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A Violência no Futebol: lideranças de clubes, claques e estações de TV



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Quando procuramos identificar os verdadeiros agentes criminosos do tipo e densidade de violência que se vive hoje no futebol em Portugal, facilmente encontramos algumas respostas.

Em primeiro lugar, a forma e o discurso como os presidentes dos maiores clubes estão hoje na esfera pública, o que dizem e o modo como acicatam os seus "cães" de fila" para irem atacar os "cães de fila" do clube opositor. São os próprios líderes desses clubes que fazem discursos incendiários que apelam à clubite geradora de violência entre os clubes rivais que, entretanto, se constituíram como verdadeiras máquinas de propaganda com vista a promover interesses corporativos e pessoais e destruir os dos seus oponentes. Portanto, os presidentes e os altos responsáveis do clubes, por um lado, e as claques organizadas, por outro, são hoje as máquinas organizadas da violência que se institucionalizou no futebol em Portugal.

Em segundo lugar, nessa senda de instigação da violência no futebol, estão as estações de TV, através daqueles programas pindéricos, com comentadores igualmente pindéricos, em prime time a fazer comentários futebolísticos que mais parecem hinos à violência em directo. O mais curioso é que são as próprias empresas/estações de TV que mais beneficiam com esse comércio obsceno da violência institucionalizada, passando e repassando imagens dos jogos, alimentando polémicas e ódios sem sentido, ocupando o agenda-setting das notícias e moldando o espírito daquelas mentes mais obtusas, alienadas, indefesas e fanáticas que só existem para irem aos estádios para produzir violência, ódio e crime. 

De facto, esses novos holigans nem sequer gostam de futebol, se gostassem assistiam ao espectáculo das bancadas e não passavam todo o tempo a ecoar cânticos que são verdadeiros hinos à selvajaria e à pancadaria entre adeptos de clubes rivais. Tudo isto é feito com a cumplicidade dos presidentes dos grandes clubes, dos chefes de bando que mandam nas claques e, curiosamente, dos conselhos de administração das estações de TV, que são quem mais LUCRA com este desporto do crime que há muito se institucionalizou em Portugal e que alimenta financeiramente os seus accionistas. 

O resto remete para a psicologia das massas, que é sempre irracional, selvagem, infantil, primitiva e imprevisível. Isolados poucos ou nenhuns distúrbios causam, mas em grupo esses "fanáticos das claques" comportam-se como um bando de criminosos que visa instabilizar, desafiar as autoridades e favorecer um clima de ódio e de violência no desporto, partindo tudo à sua passagem. 

- Bem sabemos  como aquelas multidões em fúria mataram Sócrates, em Atenas. 
- Bem sabemos como essas multidões fanáticas mataram Jesus Cristo que, dizem, depois ressuscitou.

Bem sabemos como hoje um ou dois energúmenos, munidos duma ideologia do ódio e da violência, são capazes de matar dezenas ou centenas de pessoas em espaços públicos nesta nova Era do terrorismo globalitário em que entrámos.

E perante isto o que fazem os nossos legisladores? 

Alguns integram essa massa de energúmenos que fazem comentários desportivos, pois grande parte da influência que têm decorre das associações orgânicas a esses grandes clubes, de que são uma espécie de marionetas. 

Nesta "guerra" quer o Direito quer a Política não entram, ou se entram fazem-no para jogar ainda mais gasolina para o incêndio da clubite institucionalizada e fortemente mediatizada. E é pena.

É nesse contexto que "adeptos" de grandes clubes são atropeladas e morrem às portas dos estádios na sequência de rixas entre claques rivais. É nesse quadro conflitual que mais logo decorrerá o derby Sporting vs Benfica. Espero que ganhe este último, mas com lisura desportiva e, já agora, sem cenas de pancadaria nem baixas físicas ou destruição de equipamentos ou estruturas. 

Mas o mais importante, doravante, é saber como controlar (e punir) essas massas em fúria que nem sequer gostam de desporto, pois eles apenas existem para cumprir as orientações de violência orquestrada dimanada das lideranças dos clubes e dos seus altos responsáveis. 

Tudo um teatro da violência que as estações de TV sabem bem aproveitar em prime time, com lucros escandalosos e sem contribuir 1gr para a paz no desporto em Portugal. 

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