porque o Presidente não podia, obviamente, promulgar duas leis iguais, de autores diferentes.
Assim se conta a história do primeiro veto da legislatura. Uma história de recuos não justificados, de teimosias sem sentido e de política à portuguesa.
Obs: Lamente-se a forma como se faz "pulhítica" em Portugal.

quinta-feira

Conflito intergeracional num Portugal doente e falido

Uma das questões candentes do nosso tempo é o da sustentabilidade da Segurança Social (SS), que envolve o tipo de contrato social entre a sociedade e o Estado e a forma como se financiam as reformas. Contudo, este mecanismo não é igual em todos os países, mas nos EUA, por ex., o conflito é, de facto, intergeracional: os idosos recebem demasiado em termos relativos através da SS e da Medicare, penalizando os jovens que não recebem o suficiente.
Significa isto que por força do actual contrato social nos EUA, os americanos idosos são o único grupo da sociedade que tem acesso a cuidados médicos universais sujeitos a taxas de serviço. Já os americanos mais jovens não dispõem deste acesso, e têm visto os seus rendimentos decrescer nos últimos anos.
Não obstante esta estagnação nas suas vidas, são também as camadas mais jovens da população que custeiam as políticas fiscais moralmente indefensáveis da presente geração.
Ora, um país que dá prioridade aos velhos, com tudo de bom que eles representam, registe-se (até porque procederam a descontos durante uma vida) em deterimento dos novos, é um país provavelmente sem grande futuro.
Um novo contrato social permitiria assim conter fundos destinados às gerações mais velhas, que são quem hoje na Europa mais recebem e usufruem das regalias sociais, e, desse modo, investir os recursos libertados em políticas públicas nas famílias mais jovens, nos seus filhos que são quem, verdadeiramente, projectam futuro e estruturam o campo de possibilidades de um país.
Com isto não se está a defender que se tire aos idosos para dar aos jovens, mas em alargar o contrato social a estes para não os penalizar tanto.
O problema nesta miserável reflexão, é que sendo ela um retrato da América de Obama dos nossos dias é também um filme dos acontecimentos das narrativas que se passam nos países da União Europeia de que Portugal é membro desde 1986. E isto tem sido da responsabilidade dos dois partidos do arco da governação que nos últimos 30 anos têm conduzido o país.
Talvez não seja despiciendo reflectir nesta problemática em vésperas de Natal.

quarta-feira

Deserto ou esgotamento da política

Quando hoje nos deparamos com os fins últimos da política, e enquanto trocava prendas com um amigo, entrevia como o fim dos projectos se consumia nas chamas do nada, o esgotamento das energias utópicas, no pensar de J. Habermas, se efectiva. Fim das utopias e dos grandes projectos – que já não tem como adversário uma entropia qualquer – mas sim a própria vida, compreende-se como os próprios fins perderam a sua força de atracção magnética: o governante é desprezado pelo povo, ninguém crê nos juízes, os polícias também pouca confiança inspiram, os professores, muitos deles, não têm vocação para o ensino e escavacam a mente verde dos alunos que poderiam ter professores a sério, ou seja, as promessas de toda essa gente já não serve para aglutinar coisa nenhuma. Quando nos perguntamos que projecto existe hoje em Portugal, nos planos micro e macrosocietário, a resposta está no combate ao défice, ao desemprego, à pobreza. É curto. Parece que a controvérsia em torno das alternativas terminou, o que é patente quando hoje se olha para a relação entre o actual PM e a actual líder do maior partido da oposição. Há desesperança em ambos. Cada um desilude no seu campo de actuação. Embora a oposição sirva menos. Hoje a alta política, a alta governação, os grandes desígnios para o país resumem-se a pequenas correcções do orçamento, a modificações parciais nas políticas públicas para se conformarem com a vontade de Bruxelas. Pensamos e vivemos como se estivéssemos a fazer uma peça de teatro, mas já não controlamos as cenas, os diálogos escapam-nos, de tudo resultando uma má representação e com a assistência a reclamar o dinheiro do bilhete. É hoje assim Portugal. E se as utopias secaram, resta apenas perceber que Portugal vive hoje, e 2010 não será diferente, uma espécie de deserto da trivialidade que está em expansão. Talvez seja por este encadeamento de limitações que a história não pára, temos meios mas desconhecemos os fins, conseguimos inovar mas não criamos alternativas no plano macro-social, temos algumas perspectivas mas nada disso significa esperança. Voilá, Portugal da 1ª década do III milénio. Triste séc. XXI.

Um pensamento bem lembrado de Daniel Innerarity (via JG)

(...) Para protestar contra A, costuma ser mais eficaz agredir B. O que acontece é que agora estamos mais ou menos todos na categoria B, já que não há um responsável manifesto e único pelos males da globalização ou da insegurança, pelas ameaças às identidades tradicionais ou pela incapacidade dos Estados para regular os mercados.(...)
Vale a pena ler este autor, alguém que consegue entender o tempo em que vivemos e deixar-nos alguns significados com que podemos ler o futuro - hoje sempre muito fechado e incerto.
Um filósofo, naturalmente, embora utilize muitas categorias da sociologia.
Daniel Innerarity en la Presentación del libro ¿Cómo es una sociedad Innovadora?

O Almirante Pinheiro de Azevedo e as relações Belém - S. Bento hoje

Portugal vive uma grave crise económica, financeira e social. Soma-se uma crise política cuja tensão conduz a comportamentos e atitudes disparatados nas actuais relações Belém - S. Bento. Ambos os titulares destes dois órgãos de soberania falam-se públicamente mas agridem-se na oficiosidade das relações por interpostas pessoas. O que prenuncia um péssimo ano de 2010, ano de vésperas de eleições presidenciais cujo locatário é, hoje, uma espécie de "chefe de banda" da oposição que lidera e federa a coligação negativa ao governo (dentro e fora do Parlamento) - diante do vazio estratégico e de liderança gerado nesse "saco de gatos" e "albergue espanhol" em que há anos se converteu o PSD. Zita Seabra, ex-comunista e discípula de Álvaro Cunhal, ainda assume a liderança do partido fundado por Francisco Sá Carneiro e Pinto Balsemão... Todo este caldo de cultura evocou-me o grande Almirante Pinheiro de Azevedo, cujo à vontade de gestos e de linguagem espelha bem um Portugal autentico que ainda não desapareceu, embora esteja mais oculto, polido e refinado nas actuais "maldades" com que Belém e S. Bento se continuam a prendar nestas vésperas de Natal do ano de 2009 que finda.

TOP 15 - Momentos Mais Engraçados da Política Portuguesa

Nicola Conte - Like Leaves In The Wind ( clip colour )

Nicole Conte